segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Justificar o injustificável

Do Estadão (grifos e observações em negrito, meus)

Motorista que atropelou ciclistas em Porto Alegre se diz 'ameaçado'


Tanto os ciclistas quanto o motorista se acusam mutuamente pelo início das agressões

PORTO ALEGRE - O motorista que atropelou pelo menos 12 ciclistas na sexta-feira disse que se sentiu ameaçado (?) e, por isso, tentou abrir caminho em meio ao grupo para proteger a si mesmo e ao filho de 15 anos ("papai é um homicida", deveria pensar o filho), que estava no carro, de possíveis agressões (tipo bater a bicicleta no carro). A explicação foi dada em rápida entrevista coletiva aos jornalistas, depois de um depoimento ao delegado de Crimes de Trânsito, Gilberto Montenegro, nesta segunda-feira, em Porto Alegre.





O incidente (o crime, o repórter quer dizer) ocorreu na sexta-feira à noite na Rua José do Patrocínio, no bairro Cidade Baixa. Mais de cem integrantes do movimento Massa Crítica faziam um passeio para estimular o uso de bicicletas no trânsito. Alguns deles, da parte retardatária do grupo, teriam discutido com o motorista Ricardo Neis, bancário, de 47 anos, que abriu caminho à força, acelerando seu Golf preto e atropelando alguns ciclistas até ultrapassar todos e seguir para a zona leste da cidade. Os ciclistas feridos foram atendidos no Hospital de Pronto-Socorro e liberados na mesma noite. (além da selvageria, o repórter tenta justificar e atenuar a barbárie: "alguns ciclistas", que saíram na mesma noite, ou seja, não foi nada grave)


Tanto os ciclistas quanto o motorista se acusam mutuamente pelo início das agressões. A defesa do bancário vai alegar que as imagens que foram para a internet e percorreram o mundo com cenas do atropelamento não mostram os primeiros momentos do conflito, quando o carro teria sido cercado e parcialmente depredado (nem que ele tivesse sido ameaçado, "agredido", deveria ter atacado aquelas pessoas: ali havia CICLISTAS. Bicicletas são inofensivas, perto do poder destrutivo que um automóvel com uma besta na direção em alta velocidade).

Os participantes do passeio afirmam que se limitaram a sinalizar e pedir que o motorista se mantivesse atrás do grupo por mais algumas quadras. O bancário sustenta que vários ciclistas cercaram e bateram insistentemente no carro. "Houve uma brecha e eu passei alguns deles", narrou. "Eles se enfureceram e quebraram o espelho, deram vários socos, jogaram as bicicletas por cima (do carro)", prosseguiu. "Naquela situação eu tinha que sair o mais rapidamente possível para evitar o linchamento." (eles deram várias narigadas na mão do motorista também; jogaram até bolinha de papel, que horror!)

O delegado Montenegro não deu entrevistas e avisou que só vai falar no caso ao final do inquérito, em 30 dias. As hipóteses para o caso vão de tentativa de homicídio qualificado, como querem alguns ciclistas, a legítima defesa, como vai alegar o advogado do bancário. O motorista (?) aguarda a conclusão das investigações em liberdade.




Call centers: o inferno contra-ataca

Da Folha

Empresas não pagam por problema em call


Mais de dois anos após terem sido anunciadas, as regras para melhorar o atendimento nos serviços de call centers continuam sendo descumpridas, agora com um agravante: multadas, as empresas não pagaram nenhum real por isso até agora.


Só na esfera federal, as empresas reguladas de setores como telefonia, financeiro e transporte aéreo e terrestre foram multadas em R$ 18,6 milhões por desrespeitar o decreto que regulamentou o SAC (Serviço de Atendimento ao Consumidor), informa a reportagem de Lorenna Rodrigues publicada na edição desta segunda-feira da Folha(íntegra disponível para assinantes do jornal e do UOL).


Levantamento feito a pedido da Folha pelo DPDC (Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor), do Ministério da Justiça, mostra que nada foi pago até agora.


Amparadas pela legislação, as empresas recorrem administrativamente dentro do ministério, onde invariavelmente não encontram sucesso, e depois à Justiça, protelando o pagamento.


As regras mais rígidas anunciadas em dezembro de 2008 prometiam o fim das esperas intermináveis dos consumidores e o cancelamento imediato dos serviços.


Leia a reportagem completa na Folha desta segunda-feira, que já está nas bancas.

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Vídeos pós-atropelamento dos ciclistas em Porto Alegre

Aqui você vê o momento em que os ciclistas são atropelados.













 

Motorista atropela ciclistas em Porto Alegre

Do Blog do Nassif

Os ciclistas atropelados em Porto Alegre


Enviado por luisnassif, sab, 26/02/2011 - 20:34







Por Marcos RTI



"De acordo com o delegado, o direito à livre expressão dos manifestantes não podia impedir o direito de ir e vir de pedestres e motoristas. "Aqui não é a Líbia..."

E nem é o Egito. Me veio o imagem dos situacionistas avançando com camelos prá cima dos manifestantes.

Mas o direito de "ir e vir" também não é maior que o direito à vida, apesar que esse primeiro não existe mais aqui em São Paulo.

Delegado critica movimento de ciclistas atropelados no RS

Notícias Terra - Trânsito

26 de fevereiro de 2011 • 15h08 • atualizado às 15h22

O delegado Gilberto Almeida Montenegro, diretor da Divisão de Crimes de Trânsito de Porto Alegre (RS), criticou neste sábado o movimento Massa Crítica, organizador do passeio ciclístico que terminou com pelo menos dez ciclistas atropelados por um automóvel no bairro Cidade Baixa, na noite de ontem. Para Montenegro, o grupo errou ao não comunicar às autoridades de trânsito a realização do evento.

"O primeiro erro crucial foi esse evento ciclístico. Esse grupo cometeu um erro grave, qualquer evento desse porte se avisa a Brigada Militar (BM), a EPTC (Empresa Pública de Transporte e Circulação), a Secretaria de Segurança, para se formar um aparato para evitar situações desse tipo", disse Montenegro.

De acordo com o delegado, o direito à livre expressão dos manifestantes não podia impedir o direito de ir e vir de pedestres e motoristas. "Aqui não é a Líbia. Aqui tem toda a liberdade para fazer manifestação, desde que avisem as autoridades. Faz a tua manifestação, mas não impede o fluxo de automóveis. Se tu impedes, dá confusão, dá baderna, dá acidente. Fica o alerta", afirmou.

O incidente aconteceu por volta das 19h no cruzamento das ruas José do Patrocínio e Luiz Afonso. De acordo com a Brigada Militar, 100 ciclistas participavam do passeio. A maioria escapou do atropelamento, mas 10 ficaram feridos, sendo oito com lesões, que foram encaminhados ao Hospital de Pronto Socorro.

Quatro viaturas da BM e cinco ambulâncias fizeram o atendimento dos feridos. A rua foi bloqueada e um grupo de ciclistas fez um protesto exigindo segurança e a presença do delegado de trânsito. O movimento Massa Crítica integra uma ação mundial que se reúne mensalmente para lutar pelos direitos dos ciclistas. O grupo combina passeios pela internet.

Polícia apura se motorista agiu intencionalmente
O veículo foi localizado na noite de sexta-feira pela Brigada Militar. Segundo Montenegro, o automóvel estava bastante avariado, com amassados no para-choque dianteiro, na grade do radiador, nos faróis, no capô, na lateral direita e nos espelhos retrovisores, além de ter o para-brisa trincado. O delegado contabiliza pelo menos 15 bicicletas danificadas.

A polícia chegou até o automóvel depois de testemunhas anotarem a placa do veículo. O proprietário, identificado como Ricardo José Neif, 47 anos, não havia sido localizado até as 15h deste sábado. Ainda não se sabe se ele era o condutor no momento do incidente.

De acordo com o delegado, ainda não é possível afirmar que o motorista teve a intenção de atropelar o grupo de ciclistas. "Eu não sei o que aconteceu, preciso ouvir ele. Daí nós vamos ver se houve intenção", afirmou Montenegro. Caso fique comprovado o dolo, o condutor do veículo pode ser indicado por tentativa de homicídio.

Ciclista diz que pediu calma ao motorista
Um dos ciclistas que participava do passeio afirmou que pediu calma ao motorista do Golf preto momentos antes de ele atropelar 10 pessoas do grupo e fugir sem prestar socorro.

Camilo Colling, 31 anos, disse ter visto o atropelamento porque chegou ao encontro atrasado, ficando um pouco atrás do grupo principal. "Eu vi esse carro arrancando. Ele ameaçou os ciclistas, foi para cima da gente e freou. Depois, continou indo atrás e ameaçando", afirmou. Camilo, ao ver a cena, bateu no vidro do carro e disse: "acho melhor o senhor manter a calma, pois é um passeio ciclístico. Há crianças e pessoas mais velhas, e o senhor terá que ter paciência".

Antes de jogar o veículo para cima do grupo, o homem teria respondido a Colling: "sim, mas eu estou com pressa". "Só deu tempo de puxar a bicicleta para o lado e ver as pessoas voando", afirmou o ciclista. O atropelamento assustou quem passava pela rua e também os moradores do bairro. O funcionário da prefeitura Marco Antonio da Silva Leal, 49 anos, disse que levou um tempo para entender o que estava acontecendo. "Pensei até que era uma briga. Quando eu vi, tinha gente voando. Foi triste. Tava tudo certo, mas veio esse cara completamente maluco", afirmou.

O major Maya, do 9° Batalhão da Brigada Militar (BM), também se surpreendeu com o atropelamento. "Em 30 anos de trabalho nessa área, nunca tinha visto isso", disse. Segundo ele, a BM ainda está apurando uma outra versão: a de que o motorista raspou em um ciclista e os outros o fecharam, o que teria causado o atropelamento.

http://noticias.terra.com.br/brasil/transito/noticias/0,,OI4964256-EI998...


Começando bem

Da Folha.com



Monotrilho da zona leste de SP já começa saturado




O monotrilho projetado para ligar a região do Oratório até a Cidade Tiradentes, na zona leste de São Paulo, a partir de 2014, já vai nascer quase saturado. A informação é de reportagem de Eduardo GeraqueAlencar Izidoro, publicada na edição desta quinta-feira da Folha (íntegradisponível para assinantes do jornal e do UOL).


O volume de passageiros esperado no sistema nos períodos de pico, logo após sua entrega, deve atingir 40.278 pessoas por hora -conforme previsto por estudo de impacto ambiental.


A demanda é considerada por especialistas excessiva para esse tipo de transporte.


A própria Bombardier, empresa canadense integrante do consórcio vencedor da licitação, afirma que esse sistema é feito para suportar até 40 mil por hora.


O Metrô, porém, defende ter feito a escolha mais adequada pelo fato de o monotrilho ser mais barato e mais rápido de implantar do que uma linha subterrânea.









sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Perfume de Mulher

A cena do Tango, do filme Perfume de Mulher (Scent of a Woman). Al Pacino sensacional.





História do Brasil, por Boris Fausto

Lembrei desses vídeos há pouco. São do período em que estudava para o vestibular.


O historiador Boris Fausto faz uma linha do tempo e comenta os diversos períodos da História do Brasil, em documentário exibido na TV Escola em 2002. Abaixo, o primeiro deles: Brasil Colônia. Na sequência, os links para os demais vídeos.







Brasil Império

República Velha

Era Vargas

Período Democrático

Regime Militar

Redemocratização

Morning

Morning, de Edvard Grieg (ou Nascer do Sol)





Não sabe, não fale

Do Observatório da Imprensa


Paulo Freire caluniado


Por Gabriel Perissé em 22/2/2011


O furor com que Reinaldo Azevedo escreve para atacar o tempo todo os mesmos alvos de sempre (Lula, PT, Dilma...) lança-o no jornalismo panfletário, carente de credibilidade. Em seu blog, "um dos mais acessados do Brasil", segundo a revista Veja, que o abriga, Tio Rei, com certa frequência, dá opiniões e palpites sobre a educação nacional.


Num dos seus recentes rompantes, ao comentar uma equivocada avaliação realizada por um professor da rede estadual, em Santos (SP) – ver a matéria no Jornal da Tarde "Professor usava crime para dar exemplo em aula" (18/0) –, relacionou o equívoco do professor ao pensamento de Paulo Freire.


Inimigo imaginário



Transcrevo trecho do seu post de 19/02:


"Uma das cascatas mais vigaristas e influentes da educação reza que o `educador´ deve respeitar o `universo do educando´, usando elementos do seu cotidiano para, a partir daí, fazer uma reflexão política. É coisa de esquerdopata, é óbvio. Seu maior teórico foi Paulo Freire, secretário da educação de Luíza Erundina na prefeitura de São Paulo e homem que introduziu em São Paulo o que ficou conhecido como `progressão continuada´ – sim, é obra do PT!


Eis aí... Se o professor não é só um vapor barato do narcotráfico ou maluco, então tem na cabeça um monte dessas titicas paulo-freirianas."


Afirmar que algo é óbvio, sem vislumbrar nuances ou fazer ressalvas, reflete, em geral, desconhecimento do assunto. A vontade de agredir supera o dever da ponderação. O professor é chamado de esquerdopata, cheio de "titicas paulo-freirianas" na cabeça... Reinaldo Azevedo estabelece que o método de ensino inspirado em Paulo Freire levaria à apologia do crime. Tenta induzir seu leitor a pensar que, pela lógica freiriana, na hipótese de o crime fazer parte do cotidiano dos alunos, os professores deveriam assumir essa realidade como algo natural.


O desejo de atacar leva o articulista a deformar seu inimigo imaginário. Certamente, podemos e devemos questionar Paulo Freire. Faz parte da dinâmica freiriana não idolatrar Paulo Freire. Mas que o questionamento seja feito com conhecimento de causa.


Que os leitores de Reinaldo Azevedo leiam o próprio educador Paulo Freire. Ou obras esclarecedoras como o Dicionário Paulo Freire (Autêntica Editora, 2008). Neste dicionário, o verbete sobre o saber do educando explica que respeitar tal saber não significa idealizá-lo. Com ele dialogamos. Somente problematizando o saber das classes populares, realizaremos o ato educativo.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Parem de ler slides! Somos alfabetizados

Importante: ressalto que nosso ambiente universitário é feito de muitos professores/educadores excepcionais. Agora, alguns abusam da nossa inteligência.


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Você, estudante de Jornalismo - ou de qualquer outro curso -, entrou na Universidade.


Foi aprovado no vestibular.


Ou pelo menos passou por alguma prova.


Ou apenas assinou o nome, mas sabia o que estava assinando.


Claro, você é alfabetizado. Certo?


Não, não tenha tanta certeza.


Pelo menos não é isso que um bom número de professores (?) universitários pensam de você.


Como se dava aula antes da invenção Power Point?


Enchia-se o "quadro-negro" de textos.


O professor (?) tinha trabalho escrevendo e você, copiando.


Hoje, não é mais assim.


O professor copia e cola textos enormes em "slides", diz que você não precisa copiar.


Ele lê os "slides" e depois envia as apresentações para o e-mail da turma.


Ele não agrega mais nada aos "slides" - a antiga lousa. Apenas lê.


Ele tem o mínimo de trabalho e você também.


Ele ganha o dinheiro dele. E você? O que ganha?


Conhecimento mínimo. Afinal, se a aula é dada dessa forma posso ficar em casa.


É chato. Desinteressante. Monótono. Perda de tempo.


Prova: decore todos os "slides". Ou complete as frases. Decore as datas e nomes.


Com isso, o educador - haha - só faz você se desinteressar pelo assunto.


Discussões que seriam produtivas são substituídas pelo "eu finjo que dou aula; você finge que aprende".


Professores, parem de ler "slides"! Somos alfabetizados!


Ensinem de verdade! Se não é pelo prazer de educar e formar bons profissionais, façam valer os salários que lhes são pagos!

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

"Relações promíscuas" às claras e às escuras

Em um novo cable do WikiLeaks, Hugo Chávez  e o ditador da Líbia, Gaddafi - sim, aquele que manda bombardear civis -, cumprimentaram-se por suas "revoluções" em encontro de discussões sobre acordos biltaterais.


O presidente venezuelano condecorou o Gaddafi com a "Orden del Libertador" e disse que "o que Simon Bolivar é para o povo venezuelano, Gaddafi é para o povo líbio".


O ditador da Líbia, no poder há quase quatro décadas, e o presidente da Venezuela, são classificados pelo embaixador Robin D. Mayer como "irmãos revolucionários".


"Nós compartilhamos o mesmo destino, uma mesma batalha na mesma trincheira, contra um inimigo comum [colonialismo, segundo o texto] e vamos vencer", finaliza o ditador.


Nesse apertar de mãos, não podemos esquecer da forte relação - às claras - dos EUA com o destronado Hosni Mubarak no Egito.


Para ler o documento na íntegra, clique aqui

Documento do Wikileaks mostra

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Prefeito de Manaus manda moradora morrer

Vítima de deslizamento de terra, moradora ouve do prefeito (?) de Manaus que se ela não quer aguardar as providências, que morra.

Via Maria Fro





domingo, 20 de fevereiro de 2011

Modelo eficiente de gestão de pedágios em SP

Da Folha



Moradores isolados por pedágio estocam gás e comem pão velho



Moradores que ficaram isolados pela implantação de uma praça de pedágio na SP-332, em Paulínia (a 117 km da capital paulista) têm que pagar R$ 7,65 até para ir à padaria, ao banco ou à farmácia. Para atenuar a passagem no pedágio, estocam gás e mantimentos. A informação é de reportagem de Alencar Izidoro, publicada na edição da Folha deste domingo (íntegra disponível para assinantes do jornal e do UOL).


Há mais de um ano quase toda a vizinhança nas proximidades da fazenda Cascata não come mais pão fresquinho, não recebe a visita da Guarda Municipal (que alega não ter isenção e nem como custear a tarifa para fazer ronda) nem a pizza do delivery. Empresas que vendem gás, galões de água e material de construção interromperam as entregas na região --exceto se a tarifa de R$ 7,65 for paga pelo próprio cliente.


O transporte público não serve de opção --por ser uma área afastada, os ônibus só passam três vezes no dia. A rota à cidade vizinha, Cosmópolis, não adianta. A 3 km, tem outro pedágio, de R$ 5,45 -na ida e na volta.



A concessionária Rota das Bandeiras afirma que a localização dos pedágios foi definida pelo governo e que os contratos não preveem a isenção da tarifa aos serviços públicos como guardas civis. Só veículos de emergência, como os da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros, estão livres de cobrança, diz.


OUTRO LADO


A concessionária não comentou a situação de isolamento de alguns moradores. A Artesp (agência do governo paulista) nega qualquer problema e diz que os moradores 'podem utilizar as vias urbanas', mas não apontou quais.


A reportagem esteve no local na última quarta, entrevistou moradores, funcionários do município e da concessionária. Teve que pagar os R$ 7,65 --ninguém soube apontar qualquer alternativa, mesmo que um atalho, para fugir da cobrança.


sábado, 19 de fevereiro de 2011

Policiais despem e revistam escrivã à força

Da Band

A corregedoria investigou o caso de uma escrivã que recebeu propina. A Band mostrou imagens exclusivas de policiais revistando a policial. Tanto o Ministério Público quanto a Justiça consideraram legal a ação da corregedoria. O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, cobrou explicações da Secretaria de Segurança Pública.


Clique aqui para ver a reportagem

Indicação de série

Do Opera Mundi



"Mad Men": a história, a roda e o carrossel


Se o jornalismo é o coração do sistema de reprodução ideológica do capitalismo, a publicidade é o cérebro. Se alguém achar que os papeis estão trocados, tudo bem. Não fará grande diferença para o que vem abaixo, uma leitura da série de TV “Mad Men”, exibida no Brasil pela HBO, mas que faz muito mais sucesso em DVD e nos arquivos baixados pela web.


A série começa em 1960 – ou seja, ainda na década de 1950, com insistem os jornalistas que acreditam que as décadas começam no ano 1 e terminam no ano 10, seguindo, claro, o calendário ditado pela Igreja Católica. Mas para a publicidade, estamos já com o pé no futuro, ou seja, a década de 1960, porque neste mundo o que conta é o novo.

E o que é novo em “Mad Men”? Primeiro, a linguagem realista. O texto e os personagens são construídos em busca de uma forte verossimilhança. Há um cuidado evidente na definição das faixas etárias em contato, dos espaços masculinos e femininos, um apego muito acima do comum para projetos televisivos em relação a “detalhes” como figurinos e marcadores de tempo.

O primeiro episódio da série (que já teve quatro temporadas completas) é, neste sentido, impressionante. A presença do cigarro e da bebida alcoólica é abusivamente explicitada, e, até mais que o figurino, funciona com um elemento de delimitação temporal. Cada personagem que aparece em cena acende um cigarro, em espaços onde hoje já não se imagina ninguém fumando, pelo menos no hemisfério ocidental: cinema, ônibus, banheiro, elevador, no consultório do ginecologista.


O cigarro está em todo lugar. A bebida, em quase todo. Num episódio bem à frente, uma criança, filha do protagonista, toma um copo de uísque e dorme, enquanto estava sendo “cuidada” por secretárias distraídas. Ele percebe, pega a criança no colo para levá-la para casa e dirige-se a elas, sem nenhuma ironia: “Bom trabalho, meninas”.


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O espaço central da trama é a sede de uma agência de publicidade, onde gravitam os personagens centrais, onde eles mais fumam e mais bebem. E onde, de certa forma, o “futuro” está ganhando seus slogans e imagens. Neste espaço, as mulheres são todas secretárias, e os homens, os chefes, que tomam suas decisões em salas confortáveis, cheias de sofás e uísque. Mas isto vai mudando aos poucos, e Peggy (Elizabeth Moss) vai representar a mudança, conquistando, não sem sofrimento, mas com muita decisão, novos problemas, cargos e salários.

As novidades do tempo se apresentam: o personagem principal, Don Draper poderia ser um herói da Guerra da Coreia (seu chefe é da geração da Segunda Guerra Mundial), caso não tivesse roubado a identidade de seu tenente no campo de batalha. Mas isso não importa, ensina o dono da agência ao jovem arrivista que tenta usar a informação para derrubar Don (interpretado por Jon Hamm). Ninguém mais quer saber desta guerra.

A guerra que conta (ainda não há a escalada do Vietnã, mas ela surgirá nas temporadas seguintes) é a da conquista de novos consumidores, e neste espaço, Don, um conquistador de belas mulheres, todas fumantes, será ainda mais importante. Ele seduz, explica, convence os clientes de que a publicidade é que faz o negócio. Que, como a galinha, ela surgiu antes do ovo. Ou vice-versa.

Há uma cena emblemática do papel da publicidade na criação de necessidades. Uma empresa conhecida (não vou citar o nome de quem pode pagar para fazer propaganda, e pelo jeito pagou caro para fazer parte da trama de “Mad Men”) tem um novo produto, um projeto de slides que utiliza um mecanismo chamado internamente pelos diretores e projetistas de “a roda”. Don está escalado para apresentar a publicidade deste novo produto. O diretor da empresa comenta as dificuldades da empreitada, mas lembra que a roda, embora não seja uma tecnologia nova, é excitante.

Don explica que, normalmente, fazer publicidade de um novo produto é relativamente fácil. A empresa chega com algo novo, que preenche uma necessidade. Você anuncia a novidade, e a publicidade informa as pessoas de que elas tinham uma necessidade que não conheciam, mas que acaba de ser preenchida. E as vendas começam.

“Mas há vezes”, explica Don, que um novo produto estabelece uma relação mais profunda com o público, que não é a relação da novidade – já havia projetores de slides no mercado –, mas a da “nostalgia”. O novo lembra que há um passado que deixou saudades. “Esse dispositivo é uma nave espacial”, explica ele. “É uma máquina do tempo”. Seu nome, portanto, não deveria ser “roda”, mas “carrossel”, como esses com que brincamos todos nos parquinhos. Quem já viu um projetor de slides desse sabe que as imagens eram colocadas no carrossel, jamais na roda.

Divulgação

Série ambientada em 1960 retrata o cotidiano de uma agência de publicidade norte-americana

“Mad Men” é, de longe, a série de TV que mais se parece com os grossos livros que a tradição realista do romance nos deixou. Ela remete a um período de ascensão profissional feminina, ao início da liberação sexual trazida pela pílula anticoncepcional, ao boom econômico das décadas de pós-guerra e ao ciclo que se encerrará com a crise do petróleo na década de 1970.

Há um clima de liberdade contida pela tradição, da força da política de perseguição à esquerda norte-americana, e os avanços são muitas vezes “explodidos” com a mesma violência com que a cabeça de John Kennedy foi feita em pedaços por um atirador. As ilusões daquele tempo são como o amor, na definição de Don Draper – algo que os publicitários inventaram para que as mulheres comprem mais.

Pode parecer, mas Don Draper não é cínico, e é por ele que torcemos – contra sua mulher histérica (Betty, vivida por January Jones), contra o passado que o intimida, contra a burocracia do Estado, contra a fofoca do escritório, contra todos os males. O homem que parece ter saído de um anúncio, capaz de dobrar seus adversários arrivistas e reverter essa energia em seu favor. O publicitário que faz chorar a sala de reuniões. Mas não se engane: quando mais achamos que ele é o cara, Don nada faz diante da demissão de um ilustrador homossexual (enrustido) que não dormiu com o cliente para salvar uma conta milionária.

Porque neste mundo realista estão todos loucos. Porque neste mundo realistas todos precisamos estar loucos.

Porque neste mundo realista a violência da roda da história só é aceitável se acreditarmos sincera e ingenuamente que ela é um carrossel.

Haroldo Ceravolo Sereza é jornalista e diretor de redação dos sites Opera Mundi e Última Instância.

Vacina contra dengue a partir de feijão

Da Folha

Pesquisa testa vacina contra dengue produzida com feijão




A Uece (Universidade Estadual do Ceará) está desenvolvendo o que pode vir a ser a primeira vacina de origem vegetal contra a dengue.


O imunizador, que deverá ser testado em humanos nos próximos meses, já se mostrou eficaz em camundongos, que conseguiram produzir anticorpos contra a doença.


O feijão-de-corda (Vigna unguiculata) ou feijão-fradinho --utilizado no preparo do acarajé baiano-- serviu de base para a produção da vacina.



Os cientistas conseguiram o feito com a inserção de genes do vírus na planta.

O custo de prevenção pode ser menor que o de tratamento", avalia a bioquímica responsável pela pesquisa, Isabel Florindo Guedes.


Mesmo antes dos testes em humanos, o Núcleo de Inovação Tecnológica da universidade cearense já trabalha na transferência da tecnologia da vacina para o mercado.


A dengue matou 1.167 pessoas em 2010 na América Latina, onde foram registrados 1,8 milhão de casos, segundo dados da Opas (Organização Pan-Americana da Saúde).

O vídeo fala por si

Via Rodrigo Hornhardt





Democracia de verdade

Do Estadão



Com ‘Lei Tiririca’, começa reforma política ‘possível’


Adoção de sistema majoritário para eleição de deputados, pondo fim aos puxadores de votos, faz parte da restrita pauta em debate

BRASÍLIA - A proposta de reforma política que começa a ser debatida no Congresso, a partir de terça-feira, deve aprovar uma mudança radical na eleição de deputados. Há uma grande chance de os partidos condenarem à morte o atual sistema proporcional, baseado em coeficiente eleitoral. No lugar entraria o voto majoritário simples. Traduzindo: quem tem mais votos é eleito.







Celso Junior/AE

Celso Junior/AE

O 1,3 milhão de votos de Tiririca elegeu deputado que ficou atrás de 10 candidatos



Hoje, as vagas são distribuídas conforme o número de votos recebidos pela legenda ou coligação. Levando em conta esse resultado, o partido tem direito a um número de eleitos, mesmo que alguns tenham menos votos que outros candidatos.

A mudança tornará inútil a figura do candidato puxador de votos, geralmente representado por algum político importante ou por celebridades. Tanto que a proposta do voto majoritário simples foi, ironicamente, apelidada de "Lei Tiririca" - ela impedirá justamente a repetição do fenômeno provocado pela eleição do palhaço, deputado pelo PR de São Paulo.

Tiririca teve 1,35 milhão de votos e ajudou a eleger candidatos bem menos votados, como Vanderlei Siraque (PT-SP), que somou 93 mil votos, menos que outros dez candidatos não eleitos.

Em eleições passadas, outros puxadores levaram a Brasília uma bancada de candidatos nanicos, como Enéas Carneiro e Clodovil Hernandez, ambos já falecidos e campeões de votos em 2002 e 2006, respectivamente. Há nove anos, Enéas foi escolhido por 1,5 milhão de eleitores e puxou mais quatro deputados, incluindo Vanderlei Assis de Souza, com ínfimos 275 votos.

"É um pouco chocante. Alguém que teve 128 mil votos não pode decidir em nome do povo, e quem teve 275 votos pode", diz o vice-presidente Michel Temer (PMDB), defensor do voto majoritário simples. "Os partidos não vão mais buscar nomes que possam trazer muitos votos, nem vão procurar um grande número de candidatos para fazer 2,3 mil votos ou menos, só para engordar o coeficiente eleitoral."

Se aprovada, a "Lei Tiririca" vai gerar um imediato efeito colateral: tornará inúteis as coligações partidárias nas eleições proporcionais. Hoje, os partidos se aliam para formar chapas para somar forças e produzir um alto coeficiente. Na nova regra, uma aliança partidária não produz qualquer efeito.

Unificação. Outra mudança em debate é a unificação das eleições e a coincidência de mandatos. A proposta é de consenso difícil, mas tem alguma chance de ser aprovada se entrar em vigor para eleições futuras, sem afetar os direitos de quem tem mandato e pode se reeleger.

Se houver consenso, os próximos prefeitos e vereadores serão eleitos em 2012 para mandato de dois ou de seis anos. No primeiro caso, menos provável, as eleições unificadas ocorreriam já em 2014. Se for um mandato de seis anos, a unificação ficaria para 2018.

Apesar da complexidade da proposta e do lado pouco prático - criaria uma supereleição em um único dia -, a ideia da reforma política, desta vez, é que ela não cometa o erro de sempre: uma debate inchado de propostas que, apesar de defendida como prioritária por todos os políticos, sempre acaba patinando. Pior: alterações significativas, como fidelidade partidária, verticalização das alianças e seu fim, acabaram sendo decididas por ordem do Poder Judiciário.

Por isso, veteranos do debate acreditam que a reforma só tem chance de passar se for restrita a poucos pontos. Em 2009, o Senado aprovou um texto que a Câmara ignorou, por não ter sido negociado em comum acordo. "Se vierem poucos pontos, pode sair. Caso contrário, não", diz o deputado Valdemar Costa Neto (PR-SP), principal líder político do partido que, no passado, ajudou a derrubar o projeto que criava a cláusula de barreira para legendas que não somassem 5% do total de votos para a Câmara Federal, o que praticamente inviabilizaria a atividade desses partidos.




Limites do jornalismo

Até que ponto determinadas ações podem ser feitas em nome jornalismo? Aliás, quais são os limites éticos para exercer a profissão?


Ronaldo recentemente se aposentou. Como justificativa, falou em motivos de saúde - um deles o hipotireoidismo, doença que, segundo o jogador, o impedia de perder peso e cujo tratamento seria considerado dopping (não é bem assim, segundo médicos).


Agora, o jogador é flagrado fumando e ingerindo álcool - e não é a primeira vez.


O tal "flagrante" revela um total descomprometimento do jogador com sua própria saúde. Mas há um porém, que talvez supere o próprio conteúdo da foto acima.


O antigo fenômeno foi fotografado dentro de sua casa, de forma extremamente invasiva. Notem que o fotógrafo burlou um muro e entre as cercas da casa do ex-atleta fez o "flagrante". Isso não é trabalho de fotojornalista. É ação de "papparazzi" dos mais incovenientes e antiéticos que existem. A privacidade do lar é inviolável - salvo em casos de justificado interesse público, o que não é o caso.


Se Ronaldo estivesse em um lugar público fumando e bebendo podemos deduzir sua vontade de ser visto assim, logo, a foto seria um escândalo. Como o fato ocorreu em ambiente privativo, o ex-jogador faz muito bem em processar o "profissional" que o fotografou em tais circunstâncias.


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Mas, e você? O que acha? Quem está com a razão? Ronaldo? O fotógrafo? Ou nenhum dos dois?

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Estadão demite 22 funcionários

Do Portal Comunique-se



O Estado de S. Paulo surpreende Redação com demissão de 22 profissionais


O jornal O Estado de S. Paulo surpreendeu seus jornalistas nesta quarta-feira (16/2) com a demissão de 22 profissionais, tanto da versão impressa, como no online. Foi o caso de Marcelo Auler, repórter de política da sucursal do Rio de Janeiro. As demissões atingiram a área administrativa, mas a maioria foi de jornalistas. De acordo com a empresa, o corte visa reduzir custos.


“O que acho estranho é que recentemente, em dezembro, foi divulgado para gente que o jornal foi o que mais cresceu no último ano. Até brincamos, dizendo que isso seria revertido na folha de pagamento. Uma pessoa da direção disse que não, que aquilo significava a manutenção dos nossos empregos”, contou Auler, que se sentiu seguro com a afirmação de estabilidade do veículo.


Segundo ele, que trabalha há quase cinco anos no jornal, algumas vagas foram congeladas. “Na sucursal do Rio, que tem umas 30 pessoas, três vagas já estavam abertas, mas eu também fui demitido”, informou.


O diretor de conteúdo do Grupo Estado, Ricardo Gandour, explicou que as demissões foram motivadas por redução de custos. “É um enquadramento nas metas orçamentárias. Foi um ajuste que já vinha sendo feito no Grupo. Já tivemos no JT e agora no Estadãoestadão.com", afirmou.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Dia do Repórter

Do Portal Comunique-se

Dia do Repórter: Jornalistas revelam desafios e "saias justas" da profissão


Saia justa de repórter não é só quando a caneta e o gravador falham, ou quando se esquece o nome do entrevistado. Além disso, os desafios da profissão são grandes. Nesta quarta-feira (16/2), dia do repórter, profissionais da rádio CBNO Globo,EstadãoR7, revista BrasileirosRede TV! contam suas experiências.


Para falar sobre as dificuldades da carreira, situações constrangedoras, relacionamento com as fontes, piores tipos de entrevistados e o que ainda falta melhorar na profissão, o Comunique-se ouviu Fabíola Reipert (R7), Ricardo Kotscho (Brasileiros), Jotabê Medeiros (Estadão), Roseann Kennedy (CBN), Chico Otávio (O Globo) e Kennedy Alencar (Rede TV! e ex-Folha de S. Paulo). Acompanhe os depoimentos:


Dificuldades
"A maior dificuldade que um repórter enfrenta é quando mentem, quando tentam enganar ele. Sendo que a gente tem a informação correta" – Fabíola Reipert.


"Desde o salário baixo, que é bem comum na nossa profissão, até processos e ameaças" – Jotabê Medeiros.


“Um dos desafios é mudar de cidade, ter que se afastar da família. Eu já fui para o interior, Curitiba, agora estou em Brasília. No dia a dia é a busca sem descanso do que é falso e verdadeiro” – Roseann Kennedy.


“É o dano moral. É um instrumento da democracia, que eu respeito, mas tornou a nossa vida mais espinhosa. Outra coisa é a falta absurda de cultura da transparência, na área de governo. Essas coisas acabam travando o seu trabalho” – Chico Otávio.


"São 46 anos de carreira, não me lembro de nenhuma em especial. Mas toda matéria é difícil de fazer e tem que ser encarada como a primeira e a última que o repórter fará" – Ricardo Kotscho.


"Cobertura da guerra no Kosovo, em 1999, e a do Afeganistão, em 2001" - Kennedy Alencar.


Saia justa
"A pior saia justa que tem é quando você percebe que a pessoa te vira a cara. Estou fazendo o meu trabalho e vejo muitas pessoas me virando a cara. Já tentaram até me bater" –
Fabíola Reipert.


“Foi um dilema ético. Foi a história de um professor de Embu que entrou em contato comigo para dizer que estava estranhando que muitos alunos estavam dormindo na sala de aula. Fui até o local e descobri que esses alunos trabalhavam de madrugada em uma olaria. Conversei com o dono da olaria e ele explicou que não obrigava ninguém a trabalhar, que não tinha funcionários registrados e que os pais dessas crianças que levam elas para trabalhar. Fiquei em dúvida se deveria publicar essa história, até para não prejudicar ainda mais essas crianças. Decidi publicar e não deu outra, no dia seguinte da publicação já tinha a polícia na olaria. Às vezes a gente quer ajudar, mas acaba prejudicando ainda mais" – Ricardo Kotscho.


"Foi em 1998. Fui na casa da Gal Costa, em Trancoso (interior da Bahia), e fomos fazer a entrevista em um restaurante. Na segunda pergunta que fiz, ela começou a gritar, disse que eu não era jornalista. Todos no restaurante pararam para ver ela gritando. Já fui fazer matéria em baile funk e com os skynheads. Mas, essa da Gal foi a maior saia justa que tive na minha carreira" – Jotabê Medeiros.


“Quando eu trabalhava em polícia passei por uma situação investigando um ponto de tráfico em Recife. Chegamos e fomos recebidos por tiros. Descemos pelo lado do córrego, com as costas no chão, cheio de lodo. Deixei de trabalhar em polícia, porque cansei de ser ameaçada de morte e ter que trocar de número de celular” –Roseann Kennedy.


“Quando o presidente da Petrobras, durante uma coletiva de imprensa, disse que eu não era bem vindo na empresa. Eu respondi que ele não era dono da Petrobras pra falar aquilo, que a Petrobras era do povo. Outras situações constrangedoras são quando as redes sociais tentam desqualificar o seu trabalho. Eu passei por isso quando enviaram um e-mail em meu nome para desembargadores” –Chico Otávio.


"Foi minha primeira reportagem para a Folha. Eu era redator e que queria me tornar repórter e me mandaram ir ao hospital que o Jânio Quadros estava internado. Eu era muito foca, 22 anos, entrei sem me identificar como jornalista e fui até o quarto que ele estava, cheguei perto e falei 'uma palavrinha' e ele respondeu 'vá à merda'. Depois disso, ele chamou os seguranças que me retiram do hospital, mas voltei e falei que queria saber se ele estava bem. No final das contas consegui conversar um pouco com o Jânio" - Kennedy Alencar.


Pior tipo de entrevistado
"É a celebridade que acha maior do que é, 'as estrelinhas'. O ruim é que tem gente que quando precisa aparecer na mídia corre atrás de nós. E quando não precisam destratam" – Fabíola Reipert.


"Eu não gosto de celebridades, até de políticos eu tento fugir. Prefiro criar novos personagens, entrevistar pessoas que são desconhecidas" – Ricardo Kotscho.


"É aquele imbuído de autoridade, que quer mostrar e impor isso na entrevista. E isso acontece em várias esferas, não somente na política" – Jotabê Medeiros.


“Não existe pior entrevistado, existe pior momento para entrevistar. O pior momento é quando o repórter tem que fazer cobertura de tragédia e entrevistar a família que perdeu alguém” – Roseann Kennedy.


“Eu sou fã do Luis Fernando Veríssimo, mas ele não é um bom entrevistado. Foi a minha entrevista mais difícil, porque ele é monossilábico, tímido. Não é por má vontade, é o jeito dele. Eu achei que ia ser uma super entrevista, mas não foi” – Chico Otávio.


"O pior tipo de entrevistado é aquele que fala pouco, que se fecha, que tem desconfiança do repórter. E ainda mais na área que cubro, bastidores da política, tem muita gente que não gosta de ouvir perguntas" – Kennedy Alencar.


Pontos a melhorar na profissão
"Melhorar as organizações de eventos, como o São Paulo Fashion Week. Tratam a imprensa como se fosse animal, ameaçam. A imprensa é tratada como intrusa, mas é necessária e merece respeito" – Fabíola Reipert.


"O que precisa mudar é que os repórteres estão indo pouco para a rua. Eles estão ficando muito tempo em frente ao computador, na redação. E na rua, você sai para fazer uma matéria e 'tropeça' em outra" – Ricardo Kotscho.


"Precisa ser dada maior cobertura ao repórter. O profissional precisa ter mais 'costas quentes'. O repórter é o elo mais fraco da matéria e precisa ser defendido pelos próprios veículos de comunicação. O repórter sofre muita pressão, um exemplo recente é o que aconteceu no jornal baiano (A Tarde)" – Jotabê Medeiros.


“Acredito que existam muito bons repórteres no Brasil, o que precisam fazer é manter a qualidade e não deixar a liberdade de expressão cair”- Roseann Kennedy.


“Mais aposta dos editores nas reportagens, mais espaço no mercado, melhores condições de trabalho” – Chico Otávio.


"Precisa investir na formação e dar oportunidades para quem realmente deseja ser repórter. Acho que a qualidade dos repórteres tem melhorado cada vez mais" – Kennedy Alencar.

Saga para chegar em casa

Parti da Av. 9 de Julho às 18h10 e cheguei ao meu destino às 20h50. São Paulo parou por conta da chuva, hoje - e sempre. Foram 61 pontos de alagamento segundo a Folha.


O trânsito fluiu bem até o Viaduto Dr. Plínio de Queiroz. Daí travou. Mais de quarenta minutos em um ônibus lotado dentro do túnel da Nove de Julho. Alguns passageiros impacientes, em meio ao monóxido de carbono cada vez mais presente no ar, diante da negativa do motorista em abrir as portas do veículo, cogitaram abri-las por conta própria.


Descemos a avenida até o entroncamento com a São Gabriel. Tudo parou novamente. E ali ficamos. Após dez minutos estacionados, o motorista abriu as portas, então descemos. Caminhei uma distância de 2,4 quilômetros até a estação (vale ressaltar que durante todo o trajeto havia um semáforo piscando e NENHUM agente da CET). Para me deparar com isso:


[slideshow]


Ouçam os relatos que fiz durante o percurso:


Pela Av. Nove de Julho, até a estação do Metrô Cidade Jardim:






Etapa final:







Após quase 3h, cheguei em casa com o tênis e a calça todos molhados e cheios de barro. É isso aí, um dia de cão é pouco...


 

Dois pesos

Do Opera Mundi


EUA ajudarão ativistas digitais a burlarem restrições na rede


A secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, anunciou nesta terça-feira (15/02) que destinará este ano mais de 25 milhões de dólares a projetos que ajudem "ativistas digitais" a contornarem restrições de "governos repressivos" na internet.



"Não há nenhuma varinha mágica na luta contra a repressão na Internet; não há nenhuma aplicação para isso", disse Hillary em um esperado discurso sobre a liberdade da internet, onde adiantou que lutará contra as barreiras, os filtros e os bloqueios impostos por governos à rede com "múltiplas" tecnologias para estar sempre "um passo à frente" dessas políticas.

Leia mais:
Pela internet, grupo organiza manifestação mundial para pedir renúncia de Mubarak
Internet é parcialmente restabelecida no Egito
Egípcios conseguem burlar bloqueio à internet

Nos últimos três anos, os EUA destinaram mais de 20 milhões de dólares a este fim, mas agora decidiu intensificar sua ajuda e desembolsar mais de 25 milhões de dólares, que serão utilizados para criar tecnologias e aplicações múltiplas, além de formar ativistas, opositores e membros da sociedade civil para burlar as barreiras.

Desta maneira, os internautas podem se adaptar constantemente às ameaças que enfrentam na rede com novas ferramentas, porque "sabemos que governos repressivos estão constantemente inovando" para criar novas barreiras como na China, Irã, Síria, Vietnã, Mianmar e Cuba, e mais recentemente no Egito.

Para debaixo do tapete

Da Folha.com



PSDB arquiva pedido para não reavivar caso Paulo Preto




Com medo de reavivar o caso Paulo Preto, o PSDB de São Paulo arquivará o pedido do deputado João Caramez para que o conselho de ética investigue o tesoureiro-adjunto Evandro Losacco, informa o "Painel" da Folha, editado por Renata Lo Prete (íntegra disponível para assinantes do jornal e do UOL).


Declarações atribuídas a ele pela revista "IstoÉ" apontam suposto caixa dois em campanhas envolvendo o ex-dirigente da Dersa.


O comando da sigla espera justificativa redigida por Losacco, recém-nomeado à direção da EMTU, para sepultar a apuração.


"A gente deveria aprender o 11º mandamento do Serra. Tucano não pode bicar tucano", resume o secretário-geral, César Gontijo, em referência a pedido feito pelo ex-governador.


Leia a coluna completa na Folha desta quarta-feira, que já está nas bancas.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Propina no Metrô de SP e DF

Do Vi o Mundo



Gilberto Nascimento: Testemunha desvenda esquema de propina do Metrô de SP e DF


por Gilberto Nascimento, do R7



Documento mostra acordo entre a Siemens Ltda., com sede em São Paulo, e a Gantown Consulting S/A, com sede no Uruguai 


Informações sigilosas de uma importante testemunha vão ajudar a desvendar um esquema internacional de propina que, segundo denúncias, teria sido montado no Brasil pelas multinacionais Alstom e Siemens.


Uma figura que acompanhou de perto contratos firmados nos últimos anos pelas duas empresas com os governos do PSDB em São Paulo e do DEM no Distrito Federal para a compra de trens e manutenção de metrô passou a fazer novas revelações e a esmiuçar os caminhos do propinoduto europeu em direção ao Brasil.


Supostos “acertos” e negociações atribuídos a representantes das duas companhias estão em um documento elaborado por essa fonte e encaminhado ao Ministério Público de São Paulo.


Contatada pelo R7, a testemunha – que se identifica apenas como F. e teme ser fotografada por causa de represálias – dá detalhes de como a propina chegava ao Brasil por meio de duas offshores (paraísos fiscais), a  Leraway e a Gantown, sediadas no Uruguai, e de como a Alstom e a Siemens teriam se utilizado da contratação de outras empresas para encaminhar o dinheiro da “caixinha” a políticos, autoridades e diretores de empresas públicas de São Paulo e de Brasília.


F. relata esquemas supostamente arquitetados para a obtenção de contratos da linha 5 do metrô no Capão Redondo, na zona sul de São Paulo; para a entrega e a manutenção dos trens série 3000 (também conhecidos como trem alemão) para o governo paulista, além da conservação do metrô do Distrito Federal.


O deputado estadual Simão Pedro (PT) encaminhará ao Ministério Público de São Paulo nos próximos dias uma representação pedindo a investigação das denúncias feitas por F..


Sob investigação na Europa


A francesa Alstom e a alemã Siemens foram alvos de investigações na Suíça e na Alemanha por causa da acusação de pagamento de suborno a políticos e autoridades da Europa, África, Ásia e América do Sul. Somente a Siemens teria feito pagamentos suspeitos num total de US$ 2 bilhões.


Um tribunal de Munique acusou a empresa alemã de ter pagado propina a autoridades da Nigéria, Líbia e Rússia. O ex-diretor Reinhard Siekaczek acrescentou que o esquema de corrupção atingiria ainda Brasil, Argentina, Camarões, Egito, Grécia, Polônia e Espanha.


Já a propina paga pela Alstom em diversos países – incluindo o Brasil -, pode ter sido superior a US$ 430 milhões, de acordo com os cálculos da Justiça suíça. No Brasil, a empresa foi acusada, por exemplo, de pagar US$ 6,8 milhões em propina para receber um contrato de US$ 45 milhões no metrô de São Paulo.


A francesa Alstom fabrica turbinas elétricas, trens de alta velocidade e vagões de metrô. Maior empresa de engenharia da Europa, a alemã Siemens faz desde lâmpadas até trens-bala. As duas companhias são concorrentes, mas em determinados momentos na disputa tornavam-se aliadas, conforme a testemunha.


Para trazer o dinheiro ao Brasil


O esquema para mandar dinheiro ao Brasil via offshore, revela F., conta com a participação das empresas Procint e Constech, sediadas na capital paulista e pertencentes aos lobistas Arthur Teixeira e Sergio Teixeira. As offshores Leraway e Gantown seriam sócias da Procint e da Constech. F. mostrou cópias de contratos firmados pela Siemens da Alemanha com as duas offshores. Segundo ele, esses contratos comprovam o envolvimento da empresa alemã no esquema.


As offshores também teriam sido utilizadas, diz a testemunha, em outros contratos com empresas como a MGE Transportes, TTetrans Sistemas Metroferroviários, Bombardier (canadense), Mitsui (japonesa) e CAF (espanhola).


Há dois anos, parte dos documentos em poder de F. foram enviados para o Ministério Público de São Paulo e para o Ministério Público Federal. Promotores confirmaram a veracidade de informações ali contidas. No entanto, ainda não conseguiram colher o depoimento da testemunha, localizada agora pelo R7.


O promotor Valter Santin confirmou que o caso já vem sendo investigado, mas disse que não pode revelar detalhes “por ser sigiloso e envolver conexões internacionais”.


Documentação


Uma documentação bem mais ampla – só agora exibida ao R7 – foi enviada por F., em 2008, ao escritório de advocacia Nuremberg, Beckstein e Partners,  da Alemanha. Na época, o escritório atuava como uma espécie de ombusdman da Siemens.


- Por que a Siemens não investigou as denúncias encaminhadas e por que a companhia no Brasil foi poupada nas investigações? Não foi por falta de informação, pois a carta mencionada revelava todos os nomes e detalhes e incluía provas dos esquemas de corrupção, avalia F.


Por meio de uma nota, a Siemens diz conduzir seus negócios “dentro dos mais rígidos princípios, legais, éticos e responsáveis” e afirma não ter firmado contrato em parceria ou consórcio “com nenhum concorrente no que tange à manutenção de metrôs”.


Na mesma linha, a Alstom afirmou em um comunicado que segue “um rígido código de ética, definido e implementado por meio de sérios procedimentos, de maneira a respeitar todas as leis e regulamentações mundialmente”.  A empresa disse que está colaborando com as investigações e “até o momento, as suspeitas de irregularidades em contratos não foram comprovadas e não estão embasadas em provas concretas”.


O Metrô de São Paulo e a CPTM afirmaram, por meio de nota, que desconhecem os fatos mencionados e esclarecem que os seus contratos firmados com qualquer empresa “obedecem à legislação específica que norteia a lisura do processo licitatório, além de serem submetidos ao Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE)”.


Já o Metrô do DF afirmou, em nota, que desconhece as irregularidades apontadas e que “a licitação foi acompanhada em todas as suas etapas pelos órgãos de controle externo, em especial o Tribunal de Contas do Distrito Federal”. Veja a íntegra da nota:


“O Metrô-DF desconhece as supostas irregularidades apontadas anonimamente pela reportagem do Portal R7 e, ressalta que:


- O processo de licitação para a manutenção do Metrô-DF (transcorrido em gestão anterior), seguiu a modalidade de licitação de concorrência pública tipo técnica e preço, sendo que no primeiro aspecto as duas empresas finalistas receberam a pontuação máxima;


- No quesito preço, o consórcio Metroman apresentou a melhor proposta (menor preço), vencendo então a licitação;


- A licitação foi acompanhada em todas as suas etapas pelos órgãos de controle externo, em especial o Tribunal de Contas do Distrito Federal;


- O consórcio Metroman vem atendendo satisfatoriamente todas as demandas de manutenção apresentadas pelo Metrô-DF.


Coordenação de Comunicação do Metrô-DF”

EUA querem derrubar mais Ahmadinejad do que Mubarak


Não me lembro desse empenho todo dos EUA para derrubar Hosni Mubarak. Vocês se lembram?


Do R7 (via @estadao)



EUA criam conta no Twitter em farsi para incentivar protestos de iranianos


Governo insiste para que o Irã permita manifestações de forma pacífica e livre


Reprodução





Página do Departamento de Estado americano onde mensagens são escritas em farsi, com o foco no público iraniano




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O Departamento de Estado dos Estados Unidos começou a escrever neste domingo (13) mensagens em farsi no microblog Twitter, para dirigir-se aos iranianos e insistir na necessidade de que o Irã permita que sua população se manifeste de forma pacífica e livre, como no Egito.

No lançamento de sua nova conta no Twitter, @USAdarFarsi, os EUA evocaram "o papel histórico" que as redes sociais tiveram para os iranianos nos protestos, após as eleições presidenciais de 2009 contra a então reeleição do presidente Mahmoud Ahmadinejad.

"Queremos nos unir a vocês, às suas conversas diárias", escreve o Departamento de Estado em uma mensagem.

Os EUA também acusaram no domingo as autoridades iranianas de hipocrisia, já que saúdam a revolta egípcia e ao mesmo tempo proíbem a realização de protestos antigovernamentais em seu território.

Nesta segunda-feira (14), milhares de pessoas tentavam se reunir em diferentes regiões do centro de Teerã no início da tarde, apesar de a polícia e as forças de ordem tentar impedi-las, segundo testemunhas e vários sites de oposição.

O farsi é a língua oficial no Irã e um dos idiomas oficiais de Afeganistão e Tadjiquistão.

Após dias de pressão popular, Mubarak abandonou a Presidência do Egito na sexta-feira (11), após passar 30 anos no poder.


 

Carta na manga

Do Portal Comunique-se



Record exibirá documentário polêmico sobre TV Globo, diz jornal


Após quase dois anos na gaveta, a Record exibirá o documentário “Muito além do cidadão Kane”, comprado em 2009 do britânico John Ellis, informa o Jornal do Brasil desta segunda-feira (14/2). O polêmico documentário foi exibido pela primeira vez em 1993 pela TV britânica Channel 4, e conta detalhes da vida de Roberto Marinho, fundador da emissora carioca, além de falar do poder daGlobo na sociedade brasileira. No entanto, a data de veiculação do documentário ainda não foi divulgada.

O vídeo ainda é inédito no Brasil, mas pode ser acessado em diversos sites. O documentário faz referência ao filme Cidadão Kane, de Orson Welles, que trata da vida de um magnata da mídia.


“Muito além do cidadão Kane” também aborda a influência da emissora carioca nas eleições de 1989, quando Fernando Collor de Mello chegou à Presidência da República.

Em entrevista ao Jornal do Brasil, John Ellis disse que ao vender o documentário, não sabia da disputa entre as duas emissoras.

Em 2009, quando o documentário foi adquirido pela emissora brasileira, a Record combatia as acusações do Ministério Público de São Paulo contra o bispo Edir Macedo, proprietário do canal, e outros nove membros da Igreja Universal do Reino de Deus, de lavagem de dinheiro. As denúncias foram repercutidas por alguns veículos, inclusive a TV Globo, que fez reportagens especiais sobre o assunto.

Procurada pelo Comunique-se, a Record negou que exibirá o documentário em breve e disse não haver previsão para a estrea do vídeo no Brasil.
http://video.google.com/googleplayer.swf?docid=-570340003958234038&hl=pt-BR&fs=true

 




Ei, Al Capone, vê se te emenda

Do Opera Mundi

Hoje na História: 1929 - O massacre do Dia de São Valentim: Al Capone acerta contas com gangue rival


Em Chicago, no dia 14 de fevereiro de1929, sicários suspeitos de estarem a serviço do chefe do crime organizado, Al Capone, eliminam sete membros da gangue de George "Bugs" Moran numa garagem da rua North Clark. O famigerado Massacre do Dia de São Valentim provocou uma verdadeira onda na imprensa centrada em e em suas atividades ilegais desafiando a Lei Seca, motivando as autoridades federais a redobrar seus esforços para encontrar evidências suficientemente incriminatórias para tirá-lo das ruas.

Wikimedia Commons

Fotografia do Departamento de Justiça dos EUA mostra Al Capone em junho de 1931

Alphonse Capone nasceu no Brooklyn em 1899, filho de imigrantes italianos de Nápoles. O quarto de nove irmãos, abandonou a escola no 6º grau pára se juntar a uma gangue de rua. Conheceu Johnny Torrio, chefe do crime que operava em Chicago e Nova York e aos 18 anos empregou-se num clube de Coney Island de propriedade do gangster Frankie Yale. Foi enquanto ali trabalhava que seu rosto foi cortado em uma briga, o que lhe valeu o apelido de Scarface (cicatriz na face).

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Em 1917, sua namorada ficou grávida, casaram-se e se mudaram com o filho para Baltimore, onde Capone tentou construir uma vida respeitável trabalhando como guarda-livros. Em 1921, porém, seu velho amigo atraiu-o para Chicago, onde Torrio havia montado um impressionante sindicato do crime e começava a fazer fortuna com o comércio ilícito de bebidas alcoólicas, banido em 1919 pela 18ª Emenda à Constituição.

Capone demonstrou considerável sagacidade para o negócio, tendo sido indicado por Torrio como gerente de um bar clandestino. Mais tarde, Torrio encarregou-o de controlar o subúrbio de Cicero. Diferente de seu chefe, que era sempre discreto, Capone ganhou notoriedade ao lutar pelo controle do arrabalde.

Em 1925, Torrio foi alvejado 4 vezes por Bugs Moran e Hymie Weiss, sócios de um bandido assassinado pelos homens de Torrio. Torrio sobreviveu e, levado às barras do tribunal, foi sentenciado a nove meses de prisão por tentar deter uma ação policial contra sua cervejaria. Um mês depois, chamou Capone à cadeia para dizer-lhe que estava se retirando e que lhe entregava todo o negócio.

Capone mudou seu quartel-general para o luxuoso Metrópole Hotel, tornando-se uma figura visível na vida de Chicago enquanto seu império criminoso se expandia continuamente. Depois que um procurador foi assassinado pelos sequazes de Capone, a polícia passou a agir agressivamente contra suas operações criminosas, sem poder, no entanto, provar nada contra ele. Capone comprou um imóvel luxuoso em Miami como refúgio a sua exagerada exposição.

Capone estava na Florida em fevereiro de 1929 quando deu sinal verde para a eliminação de Bugs Moran. Em 13 de fevereiro, um contrabandista ligou para Moran oferecendo-lhe vender uma carga de caminhão de uísque de alta qualidade por preço baixo. Moran mordeu a isca e na manhã seguinte dirigiu-se ao local de entrega onde deveriam comparecer também vários de seu bando. Chegou um pouco tarde e no exato momento em que chegava à garagem viu o que parecia dois policiais e dois detetives saindo de um carro e dirigindo-se à porta do prédio. Imaginando que tinha evitado por pouco uma batida policial, Moran afastou-se. Os quatro homens eram sicários de Capone e só entraram no edifício antes da chegada de Moran porque se enganaram pensando que entre os sete homens que já lá estavam um era o próprio chefão.

Usando uniformes policiais roubados e pesadamente armados, o bando de Capone surpreendeu os homens de Moran que tiveram de se enfileirar contra a parede. Imaginando que tinham caído presas de uma batida de rotina, deixaram-se desarmar. No momento seguinte, foram alvo de uma saraivada de tiros de pistola e submetralhadora. Seis morreram instantaneamente e o sétimo resistiu menos de uma hora.

A opinião pública ficou chocada com o assassinato a sangue-frio e questionavam se o pecado da bebida sobrepujava a maldade de gangsters como Capone. Embora, como de costume, exibisse um álibi perfeito, muitos não duvidavam de sua participação no massacre.

Com um mandato de Herbert Hoover, o novo presidente, o Departamento do Tesouro levou a cabo uma investida contra Capone, esperando encontrar provas suficientes de violação à Lei Seca e ai Imposto de Renda a fim de levá-lo aos tribunais. Em maio de 1929, Capone foi condenado por portar arma oculta e enviado à prisão por 10 meses. Entrementes, agentes do FBI, como Eliot Ness, um dos “Intocáveis”, continuava a reunir provas.

Em junho de 1931, Capone acusado de evasão do imposto de renda. Em 17 de outubro, principalmente com base no depoimento de dois de seus ex-contadores, foi considerado culpado. Uma semana depois foi sentenciado a 11 anos de prisão e 80 mil dólares de multas e custas processuais. Ingressou na penitenciária de Atlanta em 1932 e em 1934, transferido para a nova prisão da ilha de Alcatraz, na baía de San Francisco. Nessa altura a Lei Seca já havia sido revogada e o império de Capone, ruído.

Libertado, em 1939, após somente 7 anos de cárcere devido ao bom comportamento e créditos por trabalhos penitenciários, Capone sai doente de recidiva de sífilis contraída na juventude. Trata-se num hospital de Baltimore e em 1940 retira-se para sua casa em Miami, onde viveu até sua morte em 1947. Seu rival, Bugs Moran, morreu pouco depois de câncer de pulmão enquanto cumpria sentença em Kansas por roubo a banco.

Outros fatos marcantes da data:
14/02/1989 - Sandinistas da Nicarágua concordam em celebrar eleições livres
14/02/1941 - O Afrikakorps do general alemão Erwin Rommel desembarca em Trípoli
14/02/1946 - É criado o primeiro computador totalmente programável

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Trocar ditadura por ditadura

Estive pensando nisso. Quais as garantias dos egípcios? Como saber se não trocaram uma ditadura por outra, ainda pior?


Do Blog do Nassif



Celebração egípcia é prematura


Autor:





Do Blog de Paulo Kaustscher no Brasilianas

LONDRES, 12/Fev – O escritor e professor britânico Rodney Shakespeare advertiu os egípcios de que pode ser prematuro celebrar a vitória da sua revolução após a expulsão do antigo presidente Hosni Mubarak.

"O júbilo egípcio é prematuro. Os regimes não se desmantelam voluntariamente a si próprios se houver algum meio de evitá-lo", declarou Shakespeare, que também é um importante advogado.

"A dura realidade é que os tiranos, torturadores, sionistas e fantoches americanos ainda estão no poder e a única coisa que os restringe é o medo de uma divisão no exército", afirmou

"Há um enorme perigo de que o povo egípcio esteja a assumir ter vencido quando, no essencial, pode ter perdido", advertiu em entrevista à Islamic Republic News Agency (IRNA).

O académico britânico, que ensina economia e justiça social, afirmou que há "necessidade urgente de o povo egípcio exigir um retorno sem reservas ao poder civil".

Se isto não for feito, considerou que os manifestantes – que actuaram em massa por todo o país durante os últimos 18 dias – deveriam "utilizar o seu êxito presente como inspiração para um esforço ainda mais determinado".

"No imediato, a televisão do estado deve ser aberta, as leis de emergência finalizadas, a polícia secreta inteiramente desmantelada, os presos políticos libertados, todas as estruturas políticas dominantes desmanteladas, os partidos políticos permitidos organizarem-se livremente e jornalistas estrangeiros bem-vindos".

Shakespeare considerou que o exército egípcio deveria ser colocado na sua "tarefa própria – proteger a integridade territorial do Egipto – e fazer uma declaração de que o Egipto nunca será controlado outra vez pelo capital estrangeiro, sionistas ou qualquer forma de interesses estrangeiros".

"Todo militar superior deve fazer um juramento público de lealdade ao governo civil o qual será o resultado de eleições livres e juros", disse à IRNA.

Embora acredita improvável que generais corruptos e afins sejam presos e postos em julgamento, considerou que "a todas as figuras gradas do presente regime deveria ser exigido que declarassem os seu activos, com enormes penalidade para falsa declaração".

"Activos que não podem ter sido razoavelmente adquiridos deveriam ser confiscados", acrescentou Shakespeare.

O original encontra-se em http://www.irna.ir/ENNewsShow.aspx?NID=30240644&SRCH=1


 

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Grupo Era

Dois clipes do grupo Era que eu gosto bastante:

Ameno







Divano

[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=mGZ9mYVV5s0&feature=related]

Veja mente, segundo Al Jazeera

Do Blog do Nassif

Também a Al Jazeera afirma que Veja mente


Portal IMPRENSA - Artigo da Veja sobre Al Jazeera é mentiroso, afirma correspondente da emissora no Brasil





Artigo da Veja sobre Al Jazeera é mentiroso, afirma correspondente da emissora no Brasil

Luiz Gustavo Pacete/Redação Revista IMPRENSA

O correspondente da TV Al Jazeera no Brasil, Gabriel Elizondo, disse ao Portal IMPRENSA que o artigo anônimo publicado na edição do dia 9 de fevereiro da revista Veja contém erros factuais e mal-entendidos sobre a emissora do Catar. "Vários pontos desse artigo não são verdadeiros. Os fatos não estão corretos. Lamento que uma revista tão importante no Brasil faça isso. Mandei inclusive uma carta ao Itamaraty esclarecendo os equívocos da matéria", diz ele.

Sob o título "Programa Radical" o artigo inserido em uma matéria falando sobre as revoluções no Egito, diz que a "rede de televisão se transformou em importante agente político no Oriente Médio". Gabriel contesta afirmando que a emissora não é um agente e segue o critério utilizado por qualquer veículo sério de comunicação: imparcialidade, apuração e busca pela verdade. "Jamais a emissora foi e nem pretende ter pretensões políticas", reitera.

O artigo diz que a "Al Jazeera com sua capa de modernidade e independência jornalística, tem uma agenda política clara e agressiva, e violentamente antiamericana". O jornalista comenta que a emissora possui sim um perfil agressivo, e isso a difere de outras redes de TV no Oriente Médio. Entretanto, ele diz que nunca a Al Jazeera tomou partido de nenhuma campanha ideológica, principalmente contra os Estados Unidos ou Israel.

Quando Gabriel, que é americano, entrou na rede em 2004, trabalhou no escritório da Al Jazeera em Washington DC e, antes de vir ao Brasil, foi correspondente na Colômbia. "Jamais nossa emissora vai ter uma posição anti-Estados Unidos ou Israel. Temos quatro escritórios nos Estados Unidos, em Israel temos grandes equipes. Neles convivem jornalistas árabes e americanos". Elizondo reforça que a Al Jazeera foi a primeira emissora do oriente Médio a entrevistar oficiais do Governo de Israel.

Ele também contesta o trecho que diz que "a cobertura copiosa é extremamente favorável ao movimento popular anti-Mubarak no Egito ganha um significado diferente quando comparado ao comportamento da Al Jazeera em relação às manifestações no regime iraniano". Gabriel defende que a presença da emissora no Egito não está relacionada a uma motivação para tirar Mubarak do poder, mas porque foi o primeiro canal de TV a transmitir os acontecimentos e já estava na rua antes dos protestos, falando inclusive com pessoas do governo.

O jornalista também defende a integridade jornalística de Wadah Khanfar, diretor geral da emissora, que segundo a revista foi membro da Irmandade e chegou a ser preso na Jordânia. "Ele é um verdadeiro jornalista, começou na emissora como correspondente em 1997 e cobriu algumas das áreas mais perigosas e hostis do Iraque e do Afeganistão durante suas guerras".  Gabriel aponta como um absurdo afirmar que o grupo palestino rival Fatah é boicotado pela emissora. "Isso é uma mentira deslavada. No mesmo dia que saiu esse artigo nós fizemos uma entrevista de 20 minutos com um membro do Fatah".

Gabriel afirmou que assim que tomou conhecimento do artigo enviou uma carta ao Itamaraty e a diversas entidades brasileiras desmentindo o artigo e esclarecendo a posição da emissora. Ele afirma que entrou em contato com a revista por e-mail e recebeu um telefonema do jornalista responsável, que disse não saber que existia um correspondente da emissora no Brasil, e por isso não o ouviu. "É uma boa revista, mas infelizmente publicou essas mentiras. Mas estamos acostumados a lidar com isso, nos Estados Unidos durante o governo Bush sofríamos retaliações de veículos muito mais importantes do que a Veja".

O Portal Imprensa procurou a redação da revista Veja que informou não se pronunciar sobre o assunto.

Veja a íntegra da carta:
São Paulo, 8 de fevereiro de 2011

Aos cuidados:

Diretor de Redação, Veja

Prezados Senhores,

Existem vários erros factuais e mal-entendidos sobre a rede Al Jazeera em seu recente artigo anônimo intitulado "Programa Radical" (Veja, edição 2203).

A rede Al Jazeera é composta por mais de 3.000 funcionários sendo de 60 nacionalidades e trabalhando em mais de 45 escritórios em todo o mundo. Somos jornalistas. Não somos "violentamente anti" nada.

Você está certo, nós temos uma agenda, mas a agenda é relatar os fatos de todos os ângulos e todas as opiniões, usando nossos vastos recursos ao redor do mundo. Isso é o que jornalistas fazem. E isso é o que nós fazemos.

Estamos particularmente orgulhosos do nosso jornalismo e dos recursos que utilizamos no mundo em desenvolvimento e não vamos pedir desculpas por isso.

Devo esclarecer a informação deturpada em seu artigo sobre Wadah Khanfar, diretor-geral da Al Jazeera desde 2003. Ele é um verdadeiro jornalista, começou na Al Jazeera como correspondente em 1997 e cobriu algumas das áreas mais perigosas e hostis do Iraque e do Afeganistão durante suas guerras.

Suas credenciais de jornalismo, e sua ficha na rede Al Jazeera, que agora líder, e para qual que tenho trabalhado há quase 7 anos, falam por si.

Gabriel Elizondo
Correspondente, Al Jazeera English, São Paulo - Brasil