Kraftwerk - The Robots
sábado, 28 de maio de 2011
Robotização
quarta-feira, 18 de maio de 2011
Amanda Gurgel e algumas verdades
quinta-feira, 12 de maio de 2011
Promotoria vai investigar o fim da estação Angélica do metrô
O Ministério Público de São Paulo vai apurar se a desistência do Metrô de construir uma estação na avenida Angélica, em Higienópolis, bairro da elite paulistana na região central, foi motivada por questões técnicas ou por pressão de moradores e comerciantes.Mudança do metrô em SP cai na rede e internautas marcam churrasco
Após protestos, governo de SP desiste de metrô na Angélica
Moradores de Higienópolis se mobilizam contra estaçãoO promotor Mauricio Antonio Ribeiro Lopes pediu ontem esclarecimentos ao secretário dos Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes. "Quero saber se ele cedeu a uma pressão da elite ou se a questão foi técnica. Se a questão foi de quem pode mais chora menos, é um absurdo para a cidade."
A Folha revelou ontem (11) que o Metrô retirou a estação Angélica do projeto da linha 6-laranja (Brasilândia-Liberdade), que será substituída por outro terminal na região do estádio do Pacaembu.
A decisão veio após protestos liderados pela Associação Defenda Higienópolis, que temia o aumento do fluxo de pessoas na região e a instalação de camelôs, além de questionar a escolha do local para a estação --na esquina da Angélica com a rua Sergipe, onde hoje há um supermercado Pão de Açúcar.
Segundo o promotor, o governo pode ser denunciado por desrespeito à Constituição, que garante tratamento igual a todos os cidadãos.
Rodrigo Capote/Folhapress Esquina da avenida Angélica com rua Sergipe, na região de Higienópolis; local iria receber estação do metrô A investigação também focará a conveniência da estação no Pacaembu. Um problema seria o fluxo em dias de shows e jogos. Para o coronel Carlos Savioli, comandante do batalhão especializado em policiamento de estádios, a estação não será problema. "A PM tem condições de garantir a segurança."
Anna Claudia de Salles, presidente do Conseg (Conselho Comunitário de Segurança) de Perdizes/Pacaembu, prevê mais furtos e roubos no entorno. "Infelizmente, seremos mais abordados por pessoas flutuantes."
Em nota oficial, o Metrô reafirmou ontem que a decisão de reavaliar o local onde ficará a estação na região foi técnica e que vai colaborar com o Ministério Público.
A companhia diz que a estação Angélica ficaria a apenas 610 m da futura estação Higienópolis/Mackenzie e a 1.500 m da PUC-Cardoso de Almeida. "Essa reavaliação tem caráter exclusivamente técnico, em nada motivada por pressão dos moradores da região de Higienópolis."
A companhia voltou a dizer que a localização exata da nova estação ainda depende da conclusão de estudos técnicos de solo, mas ela deve ficar situada no entorno do Pacaembu.
quarta-feira, 11 de maio de 2011
Internautas marcam churrasco em protesto a mudança de metrô em SP
A desistência do governo estadual de fazer uma estação de metrô na avenida Angélica, na região de Higienópolis, bairro nobre do centro de São Paulo, virou motivo de piada nas redes sociais nesta quarta-feira. Internautas marcaram um churrasco para protestar contra a decisão (leia abaixo).Após protestos, governo de SP desiste de metrô na Angélica
Moradores de Higienópolis se mobilizam contra estaçãoReportagem da Folha de hoje mostrou que a decisão ocorreu após pressão de moradores, empresários e comerciantes da região. A estação da linha 6-Laranja deve ser construída na praça Charles Miller, no estádio do Pacaembu.
No Twitter (rede de micrblogs), o assunto entrou nos tópicos mais comentados do país desde a manhã. "É tão fácil resolver esse problema do metrô em Higienópolis, gente: faz uma entrada social e uma de serviço. Pronto", escreveu Luisa Tieppo em seu perfil.
Outros usuários abusaram da ironia para criticar a mudança. "Já posso comprar uma passagem para o país de Higienópolis? Eu gosto de ver riqueza. Não me misturo com esse povinho do restante do Brasil", afirmou Guilherme Navarro.
Já Rodrigo Martins provocou: "Higienópolis e Pacaembu não querem metrô? Bota uma estação lá na minha saudosa Vila Quaquá!".
"Dá vergonha ver a cidade abrir mão de uma estação de metrô na região central por causa de 3.500 higienopolitanos. Mas a linha é pra quando, 2100?", questionou Tiago Marconi.
CHURRASCONo Facebook a piada foi além e promete sair da esfera virtual. Um usuário marcou um churrasco da "gente diferenciada", em alusão a uma frase dita por uma moradora àreportagem da Folha em agosto do ano passado.Até por volta das 18h10, mais de 11.300 pessoas haviam "confirmado presença" no evento pela rede social.A postagem diz que o churrasco vai acontecer no sábado (14), a partir das 14h, em frente ao shopping Higienópolis. O organizador pede que sejam levadas "cadeiras de praia, cachaça, farofa e som portátil".
Do Blog do Sakamoto. Dica do Prof. Toni (por email)
Metrô de Higienópolis: São Paulo continua um burgo murado
Higienópolis não vai ter mais estação de metrô. Após pressão de moradores e empresários do bairro chique da capital paulista, o governo estadual desistiu de construir uma estação de metrô na avenida Angélica – a principal artéria da região. “Prevaleceu o bom senso”, afirmou fofamente o presidente da Associação Defenda Higienópolis, o empresário Pedro Ivanow. A estação integraria a linha 6, que deve ir de Brasilândia ao Centro (deve, porque em se tratando do metrô de São Paulo, tudo é ficção até que a inauguração prove o contrário). De acordo com o UOL Notícias, alguns moradores alegam que o metrô aumentaria o “número de ocorrências indesejáveis” e a área se tornaria “um camelódromo”. Lugar de gente fedida que atazana a vida da gente de bem.
O caso provocou uma onda de reações na internet contra a decisão do governo do Estado de privilegiar uma minoria em detrimento à execução de uma política pública de transporte que beneficiaria milhares de trabalhadores. As manifestações incluem até um churrascão, convocado pelo Facebook, a ser “realizado” na manhã deste sábado (14), em frente ao Shopping Higienópolis para comemorar a decisão bisonha.
Esse tipo de preconceito não é monopólio nosso. Por exemplo, o bairro de Georgetown, localizado em Washington DC, capital dos Estados Unidos, não tem estação de metrô. A despeito de supostas dificuldades técnicas para levar o trem subterrâneo até a endinheirada localidade, onde se encontram lojas de grife e restaurantes famosos, os moradores de lá – como os de Higienópolis – também pressionaram contra a abertura de uma estação. Quem quiser chegar tem que ir por cima ou andar mais de 1,5 quilômetro da estação de metrô mais próxima.
Mas São Paulo vai se aprimorando na arquitetura e no urbanismo da exclusão. O tema não é exatamente novo e ocupou espaço na mídia, por exemplo, quando o ex-prefeito José Serra resolveu implantar no complexo viário da avenida Paulista as chamadas rampas antimendigo, grandes blocos de concreto que impedem o povo de rua de montar sua casinha imaginária para se proteger do tempo e do mundo. E proteger, dessa forma, a gente de bem que estaria sendo assaltada durante as longas pausas dos congestionamentos. A mudança no traçado do metrô teve o objetivo claro de excluir, mais do que aproximar, alimentando mais ainda a ignorância que gera a intolerância, o medo e as cercas eletrificadas que circundam casas e apartamentos de luxo.
Logo após a fundação da vila de São Paulo de Piratininga, José de Anchieta, com a ajuda de índios catequizados, ergueu um muro de taipa e estacas para ajudar a mantê-la “segura de todo o embate”, como descreveu o próprio jesuíta. Os indesejados eram índios carijós e tupis, entre outros, que não haviam se convertido à fé cristã e, por diversas vezes, tentaram tomar o arraial, como na fracassada invasão de 10 de julho de 1562.
Ao longo dos anos, a vila se expandiu para além da cerca de barro, que caiu de velha. Vieram os bandeirantes – hoje considerados heróis paulistas -, que caçaram, mataram e escravizaram milhares de índios sertão adentro. Da África foram trazidos negros, que tiveram de suportar árduos trabalhos nas fazendas do interior ou o açoite de comerciantes e artesãos na capital. No início do século 19, a cidade tornou-se reduto de estudantes de direito, que fizeram poemas sobre a morte e discursos pela liberdade. Depois cheirou a café torrado e a fumaça de chaminé, odores misturados ao suor de imigrantes, camponeses e operários. Mas, apesar da frenética transformação do pequeno burgo quinhentista em uma das maiores e mais populosas metrópoles do mundo, centro financeiro e comercial da América do Sul, o muro ainda existe, agora invisível. E, 457 anos após a fundação de São Paulo, esse mesmo muro impede o acesso dos excluídos ao centro do burgo paulistano. Mesmo que seja apenas para trabalhar para os mesmos senhores que negam a eles o mais básico dos direitos: o direito à livre locomoção.
O muro não é mais feito de taipa, mas de abaixo-assinados que votam por manter o bairro nobre supostamente protegido contra os seres de fora (que devem existir para servir e não para ter liberdade para irem onde quiserem na hora que quiserem). E de políticos que existem para cumprir os desejos de determinadas classes sociais a que eles pertencem ou que financiam suas campanhas.
Tolos. Mal sabem que o futuro de todos na cidade está profundamente conectado. No final, a urbe vai ser para todo mundo – ou não será de ninguém.
terça-feira, 10 de maio de 2011
Fotógrafo registra movimento do céu na Espanha
Da Folha
Vídeo faz sucesso com 'síntese' de 170 horas de imagens da Via Láctea
DA BBC BRASILO fotógrafo norueguês Terje Sørgjerd passou uma semana sobre a montanha mais alta da Espanha, El Teide, para captar imagens impressionantes do céu.
A sequência de imagens captada ao longo de 170 horas foi montada no vídeo "A Montanha", que mostra a evolução da paisagem local a uma altitude de 3.718 metros. Veja o vídeo .
As imagens captadas (veja fotos) por Sørgjerd mostram a evolução da Via Láctea no céu em diversas fases do dia, vista a partir do topo da montanha, no parque nacional de mesmo nome localizado nas ilhas Canárias.Em menos de um mês, o vídeo já foi visto por mais de 8 milhões de pessoas nos sites Vimeo e YouTube.
"O local é também uma de minhas ilhas favoritas, com uma variedade fantástica de natureza e paisagens. Sabia que se eu conseguisse colocar essas coisas juntas eu certamente inspiraria as pessoas", disse o fotógrafo à BBC Brasil.
Sørgjerd diz que para conseguir captar suas imagens, dormiu menos de dez horas ao todo ao longo da semana em que ficou sobre a montanha e enfrentou desafios como uma tempestade de areia vinda do deserto do Sahara. A visibilidade quase nula a olho nú não o impediu de capturar com sua câmera a luz das estrelas por trás das nuvens de poeira.
Sørgjerd já havia feito sucesso com um trabalho anterior, A Aurora, no qual conseguiu capturar imagens da aurora boreal em um parque nacional no norte da Rússia, a temperaturas que chegavam a -25 graus Celsius.
"Depois do sucesso de A Aurora, me senti imensamente inspirado a fazer algo semelhante depois. A Via Láctea me pareceu um grande desafio, e El Teide, a montanha mais alta da Espanha, me pareceu a locação perfeita", diz o fotógrafo.
Sørgjerd conta que sua forte paixão pela natureza o levou a adotar como profissão em 2006 o antigo hobby.
Mas ele diz que fotografar o céu com qualidade está cada vez mais fácil, mesmo para os amadores. "As câmeras estão cada vez melhores e capturar mais luz sem muito ruído se torna mais fácil a cada ano. É só sair e praticar, praticar e praticar", sugere.
sexta-feira, 6 de maio de 2011
Exposição interessante no MASP
6 bilhões de Outros aproxima estranhos
Dayanne Sousa
A câmera enquadra cada rosto como numa foto de documento oficial, em cada quadradinho um rosto de um lugar diferente do mundo. Sem um cenário que nos permita identificar de onde vem aquela voz num idioma desconhecido, resta prestar atenção nas palavras. "A vida é um cheiro, são cores", diz o senhor israelense. "O amor é como um ovo, se você apertar demais, ele quebra", conclui a jovem da Indonésia.
Assim seguem os 5,6 mil rostos que falam na exposição 6 bilhões de Outros, em cartaz no Masp, o Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand. A mostra reúne depoimentos gravados em 78 países ao longo de cinco anos de trabalho do fotógrafo francês Yann Arthus-Bertrand e a equipe da sua Fundação GoodPlanet.
Desde janeiro de 2009, os milhares de depoimentos passaram por museus da Espanha, Rússia, Israel e em territórios palestinos.
O grande trunfo dos depoimentos, intimistas, que se cruzam é dar ao espectador a sensação de que, afinal, os homens não são assim tão diferentes uns dos outros. Todos os entrevistados pelo projeto responderam às mesmas 40 perguntas. São questões como "O que é o amor?" ou "Do que você tem mais medo". Por trás das diferentes visões de mundo, noções sobretudo humanas, unindo os rostos que falam e os que assistem.
A montagem no Masp tem ao todo 11 horas de depoimentos em vídeo, que podem ser vistos de diferentes ambientes. O visitante ainda pode interagir pela internet e deixar seu próprio depoimento, respondendo às mesmas 40 perguntas dos filmes expostos.
Para pensar
A mãe de todas as lutas
Jorge Portugal
Você, que está lendo este artigo agora, deve ser pessoa pertencente à classe média ou média-alta, não? Pois bem, devo-lhe dizer que até hoje não entendo sua compulsão por pagar duas vezes pelo mesmo serviço. Há anos parece que você firmou um indissolúvel casamento com a bitributação. Senão vejamos: você paga impostos para ter segurança e tranqüilidade no seu dia a dia; entretanto, paga mais ainda para morar num condomínio fechado ou em algum prédio cercado de câmeras por todos os lados. Você também paga impostos para ter direito a hospitais de ponta e assistência médica decente, não é? No entanto, "morre" numa quantia considerável mensal para garantir um bom plano de saúde. E, por fim, só para ficarmos em três exemplos, no imposto que você paga vai um percentual considerável para que seus filhos tenham boas escolas públicas e um padrão de ensino, no mínimo, satisfatório. E o que ocorre? Haja dinheiro para colégio particular e, a depender do número de filhos, isso vira uma pequena fortuna. Faça as contas direitinho e veja o quanto voltaria para o seu bolso se nós, da classe média, abraçássemos uma luta sem trégua por serviços públicos de qualidade!
Fico, por enquanto, com a luta por uma escola pública decente, que é, para mim, a mãe de todas as outras lutas. Pelo simples fato de que uma pessoa bem informada, com boa visão de mundo e consciência cidadã, saberá muito bem afastar o que de ruim ou inconveniente tente se aproximar de sua vida. Saberá lutar por um ótimo sistema de saúde, por boas estradas, pelo zelo necessário com o meio ambiente, pela sustentabilidade da vida no planeta. Assim como você faz, assim como eu faço. Dê escolarização e educação de qualidade a um povo, que do resto ele cuidará.
Além do mais, na escola pública, teremos a primeira aula de democracia e respeito às diferenças. Numa sala de aula sem apartheid, estudam o filho do deputado e o filho do gari; o filho do gerente do banco e o filho do contínuo; o filho do empresário e o filho do camelô. Uma sala com todas as classes e de todas as cores. E pela qual já pagamos altos impostos! Só pra lembrar: se já foi assim um dia, por que não pode voltar a sê-lo?
"Escola pública decente é a mãe de todas as outras lutas" (foto: Reuters)Por isso estou em campanha desde o artigo passado. Precisamos provocar uma audiência pública no Senado para que seja discutido o projeto 480/2007, de Cristovam Buarque, que prevê, para "daqui a sete anos, que todo detentor de mandato público, de vereador a presidente, seja obrigado a matricular seus filhos na rede pública de ensino do Brasil". É o que chamo de "bomba do bem". Falta apenas o senador Antônio Carlos Valadares, o relator do projeto, retirá-lo da gaveta, onde dorme há quatro anos. Use o Twitter, o Facebook, mande e-mail para o relator. Isso é infocidadania. E-mail dele: antoniocarlosvaladares@senador.gov.br
Mais 2 estados?
E o Estadão de hoje fala ainda de projetos de divisão de Bahia, Mato Grosso, Maranhão e Piauí.
Com plenário vazio, Câmara dá aval a plebiscito sobre criação de 2 Estados
Novas unidades da federação, Carajás e Tapajós, surgiriam a partir do desmembramento do Estado do Pará, caso a população local aprove tal medida; só o PSOL votou contra o decreto
BRASÍLIA - Com o aval do governo e da oposição, a Câmara aprovou nesta quinta-feira, 5, a realização de plebiscitos no Pará para a criação de dois novos Estados: Carajás e Tapajós. Se a população paraense concordar, as duas novas unidades da federação serão desmembradas do Pará. A realização do plebiscito sobre a criação de Carajás será promulgada nos próximos dias. Já a consulta sobre Tapajós depende ainda de aprovação no Senado. Apenas o PSOL votou contra as duas propostas.
Veja também:
Jatene apoia plebiscito, mas teme uso eleitoral
"A ideia é fazer junto o plebiscito sobre a criação dos dois estados", disse o deputado Giovanni Queiróz (PDT-PA), autor da proposta de criação de Carajás. Segundo ele, o Orçamento Geral da União deste ano já prevê recursos de R$ 8,6 milhões para a realização do plebiscito.
Pelo projeto de decreto legislativo aprovado ontem, a consulta à população tem de ser feita no prazo de seis meses. Ou seja, até novembro deste ano. O plebiscito será feito pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Pará.
O decreto com o plebiscito sobre Tapajós terá de voltar ao Senado porque foi modificado na Câmara para incorporar municípios criados ao longo dos últimos 20 anos - o projeto original é do ano 1991.
terça-feira, 3 de maio de 2011
Parabéns aos verdadeiros sertanejos, os de raiz. Não essas aberrações de calça jeans "a vácuo" que se acham "As duplas".
A temática é sempre muito emocional: "causos" de mulheres ("A dama de vermelho", "Boate Azul"), tragédias ("Ferreirinha"), mortes. Porém, encontramos algumas letras irônicas, humorísticas ("Arapuca"). Há espaço também para o sobrenatural/religioso (como o caso do "modão" em que a moça dança com o diabo, ou que a foto do avô cura o menino).
É um universo riquíssimo. Abaixo, um pequeno apanhado de músicas sertanejas sem ser de "asfalto".
Essa foi indicação do amigo Paulo Gervino: Milionário e José Rico - Adeus Paulistinha ou com o Tonico e Tinoco:
Chico Mineiro
A Dama de Vermelho
Arapuca
Boate Azul
Telefone Mudo
Fio de Cabelo
Ainda ontem chorei de saudade
O Rio de Piracicaba
Fuscão Preto
A Moça que dançou com o Diabo
Essas são mais recentes...Bem mais recentes...Ou nem tanto...
Leandro e Leonardo - Rumo a Goiânia
Leandro e Leonardo - Entre tapas e beijos
Para encerrar:
Galopeira nas vozes de Chitãozinho e Xororó, pelos idos de 1972.
Calar a imprensa
Extraído da Deutsche Welle:
Processos judiciais viraram arma para censurar imprensa no BrasilNo Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, uma análise sobre a situação brasileira mostra que a Justiça passou a ser uma ferramenta usada por aqueles que querem calar os jornalistas.
No Brasil, os jornalistas são livres para escrever e publicar. Num país oficialmente livre das amarras da censura de imprensa, os interessados em impedir que uma informação venha a público encontraram, no entanto, outras maneiras de fazê-lo.
O jornalista paraense Lúcio Flávio Pinto conhece bem essas alternativas – várias foram usadas contra ele na tentativa de interromper seu trabalho. Depois da vasta experiência na grande imprensa brasileira, Lúcio fundou há 20 anos o Jornal Pessoal, focado na cobertura da Amazônia e que, segundo a definição do criador, “é a publicação alternativa de existência mais duradoura do país e a única em atividade”.
Nos tribunais brasileiros, Lúcio é um dos jornalistas mais perseguidos do país. “A censura passou a contar com um poderoso instrumento, que é a Justiça”, diz. O interessante é que, entre 1966 a 1985, durante a ditadura militar, o profissional só foi processado uma vez – e absolvido. Desde 1992, as inúmeras denúncias de corrupção, desmatamento ilegal e tráfico de madeira já renderam ao único editor do Jornal Pessoal mais de 33 processos.
O sociólogo Benoît Hervieu, chefe da organização Repórteres Sem Fronteiras para as Américas, acompanha de perto a atividade jornalística e traça conclusões sobre o panorama brasileiro. “A questão da insegurança é mais grave no Norte e no Nordeste. Os jornalistas têm confrontos com as autoridades e também com o crime organizado e com traficantes de maneira muito violenta.”
Apesar de a situação no Brasil ser bem mais amena do que a do México e de Honduras, países onde a liberdade de informar é a mais cerceada na América Latina, segundo a Repórteres Sem Fronteiras, é com dificuldades que muitos profissionais brasileiros expressam sua opinião, avalia Hervieu.
Outros tipos de censura
A ministra da Secretaria de Comunicação Social, Helena Chagas, não nega as deficiências. “Acho que essas dificuldades são muito mais relativas ao funcionamento da Justiça, envolvendo questões sociais e políticas, do que propriamente à instituição da liberdade da imprensa. Não há censura em nenhum lugar [no Brasil], e todos publicam o que querem”, disse à Deutsche Welle.
Mas há também avanços a serem reconhecidos. “Em 20 anos de democracia, o país vive em plena liberdade de expressão, uma democracia consolidada e amadurecida”, pontua Chagas. Antes de assumir a secretaria, ela atuava como jornalista e conheceu, ainda na infância, a censura de imprensa.
O pai dela, colunista do jornal O Estado de São Paulo, sofreu diversas reprovações durante a ditadura militar. A ministra conta que, naquela época, não conseguia compreender o porquê de os versos de Os Lusíadas, de Camões, aparecerem todos os dias na capa do jornal. “Até que um dia me explicaram que aquilo era para preencher matérias que foram censuradas.”
“O fato de haver alguns casos de jornalistas que sofrem processos e são perseguidos acontece em função de um sistema judiciário que tem falhas. Não há mecanismos na Justiça que funcionem com agilidade e rapidez, que resolvam as controvérsias e disputas envolvendo a imprensa, tanto para proteger o jornalista quanto para proteger o cidadão. Não é um problema da liberdade da imprensa. É um problema de segurança do país, de Justiça, um outro tipo de mazela da nossa sociedade”, diz a ministra.
Amarras e controle
Focada em apontar os problemas que atrapalham a cobertura jornalística no mundo, a Repórteres Sem Fronteiras mantém dois correspondentes no Brasil. E observa no país um recurso perverso usado pelos poderosos para calar a mídia. “Está acontecendo a multiplicação dos procedimentos judiciais contra jornalistas por parte de autoridades estaduais, locais, prefeituras, etc, para impedir algumas coberturas de atualidade ou como medida de censura prévia”, afirma Hervieu.
Já foram vítimas grandes veículos de comunicação, como O Estado de São Paulo, proibido judicialmente de publicar matérias relacionadas à operação Boi Barrica, que colocou Fernando Sarney (filho do José Sarney) no centro de um escândalo político. Meios menores também não escapam, como a Gazeta de Joinville, em Santa Catarina, impedida pela Justiça de associar o prefeito da cidade à uma ex-miss Brasil, com quem teve uma relação extraconjugal.
Contra a chamada censura prévia, o governo federal não tem espaço para agir, afirma Chagas. “Não há qualquer tipo de iniciativa do Executivo para cercear qualquer tipo de liberdade, muito menos a de imprensa. A presidente da República já deixou isso muitíssimo claro. E em relação à Justiça, é uma questão da Justiça. Ela é uma instituição e vive também de credibilidade, assim como a imprensa. E se a Justiça dá, muitas vezes, uma decisão considerada errada, polêmica, ela tem que responder por isso. O Executivo não tem como interferir, a não ser defendendo a liberdade de imprensa.”
Evolução
Ainda persiste no Brasil a tradicional concentração dos veículos de imprensa, mantidos, muitas vezes, por poucas famílias ou por políticos. “Em tese, a constituição proíbe que os parlamentares sejam proprietários de meios de comunicação, isso aí é uma burla da lei. E há formas de tornar essa lei mais rigorosa para coibir esse tipo de desobediência”, sugere Chagas.
Mas o uso maciço da plataforma digital indica um movimento de mudança. Especialistas afirmam que a internet e os avanços sociais vistos no Brasil contribuíram para a evolução da sociedade brasileira, que está ficando mais amadurecida para julgar a informação recebida e verificar a credibilidade de uma notícia.
Ainda assim, para a Repórteres Sem Fronteiras, é preciso fazer mais contra a extrema centralização da mídia no Brasil. “Deveria ser um objetivo do poder federal para garantir mais pluralismo na imprensa”, diz Hervieu. Para a ministra, o país está num bom caminho, afastando-se cada vez mais do passado sombrio da censura. Para muitos governantes, trata-se até mesmo de uma questão pessoal. “O Brasil está sendo governado por uma geração de pessoas que sofreu na carne os efeitos da censura”, finaliza Chagas.
Autora: Nádia Pontes
Revisão: Alexandre Schossler
Osama morto é irrelevante
Dica do Prof. Toni por email
O veterano jornalista Robert Fisk, que entrevistou Osama Bin Laden em três ocasiões, disse que a notícia da morte de Bin Laden é muito menos importante que os levantamentos populares que acontecem no mundo árabe.
Por Redação [02.05.2011 10h50]
O veterano jornalista Robert Fisk, que entrevistou Osama Bin Laden em três ocasiões, disse que a notícia da morte de Bin Laden é muito menos importante que os levantamentos populares que acontecem no mundo árabe. “Já venho dizendo há algum tempo que acho o fato de ele estar ou não estar morto bem irrelevante”, diz o correspondente do jornal inglês The Independent no Oriente Médio. “Ele fundou a Al Qaeda e essa foi, a seus olhos, sua realização”.
O premiado jornalista diz que Osama Bin Laden não estava em condições de realmente dirigir operações da Al Qaeda. “Ele não estava sentado numa caverna com teclas de computador e dizendo 'aperte o botão B, é a operação 52'”, diz Robert Fisk.
Fisk, que ultimamente esteve noticiando os acontecimentos na Síria, diz que o mundo mudou de várias formas desde o 11 de setembro. “Nos últimos meses vimos um despertar árabe no qual milhões de árabes muçulmanos derrubaram suas próprias lideranças”, ele diz.
“Bin Laden sempre quis acabar com Mubarak e Ben Ali e Kaddafi e os demais, argumentando que eles eram infiéis que serviam à América e, na realidade, foram milhões de pessoas comuns que, pacificamente — bem, mais ou menos, e com certeza no caso da Tunísia e do Egito — , se livraram deles. Bin Laden não, ele fracassou nessa tarefa”.
“Você tem que se lembrar que esses regimes sempre disseram aos americanos: 'continuem nos apoiando, porque senão a Al Qaeda toma o poder' — e na verdade a Al Qaeda não tomou poder nenhum”.
É interessante que, depois da derrubada de Mubarak, a primeira coisa que se ouviu da Al Qaeda, uma semana depois, foi um chamado para a derrubada de Mubarak, uma semana depois que ele havia caído. Foi patético”.
Fisk diz que as comemorações da morte de Bin Laden nos Estados Unidos são insignificantes. “Acho que Osama Bin Laden perdeu a relevância há muito tempo, na verdade. Se eles tivessem matado Bin Laden um ou dois anos depois do 11 de setembro, uma parte dessa bateção no peito poderia ter tido alguma relevância. Esses punhos no ar nos Estados Unidos, celebrando vitória, são boas imagens, mas acredito que elas não significam nada”, diz ele.
“O fato real que temos no mundo hoje, o que é importante, é um levante de massas e um despertar de milhões de árabes muçulmanos para derrubar ditadores”.
Robert Fisk diz que esses levantes são “muito, muito mais importantes que um homem de meia-idade sendo morto no Paquistão”.
Original: http://www.abc.net.au/local/stories/2011/05/02/3205479.htm.
Tradução de Idelber Avelar. Foto por http://www.flickr.com/photos/nycmarines/.
Fonte: http://www.revistaforum.com.br/conteudo/detalhe_noticia.php?codNoticia=9260