Pode parecer exagero...mas não é.
Quarta feira (15-07-2009)
Faz um dia bonito. O céu está azul e sem nuvens. O sol brilha, porém a temperatura está amena, uma manhã típica de inverno: ar seco e poluição no horizonte. Onde está batendo sol você se aquece, o tal sol "ardido", na sombra, gélido. Poderia ser um dia comum, mas tinha uma preocupação: a extração de dois incovenientes dentes do siso, por sorte do mesmo lado da boca.
A consulta fora marcada para as onze horas e quinze minutos. Acordo mais cedo para poder almoçar antes da fatídica hora. Os minutos se arrastam ao mesmo tempo em que passam voando. Quando vejo já estou dentro do carro a caminho do consultório. Em menos de dez minutos minha mãe estaciona e estou saltando do carro em direção à entrada. Chegando lá a recepcionista vem cordial e simpaticamente me cumprimentar e tranquilizar dizendo que o procedimento seria simples (em 2007 eu já tinha extraído um desses benditos dentes).
A minha expectativa começa a aumentar e algo que me destrói por dentro: esperar.
Impacientemente, começo a aguardar na antessala. O frio nem me é perceptível. O suor começa a empapar minha camiseta. Onze e quarenta, minha simpática e atenciosa dentista conclui o procedimento do paciente anterior e me chama.
Deito-me na cadeira e ela começa a conversar comigo. Ela começa a preparar os apetrechos para a realização da mini-cirurgia, e eu preparo meu recurso "mp3" do celular. A música, teoricamente, tem a tendência de acalmar. Ela aplica a primeira rodada de anestesias. Não dói. Em seguida, uma série de três aplicações entre os dentes, em cada uma delas me petrifico na cadeira. Após ficar com a boca dormente na parte inferior esquerda, a dentista começa a descolar o dente da gengiva. Não dói, porém a sensação é horrível. Você sente o dente se desgrudando da gengiva, parecendo um velcro. Cai o primeiro dente. Sinto o gosto de sangue na parte não anestesiada da boca. Ela insere dois pontos para fechar o local antes ocupado pelo dente.
Pergunta-me como estou e se podemos prosseguir com a cirurgia, passando ao dente de cima. Faço um sinal que sim.
Algo interessante: dentistas adoram conversar durante o procedimento, mas eles fazem as perguntas de tal maneira, que você só consegue responder sim ou não...
O procedimento de anestesia do dente inferior é repetido (inclusive a dor). Começa o processo de extração, porém, agora, é utilizado uma espécie de alicate para auxiliar na remoção do dente. Mais uma vez a sensação de descolamento e queda do segundo dente. Três pontos. O sangue continua a escorrer livremente pelo interior da boca. Termina o procedimento. A falta de sensibilidade vai da base do queixo até a pálpebra esquerda.
Alimentação após o procedimento: pasta, sopa e derivados no primeiro dia e todos alimentos frios ou gelados.
Não sei se alguém já teve que realizar isso, mas é horrível.
Nesse momento, as linhas que compunham os pontos estão saindo e incomodando na boca, parecendo fiapos de carne, só que maiores, e o cuidado na escovação deve ser redobrado.
Ai meu Deus. Que horror, senti a sua dor aqui, agora. '-' Sobre o fato de dentistas conversarem na hora do trabalho, é verdade mesmo. '-'
ResponderExcluirQue agonia, cara. Muito tenso. ,-,
Boa... mostra ótimo talento para as crônicas, desejo melhoras rápidas...
ResponderExcluirNossa, Diego! Quase chorei com essa narrativa... Cuidado, pode virar enredo de novela mexicana! KKKK
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