quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Minha paciência abortou

Já estou cansado (e imagino que não só eu) do púlpito no qual essa campanha presidencial se tornou. No ritmo que vão as coisas, no lugar de mesários verificando os títulos, as seções eleitorais terão padres conferindo se a carteirinha de sócio da igreja está em dia  (mas, atenção: só vale documento com foto, porque nem em nome do pai, do filho e do espírito santo, será aceito para votar se não tiver foto) , se o "fiel-eleitor" está comungando direitinho; no lugar de urnas eletrônicas, pequenas embalagens para você contribuir com uma pequena "doação de campanha". E, no final, ao invés de comprovante, você receberá um terço de bolso e uma pequena bíblia.


Convenhamos, candidatos, há temas mais importantes para ser discutidos do que essa lenga-lenga religiosa - vivemos num país laico (?) - portanto, o que me importa se o candidato é devoto, ateu ou satanista? Isso fará dele um melhor presidente?


Meu recado aos padres: que tal se dedicarem à investigação e punição de abusos cometidos por membros da sua igreja contra "criancinhas" inocentes? Seria de mais validade para a "ética e todos os valores de defesa da vida".


Já abortaram com minha paciência. Se Deus existe ou está com muita raiva de como têm sido usados seus instrumentos - politicamente- , ou ele está rindo muito, mas muito mesmo.

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