segunda-feira, 25 de julho de 2011

Modere a voz. Leia placas.

14h30 – Fila de banco – 20 pessoas – 2 caixas abertos. De 3.



[LIGAÇÃO FEITA] Rudi sofreu um acidente de carro no ABC, local onde mora. Um caminhão prensou seu veículo contra outra carreta. O rapaz, que não sofreu grandes ferimentos externos, estaria bem. Estaria. Não fossem as graves lesões internas: baço, fígado e pulmão perfurado. O médico iniciou uma nova medicação, ele estava reagindo bem, mas piorou. Porém, segundo o doutor ainda há motivos para manter a esperança: ele é jovem, tem vontade de viver e um filho. Mas na madrugada passada quase foi embora.


---


[LIGAÇÃO FEITA – EM HORÁRIO DE TRABALHO] Na geladeira dela tem uma cebola, uma maçã e frango. O sujeito quase morreu de rir quando ela disse isso. [A moça do caixa interrompeu o atendimento para informar isso ao seu interlocutor]


---


[LIGAÇÃO RECEBIDA - Toque da Banda Dejavu - duração 15 segundos até atender] Com um capacete ele está enfrentando uma fila do tamanho do mundo. Nas Casas Bahia. A mulher encheu o saco dele e ele foi pagar a conta que vencia na semana que vem ainda. O débito no valor de 70 reais fazia parte de um acordo sobre a dívida.


---


“Saque máximo 600 reais. Favor não insistir”. A placa dizia. Em vermelho. Era só ler.


- Mas não pode mais de 600?


- Não.


- Puxa.


[A fila aumenta, o calor, a despeito do inverno, seguia brabo. Quase 15h10 e a barriga roncava]


- O senhor pode ir até o caixa eletrônico e sacar até mil reais.


- Não, então vou pagar só essa.


- Tem certeza?


- Sim.


- Certo, então o valor máximo é de 600 reais.


- Mas, tem certeza, que não pode mais de 600?


- Não.


- Tá ok.


[E ri-se Satanás...]


----


Modere sua voz. Leia placas.


Por um mundo melhor e uma fila menor.

Nenhum comentário:

Postar um comentário