terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Nem só de belezas vive São Paulo

Se por um lado viver em São Paulo traz muitas comodidades e uma vida artística-cultural repleta de shows, opções de turismo, música para todos os gostos, além dos inúmeros prédios históricos e museus, a agitada rotina paulistana carrega com ela inúmeros males. Além de problemas sócio-econômicos, os índices de doenças relacionadas ao estresse decorrentes das agitações por se viver na cidade grande vêm aumentando significativamente ao longo dos anos. A poluição ocasionada, em grande parte, pelos veículos vitima todos os anos milhares de paulistanos. O excesso de automóveis, caminhões, ônibus e motos contribuem tanto para os problemas já citados, quanto para o trânsito caótico na metrópole. Já virou rotina acompanhar os índices alarmantes de cem, duzentos e, se duvidar, até trezentos quilômetros de vias entupidas de veículos com pessoas desesperadas tentando chegar a algum lugar a qualquer preço. No primeiro texto sobre a cidade de São Paulo falei de uma pesquisa sobre a opinião dos habitantes dessa cidade a respeito da qualidade de vida, e como foi visto, o resultado foi catastrófico.

A falta de segurança é assustadora. A qualquer momento, pode-se morrer vítima de assaltos e demais atividades criminosas. Porém, a violência não se fecha nela mesma. Começa pela falta de oportunidades de emprego, afinal o indivíduo não recebeu a educação qualificada do Estado. Contenta-se com o mínimo, que muitas vezes está abaixo do necessário para se sobreviver. Ao invés de integrar esse indivíduo à sociedade, o que ocorre é justamente o contrário: grades são construídas, e isola-se o "marginal" na parte mais distante possível, para garantir que não haja incômodo. E, de fato, a pobreza tem cor no Brasil: a escravidão negra foi abolida sem nenhum caráter de reparação, o que fez com que a enorme massa de ex-escravos não tivesse o mínimo, sem condições de sobreviver foram postos à margem da sociedade. Isso é notório, especialmente se você resolver passear próximo às favelas. Sem saneamento básico, morando em morros e à beira de rios e córregos, essas pessoas vão sobrevivendo. E o que acontece quando vem chuva? O morro desliza, o barranco cede, rio a baixo. Vidas ceifadas, mas quem se importa afinal de contas? Indignação? Não chega a tanto. Já virou rotina.

As ruas alagadas também já fazem parte do cotidiano. O alto número de moradores de rua é normal. E assim, o paulistano vai assumindo um olhar de indiferença à paisagem. Entremeados nas belas construções, a sujeira está ali. Pessoas são reduzidas a trapos imundos, que devem ser jogados fora, como o lixo pela capital paulista.
A pobreza, não só em São Paulo, já virou banalidade. E assim vai seguindo a vida na grande metrópole, e os contrastes sociais aumentam, quando deveriam diminuir.

Talvez esse ano tudo mude: 2010 é ano de eleição. O prefeito vai inaugurar obras e mais obras, e os candidatos opositores vão mostrar o quão defeituosa foi sua gestão. E mais, vão fazer promessas e traçar planos e rotas para os problemas paulistanos. A partir de 2011 as obras param. Os problemas persistirão, até 2014, quando uma nova eleição ocorrerá, e a mesma situação acontecer. É um ciclo vicioso. Quem nos libertará dele?

2 comentários:

  1. eh...falta de segurança, aumento da população e da desigualdade.
    Isso me desespera, é realmente um grande problema.Acidade vai parar e eu acho que infelizmente vou estar viva para ver isso =/

    texto muito bom. :D
    beijim
    ;*

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  2. Ola obrigada da pelo convite e pela liberdade de poder deixar aqui minha opnião .Gostei do texto acho sinceraamente que somos mais responsáveis do que os proprios politicos pois somos nós que os elegemos e penso que p eles é interessante a maioria não saber votar não ter acesso a uma boa educaçao ,se bem que hoje vejo os pais delegando EDUCAÇÃO p os professores quando isso é responsabilidade deles .A responsabilidade do professor e ensinar mas nao educar ,e quando a educaçao e falha como a nossa vemos pessoas desrespeitando o meio ambiente ,roubando fazendo da lei Gerson o primeiro mandamento a seguir ,vemos pessoas desqualificadas p o excercico da profissao e isso não é só responsabilidade do governo mas sim da sociedade em um geral mas gostei de seu texto parabens pelas colocações

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