domingo, 31 de outubro de 2010

Com mais de 85% das urnas apuradas, a candidata do PT Dilma Rousseff está eleita. Esse é um momento histórico para o país, pois temos a primeira mulher na presidência.


Votei em Dilma e considero que a eleição de Serra representaria um retrocesso aos avanços conseguidos por Lula. O candidato do PSDB seria uma ameaça principalmente à liberdade de expressão (basta ver os casos de Heródoto Barbeiro e Gabriel Priolli, da TV Cultura e Maria Rita Kehl, demitida do Estadão). Quem critica a regulamentação da atividade jornalística não é contra a liberdade de expressão, mas quem "pede a cabeça" de jornalistas sim.




[caption id="" align="alignleft" width="251" caption="Apesar das investidas do "imparcial" partido midiático, Dilma Rousseff é eleita. A primeira mulher a ocupar a presidência da República no Brasil"][/caption]

Grande parte da velha mídia fez um papel que beirou o ridículo na cobertura eleitoral. Escondendo dados desfavoráveis ao candidato que representavam, distorcendo informações, publicando meias-verdades ou mentiras e, é claro, insistindo na velha fórmula do apartidarismo, imparcialidade e isenção - talvez a maior mentira contada aos espectadores e leitores - por isso, digo que essa parte da mídia (com exceção do Estadão e da Carta Capital) ficou enrustida com relação à escolha de seu candidato. Dilma foi engolida a seco e as manipulações são surtiram o efeito acachapante que se esperava. Espero que nas próximas eleições, a velha mídia tome vergonha na cara e saia do armário.


Ambas as campanhas foram fracas ao discutir propostas. As discussões foram focadas em temas menores, como aborto e religiosidade dos candidatos, além de ataques pessoais. Temas centrais ficaram fora do debate.


Aliás, aos padres e pastores que trabalharam na clandestinidade: não foi dessa vez que vocês encheram suas batinas de dinheiro e utilizaram-se da fé e da boa-fé dos fiéis com sucesso.


Agora, é torcer para que seja feito um bom governo e acompanhar de perto suas ações. Que venha o Brasil pós-Lula, aquele que não tem José Serra na capa, mas sim, Dilma Rousseff.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Johnny Depp é o caramba

Exposição na Espanha mostra crueldade da pirataria após século 16


Da BBC

Uma exposição na cidade de Sevilha, Espanha, está contando a história dos piratas que aterrorizaram os mares após o início das Grandes Navegações, no século 15.

Rompendo com as versões romanceadas popularizadas por filmes como Piratas do Caribe, a história real, que emerge de depoimentos originais registrados no período, é de violência e crueldade.

Os relatos falam, por exemplo, de El Olonés, um francês conhecido em seu tempo como o mais cruel dos piratas caribenhos. Ele abria o peito de sua vítima, arrancava seu coração e o comia diante da tripulação.

São 170 peças, entre documentos e maquetes, que contam a história do ponto de vista da Espanha.

O evento, intitulado Mare clausum, Mare liberum, La piratería en la América española (Mar Fechado, Mar Livre, A pirataria na América espanhola), está sendo realizado pelo Archivo General de Indias e teve sua data de encerramento adiada devido ao grande interesse do público.

Versão Idealizada

"A imagem que chegou aos nossos dias mostra os piratas como aventureiros e até heróis", disse à BBC um dos guias da exposição. "A literatura e o cinema deram a eles uma aura romântica, mas a realidade era muito diferente".

"O título (da exposição) faz alusão às teorias que predominavam na Europa desde o descobrimento da América", explica o guia. "A Espanha apoiava a teoria do mar fechado, que lhe dava acesso exclusivo às novas riquezas, enquanto países como França e Holanda, que também queriam um quinhão do Novo Mundo, defendiam a teoria do mar aberto".

Franceses: Os primeiros

O primeiro caso de pirataria documentado ocorreu em 1522, quando o francês Jean Fleury interceptou a embarcação que levava os presentes do imperador asteca Montezuma ao conquistador espanhol Hernán Cortés.

Entretanto, o próprio Cristóvão Colombo tinha sido atacado antes, perto dos Açores, quando retornava de sua terceira viagem à América.

"Os primeiros a atuar foram os franceses. Os ingleses não apareceram até o final do século 16. Holandeses e dinamarqueses vieram depois do século 17", disseram à BBC as curadoras da exposição, Falia González e Pilar Lázaro.

"Foram três séculos de pressão constante sobre o tráfico marítimo mantido pela Espanha e de repetidos assaltos contra suas embarcações".

As Índias Ocidentais (como era chamado no período o continente Americano), eram um território imenso que a Espanha não podia povoar por completo, e os piratas estavam conscientes da debilidade e vulnerabilidade de seus portos.

A exposição detalha, por exemplo, a situação da cidade de Santa Marta, a mais antiga da Colômbia, destruída 20 vezes em um período de 50 anos.

Assim, aos poucos, as lendas de dragões e monstros que até então inundavam o oceano Atlântico deram lugar a uma fauna de personagens rudes e ambiciosos, tatuados ou amputados por espadas e canhões.

Mas havia vários tipos de piratas.

Leia na íntegra aqui

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Fotos: "São Paulo: a cidade que para"

Confira no Flicker (aqui) ou na barra ao lado as fotografias que eu tirei com a temática "São Paulo: a cidade que para"

A essência: não há uma única verdade; há múltiplas verdades. Tudo depende do seu viés ideológico e da sua visão de mundo.


Ontem, na segunda palestra que escolhi para participar, do V Encontro de Comunicação e Letras, no Mackenzie, o tema foi dos mais espinhosos, interessantes e me recolocou em "dúvida existencial" sobre o fazer jornalístico.


Pela comemoração dos 10 anos do curso de Jornalismo, quatro ex-Mackenzistas foram debater a questão das ditas mídias "alternativas" em contraposição às grandes empresas midiáticas nacionais (no mesmo dia e no mesmo prédio, Otávio Frias Filho, falava sobre o "Jornalismo do Futuro". Não assisti a essa palestra, mas suponho que ele tenha falado sobre o jornal dele (Folha) e não sobre jornalismo, esse último, parece que há muito foi esquecido pela grande (?) imprensa).


Mediada pelos professores Cicélia Pincer e Edson Capoano, conversaram conosco:


Camila Alam - jornalista, é repórter de Cultura da revista Carta Capital. Para conferir seu trabalho na revista, basta clicar aqui.


Carolina Lopes - jornalista, é editora do portal educacional KlickEducação.


Thiago Domenici - jornalista, um dos autores do blog Nota de Rodapé. Trabalhou cinco anos na revista Caros Amigos, chegando a secretário de redação.


Tomás Chiaverini - jornalista e escritor, trabalha hoje na revista Piauí. Tem publicados dois livros: Cama de Cimento (Ediouro, 2007) e Festa Infinita (Ediouro, 2009). Foi selecionado pelo programa de treinamento do jornal Folha de S. Paulo, onde trabalhou por mais de 2 anos.


Além de ter cursado Jornalismo no Mackenzie, esses belos profissionais têm o mérito de atuar fora dos grilhões da imprensa tradicional. Nem vou me ater a ficar reproduzindo as falas e os assuntos discutidos durante a conversa franca e descontraída: está tudo na "linha-editorial" desse blog. Tudo depende da sua visão de mundo, segundo Carolina. E assim o é, de fato.


E esse é meu grande dilema: será que minha visão de mundo comporta trabalhar nesses veículos midiáticos que eu critico e que por diversas razões, creio mais errarem do que acertarem? E a questão do reconhecimento? Thiago diz que a parte financeira é muito ruim. E lembremos que grandes blogueiros hoje, como Paulo Henrique Amorim tem sua fama e credibilidade por ter passado pelos outros veículos da grande imprensa.


Confiram o trabalho que essas moças e moços desenvolvem, vale muito a pena.

A cada dia mais, confirmo que Jornalismo e jornais são coisas muito, mas muito, distantes.


Mesmo diante das diversas situações, aprendi que devemos ter o poder de criticar, mesmo sendo o lado o qual achamos mais correto. Juro que tentei identificar o tal segundo objeto que atingiu José Serra. Mas não consegui sequer localizá-lo no vídeo, enfim. Fato é que houve tumulto durante a passeata do candidato tucano que aparentemente foi provocado por militantes adversários.


O negócio já começa errado. É como colocar duas torcidas mega-adversárias para andar juntas rumo ao estádio de futebol, portanto já estavam errados  os tais "mata-mosquitos" que impediram a passagem das pessoas que faziam caminhada com Serra. Agora, a truculência dos seguranças do tucano é ruim também.


Agora, francamente ridículo foi a forma como o incidente teve cobertura pela Globo, principalmente. A encenação de Serra também foi ridícula. A atitude dos militantes do PT e do PSDB foi ridícula. Aliás, a campanha tem sido ridícula. Para os que querem verificar o que eu digo, basta ler o Conversa Afiada, o Luís Nassif Online, o Escrevinhador, o Vi o mundo, o blog da Maria Frô, o Jornalismo B e a blogosfera "suja" (tratamento dado aos blogs pelo candidato do PSDB) empenhada em buscar outras verdades que não aquelas impostas pelos grandes conglomerados de mídia. Chegarmos ao ponto de vaias das políticas de uma emissora dentro da própria, prenuncia tempos piores do que esses...


Acompanhem os blogs acima e a "grande imprensa". Tirem suas próprias conclusões.

TV Glônibus

Ontem, fui surpreendido ao entrar em um ônibus que faz a linha Terminal Campo Limpo - Praça Ramos de Azevedo (8700/10) e ver duas televisões suspensas no teto. Até aí, nada fora do normal, afinal de contas, tem se tornado a cada dia mais comum esses aparelhos com programação educativa e de serviços, além de comerciais.


Porém, o que me chamou a atenção foi, justamente, a programação da tal TV. Ana Maria Braga fazia um enrolado não sei de que, o qual tinha "muçarela" (estava grafado assim na legenda). Imaginei se tratar de apenas uma parte do que seria veiculado e é ai minha surpresa: resumos de todas as novelas da Globo, SPTV, Jornal Hoje, Bom dia Brasil, Bom dia São Paulo, Fantástico e até Globo Rural, além do Mais Você. Quase 1h de pedaços de programas da TV Globo entrecortados por alguns segundos de comerciais.


Assisti tudo esperando ver algo de outra emissora, mas nada. Recomeçou com a culinária e sua "muçarela". A TV Globo já está (oni)presente nos lares brasileiros e agora isso nos ônibus também. Onde vamos parar?


Aliás, agradeceria se alguém das leis pudesse dizer se esse "monopólio" é legal ou não.


Não sei quantos ônibus são e se em todos os que têm TVs acopladas exibem a mesma coisa. Fiquei profundamente incomodado com isso.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Jornalismo B, Dialógico e Diário Gauche debatem cobertura eleitoral

Post do blog Jornalismo B



Jornalismo B, Dialógico e Diário Gauche debatem cobertura eleitoral


20 outubro 2010




Na tarde desta quarta-feira participei de uma mesa redonda sobre a cobertura das eleições, na Semana Acadêmica da Faculdade de Comunicação da UFRGS. Junto comigo, estiveram Claudia Cardoso, do blog Dialógico, e Cristóvão Feil, do Diário Gauche. Cerca de 30 estudantes assistiram ao debate, no auditório da faculdade. Gostaria de explicar aqui o que os outros dois participantes falaram, mas creio que nada melhor do que a leitura de seus blogs para entender como pensam, e o espaço aqui seria curto para tudo o que foi levantado. Por isso, vou resumir aqui rapidamente o que falei, destacando a importância desse tipo de encontro para que aconteça a fundamental troca entre estudantes e palestrantes e entre os próprios debatedores.


São três os eixos principais da disputa midiática no Brasil: a mídia hegemônica, a mídia contra-hegemônica, e o governo. A questão que se impõe a partir da cobertura eleitoral que está para se encerrar é o que acontecerá daqui pra frente.


Nesta campanha, vimos a imprensa dominante organizar-se contra o governo Lula e a candidatura de Dilma Rousseff (PT) principalmente a partir de três dos seus jornais (Folha de S. Paulo, Estadão e O Globo), de duas de suas revistas (Veja e Época) e de uma emissora de TV aberta (TV Globo). Através de acusações constantes em reportagens e ataques diretos em editoriais, os jornais cumpriram um papel forte na despolitização da campanha, pautando o que se coloca em debate com temas que pouco ou nada tem a ver com projetos amplos para o país.


A TV Globo atuou mais na pré-campanha, mas suas entrevistas com os candidatos no primeiro turno, em especial no Jornal da Globo, mostraram jornalistas preocupados em atacar Lula e Dilma e defender José Serra (PSDB). Outros exemplos também podem ser encontrados em posts anteriores do Jornalismo B.


Em relação às revistas, vimos Veja e Época com atuações de baixo nível contra o PT, enquanto Carta Capital e Isto É alinharam-se aos petistas, sinalização de que o Partido dos Trabalhadores vem deixando de ser contra-hegemônico para transformar-se definitivamente em mais uma elite.


Outro eixo é a mídia alternativa, representadas especialmente pelos blogs. Muitos blogueiros tiveram uma atitude de alinhamento automático à campanha de Dilma, calando perante qualquer possibilidade de crítica ao PT, mas, ainda assim, tivemos uma boa quantidade de comunicadores que se mantiveram independentes, questionadores, mesmo que defendendo candidaturas específicas, como a da própria Dilma. É saudável e natural que assumamos posições, mesmo partidárias, mas não se pode perder de vista que a militância política precisa se dar também fora da esfera partidária, e que, se a imprensa alternativa perde a preocupação com o questionamento, transforma-se em mídia oficial.


O terceiro eixo é o governo. O que se pode esperar de Serra, caso vença? Nada, a não ser a piora das relações com os movimentos sociais e o fim inequívoco de qualquer possibilidade de diálogo. Como vimos em outros governos do PSDB, a lógica é a da repressão, mobilizações são sempre caso de polícia, nada mais. A mídia entra nesse mesmo saco, e qualquer avanço torna-se muito mais difícil. Com Dilma na presidência a perspectiva não é muito melhor. Foram oito anos de governo do PT sem qualquer tentativa de modificar os marcos de mídia no Brasil, como acertada e democraticamente vem sendo feito em outros países da América Latina. A democratização da comunicação é uma necessidade, mas Lula não quis, e Dilma tende a não querer, enfrentar os donos da mídia brasileira para buscá-la. Ainda assim, é claro que a possibilidade de diálogo é maior do que com Serra, e as pressões de movimentos organizados têm mais chances (ainda que remotas) de surtir algum efeito.


Dentro desse cenário, o futuro que espreita é duvidoso. É preciso, em primeiro lugar, que, passadas as eleições, os comunicadores contra-hegemônicas voltem a ser predominantemente independentes, críticos a qualquer governo que assuma. A pressão sobre as entidades governamentais é uma das duas funções essenciais que devemos assumir. A segunda é o enfrentamento à mídia dominante, unido à busca por mobilizar e esclarecer a sociedade sobre a necessidade de repensar a comunicação brasileira.


Postado por Alexandre Haubrich


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Jornalismo cultural: perspectivas contemporâneas

Nos dias 20, 21 e 22 deste mês, acontece no Mackenzie, o V Encontro de Comunicação e Letras. Esse evento traz palestrantes relacionados aos cursos de Jornalismo, Publicidade e Propaganda e Letras cujos temas de discussões são dos mais interessantes dentro de cada área. Além disso, nessa ocasião, temos a a comemoração pelos 10 anos do curso de Jornalismo em nossa universidade. Pois bem, me inscrevi em três palestras:


20/10 - Perspectivas para o jornalismo cultural.


21/10 - Mídias 'Alternativas' – Além da Grande Imprensa


22/10 - Os Desafios do Telejornalismo


Portanto, sempre um dia depois da palestra, haverá um texto correspondente aqui.


"[Algo] que todos entendam e que os eruditos respeitem". Essa frase foi pronunciada em 1696 pelo primeiro teórico de jornalismo, o alemão Tobias Peucer e capta a essência do 'ser' do Jornalismo Cultural.


Isabelle Anchieta, a palestrante, é jornalista, mestre em Comunicação Social pela UFMG e doutoranda em Sociologia na USP, trabalhou na TV Cultura e Rede Globo (na TV Tem, afiliada da Globo em Minas Gerais) e tem dois livros publicados: "Sete propostas para o Jornalismo Cultural" (2009) e "Mapeamento do Jornalismo Cultural no Brasil" (2008). Talvez seja incorreto usar o termo palestra; foi uma aula. Houve troca de conhecimento, por meio das perguntas que os mais de 70 alunos da sala tiveram a possibilidade de fazer. Teve-se a oportunidade de levar questões como a desvalorização cultural dos aspectos do interior do Brasil.


Segundo ela, o problema começa nos próprios jornais do interior, pois, ao mesmo tempo em que acontece "o festival do Boi-Bumbá no Maranhão, o jornal local dá como capa do caderno de cultura o novo filme do Harry Potter". Não há espaço para conter tais "regionalismos". Para Isabelle, isso se dá também pela formação dos jornalistas do interior que, ambientados com professores da capital, se veem amarrados a fazer um tipo de jornalismo da grande cidade, sem levar em conta os próprios elementos de sua regionalidade. Além disso, muitas vezes, os jornais interioranos são meros reprodutores de informações que circulam nos jornalões.


A paixão de Isabelle por dar aulas se reflete em sua didática: clara e muito precisa. Fez uma linha do tempo com fatos que marcaram definições de cultura e do próprio jornalismo cultural. Para não me estender muito, digitalizo, em breve, minhas anotações e posto na íntegra. Só que não posso deixar de observar que a visão dela é um tanto quanto pautada pela grande mídia e com certa utopia de o jornalista ganhar, por si só, um grande espaço em jornalões, por exemplo, dando ênfase à cultura nacional-regional ao invés da que vende mais. Não esqueçamos que jornais são empresas e funcionam como tal, portanto precisam vender, caso contrário, não obtêm lucro.


A próxima palestra será sobre Mídias Alternativas.

sábado, 16 de outubro de 2010

PRP – Partido dos Redentores Políticos

O segundo turno das eleições no Brasil é composto por chapa única: o PRP - Partido dos Redentores Políticos. Cristãos mais do que o próprio Jesus Cristo!


Os candidatos à presidência não vão governar apenas cristãos. Outras crenças, crentes e descrentes fazem parte da atuação política e social. Abaixo, alguns números sobre as religiões do Brasil. De 2000 pra cá, creio que muito mudou, principalmente,  quando pensa-se na proporção entre católicos e evangélicos. Mas, parece que os presidenciáveis vão governar para um grupo de carolas e homens com batina e bíblias em baixo do braço. Cadê as outras propostas dos candidatos? Aliás, cadê todas as propostas?



Fonte: Sua Pesquisa

Principais religiões e crenças no Brasil e seus seguidores:
(Fonte: IBGE - censo Demográfico de 2000.)































































































































Religião ou CrençaNº de seguidores no Brasil
Igreja Católica Apostólica Romana124.980.132
Igreja Católica Ortodoxa38.060
Igreja Batista3.162.691
Igreja Luterana1.062.145
Igreja Presbiteriana981.064
Igreja Metodista340.963
Assembléia de Deus8.418.140
Congregação Cristã do Brasil2.489.113
Igreja Universal do Reino de Deus2.101.887
Igreja do Evangelho Quadrangular1.318.805
Igreja Deus é Amor774.830
Outros Penteconstais / Neopentecostais2.514.532
Igreja Adventista do Sétimo Dia1.209.842
Testemunhas de Jeová1.104.886
Mórmons199.645
Espiritismo2.262.401
Umbanda397.431
Budismo214.873
Candomblé127.582
Igreja Messiânica109.310
Judaísmo86.825
Tradições esotéricas58.445
Islamismo27.239
Crenças Indígenas17.088
Orientais (bahaísmo, hare krishna, hinduísmo, taoísmo, xintoísmo, seicho-no-iê)52.507
Outras religiões41.373
Sem declaração / não determinadas741.601
Sem religião

12.492.403




quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Meus agradecimentos

Bom dia a todos,


Gostaria de compartilhar com vocês alguns dados interessantes sobre a estatística de visitas do blog.


Ainda no Blogspot, em um ano e meio, esse espaço tinha recebido quase 7.000 visitas. Desde que migrei para o Wordpress, o índice mensal de visitação não parou de subir:


* Junho: 338 | *Julho: 554 | *Agosto: 613 | *Setembro: 642 | *Outubro (até agora): 691.


O que totaliza 2.876 visitas até esse momento.


Por isso, gostaria de agradecer, de verdade, a todos os que leram e divulgaram e pedir que continuem lendo e divulgando na medida do possível. Esse blog está longe de ser profissional, mas, ainda de forma amadora, fico muito feliz em saber que meus textos, áudios, vídeos e indicações causem tamanho interesse.


Muito obrigado


Disimo

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

O diabo e a política

Texto de Carlos Heitor Cony - publicado na Folha de S. Paulo em 29/11/2005.

O diabo e a política

Sempre que leio os jornais, lembro uma historinha que nem sei mais quem me contou. Naquela aldeia, todos roubavam de todos, matava-se, fornicava-se, jurava-se em falso, todos caluniavam todos. Horrorizado com os baixos costumes, o frade da aldeia resolveu dar o fora, pegou as sandálias, o bordão e se mandou.

Pouco adiante, já fora dos muros da aldeia, encontrou o Diabo encostado numa árvore, chapéu de palha cobrindo seus chifres. Tomava água de coco por um canudinho, na mais completa sombra e água fresca desde que se revoltara contra o Senhor, no início dos tempos.

O frade ficou admirado e interpelou o Diabo:

- O que está fazendo aí nesta boa vida? Eu sempre pensei que você estaria lá na aldeia, infernizando a vida dos outros. Tudo de ruim que anda por lá era obra sua - assim eu pensava até agora. Vejo que estava enganado. Você não quer nada com o trabalho. Além de Diabo, você é um vagabundo!

Sem pressa, acabando de tomar o seu coco pelo canudinho, o Diabo olhou para o frade com pena:

- Para quê? Trabalho desde o início dos tempos para desgraçar os homens e confesso que ando cansado. Mas não tinha outro jeito. Obrigação é obrigação, sempre procurei dar conta do recado. Mas agora, lá na aldeia, o pessoal resolveu se politizar. É partido pra lá, partido pra cá, todos têm razão, denúncias, inquéritos, invocam a ética, a transparência, é um pega-pra-capar generalizado, eu estava sobrando, não precisavam mais de mim para serem o que são, viverem no inferno em que vivem.

Jogou o coco fora e botou um charuto na boca. Não precisou de fósforo, bastou dar uma baforada e de suas entranhas saiu o fogo que acendeu o charuto:

- Tem sido assim em todas as aldeias. Quando entra a política eu dou o fora, não precisam mais de mim.

Original aqui

Minha paciência abortou

Já estou cansado (e imagino que não só eu) do púlpito no qual essa campanha presidencial se tornou. No ritmo que vão as coisas, no lugar de mesários verificando os títulos, as seções eleitorais terão padres conferindo se a carteirinha de sócio da igreja está em dia  (mas, atenção: só vale documento com foto, porque nem em nome do pai, do filho e do espírito santo, será aceito para votar se não tiver foto) , se o "fiel-eleitor" está comungando direitinho; no lugar de urnas eletrônicas, pequenas embalagens para você contribuir com uma pequena "doação de campanha". E, no final, ao invés de comprovante, você receberá um terço de bolso e uma pequena bíblia.


Convenhamos, candidatos, há temas mais importantes para ser discutidos do que essa lenga-lenga religiosa - vivemos num país laico (?) - portanto, o que me importa se o candidato é devoto, ateu ou satanista? Isso fará dele um melhor presidente?


Meu recado aos padres: que tal se dedicarem à investigação e punição de abusos cometidos por membros da sua igreja contra "criancinhas" inocentes? Seria de mais validade para a "ética e todos os valores de defesa da vida".


Já abortaram com minha paciência. Se Deus existe ou está com muita raiva de como têm sido usados seus instrumentos - politicamente- , ou ele está rindo muito, mas muito mesmo.

Privatizações

Um dos editoriais da Folha de São Paulo de hoje (13/10) critica o que teria se tornado a empresa brasileira de Correios e enaltece o que achama de "benéficas privatizações de setores ineficientes da economia brasileira". Seriam dessas boas privatizações, a Telefonica um exemplo?

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Aborto, privatizações e ‘calúnias’ esquentam debate entre Serra e Dilma

Da BBC Brasil

Em um embate acalorado, marcado pela troca de acusações, Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) se enfrentaram neste domingo no primeiro debate presidencial do segundo turno.

No evento, promovido pela TV Bandeirantes em São Paulo (SP), os candidatos puderam fazer perguntas diretamente um ao outro e abordaram inúmeros temas polêmicos, como a questão do aborto e as privatizações.

Já a partir de sua primeira pergunta, Dilma acusou Serra de realizar uma campanha “caluniosa” contra ela, acusando pessoas próximas do candidato de espalharem mentiras a respeito da petista.

“Eu acho que a sua campanha procura me atingir por meio de calúnias, mentiras e difamações”, disse a petista. “(Essa campanha) usa contra mim algo que o Brasil não tem: o ódio.”

Serra disse também ser alvo de calúnias, mas fez uma ressalva. “Vocês confundem verdades ou reportagens, matérias de jornal, com ataques”, disse.

Aborto

Serra acusou a adversária de ter “duas caras” no tocante ao aborto, alegando que ela era a favor, depois mudou de ideia.

“Você defendeu (a liberação do aborto) e, de repente, passa a outra coisa”, disse. “Com relação a Deus, a mesma coisa. Tem entrevistas suas que dizem que você não sabe bem se acredita, se não acredita... depois, vira uma devota.”

A candidata petista lembrou que o adversário, quando era ministro da Saúde, normatizou a prática do aborto prevista em lei no Sistema Único de Saúde.

“Ele normatizou, sim, e eu concordo (com a normatização). A questão que se coloca é se nós vamos para a hipocrisia de fingir que não vemos que milhares de mulheres, 3,5 milhões de mulheres, praticam o aborto em condições precárias e recorrem ao SUS, e eu me pergunto: vão prender essas mulheres ou vão atender?”

Privatizações

Em duas perguntas no segundo bloco e em uma no terceiro, a candidata petista insistiu em debater com o adversário seu posicionamento em relação às privatizações.

Dilma citou uma entrevista do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso à revista Veja em que ele disse que Serra foi um dos que mais lutaram pela privatização da Vale do Rio Doce e sugeriu que Serra seria a favor da privatização da Petrobras.

Serra rebateu dizendo que o governo Lula privatizou dois bancos e que o PT ataca as privatizações em eleições, mas na prática adota o mesmo procedimento.

Segundo ele, fundos de pensão de empresas estatais, “muitos deles liderados por petistas”, se beneficiaram ao adquirir ações de estatais vendidas.

A petista disse que, até recentemente, Serra procurou avançar com privatizações no Estado de São Paulo, tentando vender o banco Nossa Caixa - uma acusação falsa, segundo o tucano.

Segurança e saúde

Se Dilma insistiu em discutir as privatizações, Serra decidiu concentrar suas perguntas em dois temas principais – segurança e saúde.

Em uma das duas perguntas que fez à adversária sobre saúde, Serra perguntou por que a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) tem “atrasado” a liberação da venda de medicamentos genéricos.

Dilma disse que o governo Lula ampliou a oferta de genéricos, que começaram a ser vendidos quando Serra era ministro da Saúde.

Serra disse que a candidata não respondeu à sua pergunta e acusou o governo Lula de “lotear” a Anvisa, “politizando” seu funcionamento.

Sobre segurança, Serra voltou a defender a criação de uma Guarda Nacional, que teria entre suas atribuições a defesa das fronteiras, e de um Ministério da Segurança.

“Não se resolve o problema criando Ministério”, afirmou Dilma, que disse acreditar que “o processo de resolução da segurança é de longo prazo”.

O tom de Dilma durante o debate pareceu surpreender o candidato tucano, que no final do quarto bloco se disse “surpreso” com a “agressividade” da adversária, que o questionou sobre a possibilidade de ele não dar prosseguimento a programas sociais do governo Lula.

“Eu vou continuar tudo o que deve ser continuado”, afirmou o candidato do PSDB.

domingo, 10 de outubro de 2010

Foto dos candidatos do 2º turno

Pesquisas eleitoreiras

As pesquisas eleitorais mudaram o rumo dessas eleições. Marina Silva tinha condições de ultrapassar José Serra e fazer um segundo turno contra Dilma Rousseff. Não fossem as pesquisas eleitoreiras. Ouvi muita gente dizendo: "ah, eu ia votar na Marina, mas ela não vai ganhar...". Portanto, o humilde autor desse blog não considera mais nenhum tipo de pesquisa que venha falar sobre as eleições. Pode ser um pouco radical, mas a vitória e derrota não são mostrados na frieza de números, mas sim no calor das urnas.

Para 'Economist', ida de Dilma ao 2º turno mostra 'limites' do poder de Lula

Da BBC


Atualizado em  8 de outubro, 2010 - 06:15 (Brasília) 09:15 GMT


Em edição publicada nesta quinta-feira, a revista britânica The Economist afirma que a ida de Dilma Rousseff (PT) ao segundo turno da disputa presidencial mostra que o poder de Lula em transformá-la numa “rainha” tem limites. No entanto, a revista prevê que, “no fim, é provável que ele (Lula) vença”.


A Economist atribui o segundo turno ao “impressionante” desempenho da candidata do PV à Presidência, Marina Silva, e diz que os 19,3% que ela obteve a tornam a “terceira colocada mais bem sucedida em todas as seis corridas presidenciais após a ditadura”.


A revista cita a repercussão que houve na Europa por “uma candidata verde ganhar um quinto dos votos presidenciais”, mas pondera que muitos eleitores optaram por Marina não por suas posições sobre o meio ambiente, mas sim por sua crença evangélica e por sua “serenidade”, que teria agradado aos que buscavam “uma alternativa aos pouco carismáticos líderes da disputa”.


A reportagem diz que a transferência de votos de Dilma a Marina na última hora pode ter sido causada por uma polêmica sobre as leis brasileiras sobre aborto. “A sra. Rousseff tentou contornar suas falas anteriores em favor da escolha (da mulher) ao dizer que ela era ‘pessoalmente’ contra o aborto, mas alguns bispos católicos e pastores evangélicos aconselharam os seus rebanhos a votar em outros (candidatos)”, diz a revista.


Apesar do crescimento de Marina, a Economist afirma que o apoio da ex-candidata no segundo turno pode não fazer muita diferença, argumentando que quem vota em terceiros colocados tende a decidir o voto de forma independente.


Novo líder


Antecipando os desdobramentos da derrota que prevê para o candidato tucano José Serra, a revista diz que o PSDB, ainda que continue a controlar São Paulo e Minas Gerais, terá de “encontrar um novo líder (flag-bearer)”, citando o senador eleito e ex-governador de Minas Aécio Neves como o “provável candidato” do partido às próximas eleições presidenciais.


Em outro texto sobre as eleições brasileiras, a publicação elogia o sucesso no uso das urnas eletrônicas, que fez com que “a maioria dos resultados fosse anunciada antes do horário de dormir” no dia da votação. No entanto, diz que “nenhuma tecnologia pode acelerar as cortes do país”, referindo-se à lentidão da Justiça em julgar os casos de candidaturas impugnadas.


A revista cita o Pará, onde dois dos três líderes da corrida ao Senado tiveram as candidaturas contestadas, e registra a vitória de Tiririca, “um palhaço conhecido por uma música de sucesso”. Diz que ele ainda precisará provar que sabe ler e escrever, mas que, mesmo que falhe, elegerá três aliados, graças à lei eleitoral que faz com que candidatos bem votados transfiram votos para colegas de coalizão.

Paradoxos da Bola





quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Jornalistas e jornalistas

Copiando a ideia da amiga Thaty Nestlehner (Eu pensei e postei), resolvi escrever sobre o tal ofício chamado jornalista. Vivo dizendo que, quando eu crescer, quero ser parecido com o Paulo Cabral, correspondente da BBC no Brasil. Adicionei mais um personagem à minha lista de admiração: Caco Barcellos. Atualmente apresentador do Profissão Repórter, da TV Globo, o jornalista, também autor de livros, como Rota 66 (o qual lerei em breve), fala com muita propriedade sobre o tema violência. Fiquei fascinado com suas opiniões e trabalhos desenvolvidos sobre o tema. Achei que suas ideias serviram para sacudir algumas pessoas que parecem nunca terem pisado fora de seus bairros de "gente rica, onde a cidadania chega". Esse chacoalhão, especialmente para alguns, serve, em certa medida a todos nós, já que "a culpa não é de quem não sabe, mas sim de quem não informa". Não citarei mais boas frases dele, você pode conferir o registro aqui.

Fica a lembrança de que o jornalista é um agente social e não como pensam alguns, inclusive Mônica Waldvogel, que o profissional se limite informar, "deixando a  mudança da sociedade para os movimentos sociais".

A essência do jornalismo reside na capacidade de efetuar transformações sociais positivas por meio do esclarecimento. Ponto.