terça-feira, 29 de março de 2011

Jair Bolsonaro: vergonha de existir

Deputado, portanto, eleito (por quem?) Jair Bolsonaro, do PP (partido do Maluf) destilando algo mais que conservadorismo. Preconceito. Deveria responder criminalmente pelas declarações completamente anti-Direitos Humanos.





segunda-feira, 28 de março de 2011

Os guardiões da democracia

Ou melhor: os carniceiros da democracia.

Da Folha

Revista denuncia assassinato e mutilação de civis por soldados dos EUA





Em meio à guerra contra o grupo islâmico Taleban, um comando de infantaria das Forças Armadas americanas cometeu atrocidades contra civis, assassinando crianças, mutilando corpos e exibindo suas ações em fotografias. A denúncia foi feita pela revista "Rolling Stone", em reportagem divulgada neste domingo em seu site.


Leia o artigo, em inglês, no site da revista


Os crimes teriam sido cometidos pelos homens do 3º Pelotão da Companhia Bravo, alocada na província afegã de Kandahar, uma das mais violentas do país.


A revista relata que, em 15 de janeiro de 2010, eles deixaram a base de Ramrod em um comboio em busca de militantes do Taleban --mas dispostos a matar qualquer um.


Eles chegaram então à vila de La Mohammad Kalay, localizada perto de plantações de ópio. Lá, encontraram apenas fazendeiros desarmados e nenhum inimigo evidente.


"Enquanto os oficiais do 3º Pelotão conversavam com um ancião dentro de um armazém, dois soldados [Jeremy Morlock e Andrew Holmes] se distanciaram da unidade até chegar ao extremo da vila. Lá, em uma plantação de ópio, eles começaram a procurar alguém para matar", conta a revista, que cita dados de uma investigação das Forças Armadas.


O escolhido, ainda segundo a revista, foi um jovem de cerca de 15 anos, desarmado. O próprio soldado Morlock confessaria mais tarde que o jovem, identificado como Gul Mudin, não era uma ameaça.


De qualquer forma, os americanos o chamaram em pashtu e ordenaram que parasse. O garoto ficou imóvel. Os soldados então atiraram uma granada e, em seguida, abriram fogo com uma metralhadora.


Quando os demais soldados chegaram para ver o que ocorrera, Morlock disse que o garoto iria atacá-los com uma granada e eles tiveram que atirar nele. Depois de cumprir o protocolo de identificação dos militares americanos, os dois soldados começaram a tirar fotos com o corpo. Holmes posou segurando a cabeça do jovem.


As fotos, graficamente muito fortes, estão disponíveis no site da "Rolling Stone".


Holmes chegou, ainda segundo a revista, a levar um dedo do garoto afegão. Um colega disse que ele queria um troféu e esperava que o dedo secasse, para guardá-lo para sempre.


Os soldados nunca foram punidos pelo assassinato e o mesmo pelotão matou ao menos três outros civis inocentes nos últimos quatro meses. Quando as mortes se tornaram públicas, o Exército tentou enquadrá-las como resultado de uma unidade indisciplinada e que operava sob suas próprias regras.


Os militares chegaram a condenar cinco soldados por assassinato, mas as informações foram vetadas pelo Pentágono. A revista diz que os soldados da Companhia Bravo foram proibidos de dar entrevista.


Mas uma investigação interna a qual a "Rolling Stone" disse ter acesso mostra que dezenas de homens da infantaria faziam parte desta equipe de assassinatos e que agiam abertamente, sem se esconder dos colegas de companhia.

sexta-feira, 25 de março de 2011

Disquetes: o que são mesmo?

Do Blog de Alexandre Matias, do Estadão.

O fantasma do disquete











Tocata e fuga versão 8-bit.

Gestão paulista e as enchentes

Do Blog do Nassif

A responsabilidade de Serra nas enchentes


Finalmente, a Folha rompe com o maior tabu da mídia: a responsabilidade objetiva do governo José Serra na maior tragédia urbana de São Paulo, as enchentes dos últimos anos. Na época, jogou-se a responsabilidade no prefeito Kassab e na própria população. Serra chegou a acusar os paulistanos de responsáveis por jogar lixo na rua.




Nos meios técnicos - e nos blogs - sabia-se que a responsabilidade era toda de Serra, ao cortar todas as verbas destinadas ao desassoreamento do rio.

Qualquer gestor minimamente responsável teria à mão o mapa das vulnerabilidades do estado, aqueles pontos centrais que merecem atenção absoluta. E a vazão do rio Tietê era um deles, devido à própria geografia da cidade. Qualquer problema de transbordamento afetaria os afluentes, a rede pluvial.

Durante anos, o saneamento pouco avançou no país porque feito de obras subterâneas, sem visibilidade. E a grande crítica às obras populistas e faraônicas de Paulo Maluf vinha justamente dos quadros do PSDB de Covas e Montoro. Era esse o discurso brandido pelo próprio Serra, nos períodos em que se limitava a ser estilingue, sem o desafio de ser o protagonista.

Como o desassoreamento não rendia votos, nem dividendos, Serra subtraiu os recursos para aplicar em publicidade, no Rodoanel de Paulo Preto e em outras obras com visibilidade.

Caberia uma ação de responsabvilidade civil contra ele.

Por Gustavo Belic Cherubine

Nassif, nesse novo momento político, será inadmissível aceitar governos e gestores que sonegam, mentem e manipulam dados.



http://noticias.uol.com.br/cotidiano/2011/03/25/governo-de-sp-deixou-de-...

25/03/2011 - 07h00
Rio Tietê ficou sem limpeza por quase três anos em SP
Arthur Guimarães
Do UOL Notícias
Em São Paulo

Comentários [18]

Para tirar o atraso, governo Alckmin dobrou metas de limpeza e anunciou aporte de R$ 558 milhões

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Destino do equivalente a cerca de 400 piscinas olímpicas de lixo e resíduos todo ano, o trecho metropolitano do rio Tietê ficou sem limpeza entre 2006, 2007 e parte de 2008.

O governo estadual assumiu nesta semana, em resposta a questionamento feito há 24 dias pelo UOL Notícias, que por mais de 1.000 dias não foi feito o serviço de desassoreamento do leito que corta São Paulo e cujos transbordamentos, em dias de forte chuva na capital, interrompem o tráfego na marginal e trazem o caos aos paulistanos. Só nos primeiros três meses deste ano, foram registrados três episódios do tipo.

Nota oficial emitida em 22 de março pelo Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE), órgão vinculado à secretaria de Saneamento e Recursos Hídricos, confirma que houve uma suspensão no serviço de escavação, recolhimento e transporte dos dejetos que se acumulam no fundo do leito do rio.

“A obra de aprofundamento da calha do rio Tietê possibilitou condições de escoamento das vazões que dispensaram a necessidade de realização do serviço de desassoreamento em 2006 e 2007”, afirma o texto, acrescentando que a tarefa só foi retomada no final de 2008.

Na análise de especialistas, no entanto, tal suspensão é temerária e pode, inclusive, ter prejudicado os ganhos obtidos com o rebaixamento da calha do Tietê, obra entregue em 2005, sob o custo de R$ 2 bilhões, e que alargou o rio em até 30 metros e o aprofundou em 2,5 metros.

Como apontam engenheiros e geólogos, o Tietê é um rio plano, com baixa velocidade da água e limitada capacidade de autolimpeza. Por isso, precisaria ser desassoreado sempre –apesar de essa ser uma tarefa cara (retirar 1 milhão de metros cúbicos custa R$ 64 milhões) e com pouca visibilidade política.

Aluisio Canholi, doutor em engenharia e coordenador do Plano de Macrodrenagem da Bacia do Alto Tietê (1998), afirma que a suspensão no serviço é "menos grave" por ter sido concentrada no período imediatamente posterior à entrega da obra de rebaixamento da calha.

Como ele explica, o revestimento de concreto aplicado em 2005 nas paredes do leito, em tese, fez com que os resíduos se acumulassem em menor escala nos anos seguintes à inauguração. Além disso, as intervenções aumentaram a vazão do rio e sua velocidade, facilitando a dispersão dos dejetos. "Se eram poucos os resíduos, não teria tanto problema em suspender a limpeza. De toda forma, todo rio urbano precisa ser desassoreado constantemente", pondera.

Segundo o especialista, no entanto, só é possível saber a extensão exata do problema –e suas reais consequências– se fosse feita uma análise dos resultados das medições do Tietê em 2006, 2007 e 2008. "É necessário ver o que apontam os relatórios de batimetria (técnica que mede a profundidade do rio) e vazão. Se o assoreamento estava de fato interferindo significativamente na vazão do rio, a questão é gravíssima."

Guardião de tais relatórios, o DAEE foi solicitado em 1º de março deste ano a fornecer os resultados dos estudos de batimetria e vazão. O órgão não havia respondido o pedido até ontem (23 dias depois), quando foi cobrado novamente. Por meio de sua assessoria de imprensa, o DAEE informou que não iria fornecer à imprensa tais informações.
Histórico de idas e vindas

A necessidade de continuar o trabalho de limpeza foi lembrada pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB), no dia da cerimônia de entrega da obra de rebaixamento da calha, em 19 de março de 2006.

Na ocasião, além de prometer que o Tietê não voltaria e encher tão cedo, o então postulante ao Planalto anunciou aos presentes que uma Parceria Público Privada (PPP) seria lançada para garantir a manutenção da obra recém-inaugurada, enquanto outras empresas governamentais –Sabesp, Nossa Caixa, Cetesb e Cesp – cuidariam dos 50 quilômetros de jardim na marginal. “A manutenção já começa imediatamente. Começamos com quatro empresas do governo e pretendemos ampliar com a iniciativa privada”, disse na ocasião.

Apesar do corte da vegetação marginal ter sido feito, a PPP nunca foi adiante no Palácio dos Bandeirantes, que passou a ser comandado em março de 2006 por Claudio Lembo. Foi somente no final de 2008, na gestão José Serra (PSDB), que o serviço foi retomado, em contratação anunciada no dia 14 de outubro na página 129 do Diário Oficial do Estado.

R$ 2,1 bilhões/mês
É o prejuízo estimado causado pelas enchentes às empresas de São Paulo, segundo dados da Fiesp

Segundo o DAEE, no ano da assinatura do contrato, máquinas removeram 117 mil metros cúbicos de sedimentos (contra o 1 milhão que chega anualmente) em pontos mais críticos do rio Tietê (como a foz dos rios Tamanduateí e Aricanduva), o que representou um investimento de R$ 7 milhões.

Na temporada de chuvas do ano passado, no entanto, após ser alvo de críticas quando a marginal encheu e interrompeu o trânsito novamente, Serra anunciou que o volume de resíduos que voltou a ser retirado precisava ser ampliado. Em fevereiro de 2010, ele afirmou que aumentaria o serviço: passaria de 400 mil metros cúbicos para 1 milhão de metros cúbicos anuais.

Desde então, o contrato foi várias vezes aditado. Foi somente neste ano, quando Alckmin retornou ao poder, que o governo resolveu fazer novas licitações para o setor. Assim que enfrentou a primeira leva de críticas após o caos visto em São Paulo com a chuva de 10 de janeiro de 2011, o tucano lançou um novo programa de contenção de enchentes.

Alckmin, que mudou o rumo de vários projetos do antecessor, incluiu no pacote uma revisão do que se vinha fazendo com o Tietê. Na primeira ação anunciada, ele disse que passaria a retirar 2,1 milhões de metros cúbicos de resíduos do rio neste ano, contra meta anterior de 1 milhão de metros cúbicos.

No total, entre todos os pacotes anunciados, o governador afirmou que irá investir cerca de R$ 558 milhões em ações contra as enchentes. O governo estadual calcula que, hoje, o rio tenha cerca de 2 milhões de metros cúbicos de resíduos.
Outro lado

O ex-governador José Serra foi procurado para se posicionar sobre a reportagem. Apesar do contato feito com sua assessora de imprensa e das perguntas enviadas, não houve retorno até a publicação deste texto.

O DAEE, que desde o começo do mês é solicitado a passar ao UOL Notícias dados sobre a questão, enviou apenas um texto em que elenca de forma genérica os principais projetos e as promessas do órgão.

Mesmo sendo solicitado diversas vezes a detalhar os dados que forneceu, o DAEE não divulgou mais informações e não agendou entrevistas com os técnicos do órgão, como foi solicitado pela reportagem.


 

PM's que matam

Da Folha

Relatório atribui a PMs 150 assassinatos


Relatório da Polícia Civil paulista aponta grupos de extermínio formados por PMs como responsáveis pelo assassinato de 150 pessoas na capital entre 2006 e 2010, informa a reportagem de André Caramante publicada na edição desta sexta-feira da Folha (íntegra disponível para assinantes do jornal e do UOL)


Entre as vítimas, 61% não tinham antecedentes criminais. Outras 54 pessoas foram feridas em atentados em que PMs são suspeitos --69% sem passagem pela polícia.


O relatório foi produzido no ano passado e aponta motivações para os assassinatos: 20% por vingança; 13% por abuso de autoridade; 13% pelo que o relatório chama de "limpeza" (assassinato de viciados em drogas, por exemplo); 10% por cobranças ligadas ao tráfico e 5% por cobranças de jogo ilegal; 39% sem razão aparente.


Alguns PMs da lista estão presos. Eles negam os crimes. O Comando-Geral da corporação não se manifestou nem informou exatamente quantos homens já puniu.


A investigação, a cargo do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), aponta dois grupos de extermínio de PMs: um da zona norte, outro da zona leste.


Cerca de 50 PMs são suspeitos de formar e unir os grupos para assumir o controle do tráfico de drogas e explorar jogos de azar.


Editoria de Arte/Folhapress

quinta-feira, 24 de março de 2011

Vamos estimular a discussão sobre educação

Apresentação de slides enviada pelo amigo e professor de Física Eric Nakano - Eu Acuso (o power point foi feito por um advogado e professor de Direito).


Baixem e vejam. Ressalto: concordo com alguns pontos expressos na apresentação. Alguns aspectos julgo serem muito extremistas; outros devem ser discutidos e resolvidos, como a constante mercantilização da educação e afrouxamento da educação dos pais - o deixar "fazer tudo", crianças mimadas e sem limites. Ou seja: polêmica.


Comentem! Vamos estimular a discussão e polemizar!

Piano no Metrô

Podia ter mais qualidade também. Só pra registrar.


Da Folha



Quatro estações do metrô de SP instalam pianos para usuários


Os passageiros do metrô que notaram a presença de um piano em quatro estações da rede, na manhã desta quinta-feira, podem ter estranhado a presença do instrumento.


Mas ele foi colocado no mezanino das estações Sé, Santana (linha 1-azul), Tamanduateí (2-verde) e Largo Treze (5-lilás) justamente para que seja utilizado pelos usuários.


Os quatro pianos, do tipo vertical, são da fabricante Fritz Dobbert e podem ser tocados até o fechamento das estações, à 0h. O objetivo, segundo o Metrô, é aproximar o público da arte, como já acontece em outras estações com mostras e exposições.


Projeto semelhante, com instrumentos para os passageiros tocarem, foi implantado há dois anos pela CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos).


Divulgação/Metrô Piano da fabricante Fritz Dobbert na estação Sé do metrô; usuários podem usar o instrumento das 4h40 à 0h


Piano da fabricante Fritz Dobbert na estação Sé do metrô; usuários podem usar o instrumento das 4h40 à 0h


"Creio que os pianos certamente serão procurados por nossos usuários, seja por aqueles que têm formação musical, seja pelos que simplesmente têm curiosidade em ouvir seu som. A intenção é tornar mais agradável o ambiente em nossas estações e privilegiar a arte, em suas diversas manifestações", afirma Sérgio Avelleda, presidente do Metrô.

Brincar de se explodir

Do Diário do Centro do Mundo, de Paulo Nogueira







Do que você brincava quando era criança?
Lembrou? Sorriu?
É o tempo em que somos genuinamente felizes.
Pois agora veja estas crianças. Elas brincam de homens-bomba. Não se sabe ainda de onde vem o vídeo, se do Paquistão ou se do Afeganistão.
Não importa. É uma das imagens mais verdadeiras, mais pungentes, mais representativas do mundo em que vivemos.
O resto é silêncio, como escreveu Shakespeare.

Notícias 'inverso'

Uma maneira de ver além do lide noticioso:

Do Notícia em Verso, sobre Ricardo Gama - blogueiro crítico do governo baleado no Rio de Janeiro.

Retaliação costuma ser a arma de quem está incomodado
Não sei se o atentado ao blogueiro se enquadra nesse caso
O Ricardo Gama, 40 anos, levou quatro tiros na rua
Mas nada levaram: jóias, relógio nem a carteira sua

Ele é dono de blog de oposição ferrenha no Rio
E usa a internet para expressar o que vê ou ouviu
A Constituição afirma que para isso temos liberdade
Mas a situação indica: não ocorreu em sua cidade

O Rio de Janeiro durante anos dominado: comando paralelo
Mesmo com avanços, não se livrou desse mal por completo
Implantação de UPPs, imagens de traficantes fugindo
Mas se ninguém foi preso, para onde esse povo tá indo?

O blogueiro é militante político do grupo de Garotinho
Do Partido da República, tal qual Fernando Peregrino
Mas suas concepções políticas não são o assunto da pauta
Absurdo: não poder dizer o que pensa é o direito que falta

E mais uma vez assistimos à covardia que não se justifica
Os tiros tem relação com o seu blog, o conteúdo explica
Mesmos que se deduza: gente importante por trás de tudo
Calma para ver se a polícia esclarece ou nos deixa no escuro

http://noticiaemverso.com
twitter: @noticiaemverso

quarta-feira, 23 de março de 2011

Detalhes do 'Profissão Repórter'

Do Portal Comunique-se

Os bastidores da reportagem. Caco Barcellos conta detalhes do "Profissão Repórter"


Renan Justi


Em sua terceira temporada na TV Globo, o jornalístico "Profissão Repórter" retornará de férias no dia 5/4. Entre as reportagens investigativas que irão ao ar, uma abordará a música popular brasileira, reportagem que quase obrigou o jornalista Caco Barcellos, apresentador e repórter do programa, a largar a pauta. "Passei duas noites sem dormir, estava quase desistindo, mas, de repente, estava na casa deles (família que relutava em atendê-lo)", revela Caco, idealizador do projeto "Profissão Repórter", em Simpósio realizado nesta terça-feira (22/3) na USP, em parceria com o Globo Universidade.


A respeito das diferentes técnicas de produzir e editar as reportagens, o editor Caio Cavechini, ex-aluno de jornalismo da ECA, enfatiza a necessidade da matéria final ser “muito mais do repórter do que editor”,  e que o estilo de reportagem exibida pelo programa depende muito da proximidade entre repórter e câmera. “Nós sempre privilegiamos a narração genuína do repórter, com BG (som de fundo) e as entrevistas em ação”, explica Cavechini, que está no programa desde o início e também exerce o papel de repórter.


Cracolândia
Caco Barcellos entrevistou usuários de crack no centro de São Paulo por duas vezes. No entanto, sua última visita foi marcada por ameaças e apedrejamento ao carro da TV Globo, que foi atingido por crianças viciadas. “Ficamos marcados pela cobertura do crack. Nessa matéria, três moleques chegaram para tentar me apunhalar, mas bastava você encostar o braço neles para afastá-los, tamanha era a fraqueza daquelas pessoas”, relembra Caco, que anteriormente visitou o mesmo local pelo programa "Globo Repórter".


“Driblar assessores”
A denúncia de que treze trabalhadores morreram por exposição excessiva ao sol em um canavial exigiu práticas incomuns à equipe do ”Profissão Repórter”. Caio e Caco lembram que duas reportagens foram feitas para abordar aquele tema, uma delas acompanhada pela assessoria de imprensa da empresa responsável pelos funcionários do canavial, e outra sem a “parceria” dos assessores e com uma microcâmera escondida.


“Quando visitamos o canavial com a assessoria de imprensa, a reportagem ‘funcionou’ porque havia ambulância médica para atender os cortadores de cana, eles estavam vestidos com roupas próprias para trabalhar e tinham sombra para comer no almoço”, conta Caco que, na sequência, pediu para parte da sua equipe se “enfiar no canavial” e mostrar, sem o acompanhamento dos assessores, que nada daquilo mostrado na primeira reportagem representava o cotidiano daquele canavial.


‘Aquela’ reportagem
Questionado sobre qual foi a matéria mais marcante da sua carreira no "Profissão Repórter", Caco escolhe a recente história dos policias do BOPE, vistos, por grande parte da sociedade, como ídolos, mas que tiravam vidas. “Foi corajoso porque foi contra a corrente majoritária”, destacando a abertura da Rede Globo ao veicular um material que desagradaria “84% dos cidadãos que acham os capitães Nascimento os novos heróis da sociedade”, conclui Caco.

Identificados PM's que balearam jovem no Amazonas

Do A Crítica (Via Caroline Cabral, pelo Twitter)











Registro do Ciops identifica quatro dos oito acusados


Foram identificados os soldados Rozivaldo de Souza Ferreira, M. Teixeira, Castilho e Wesley como acusados de agressão


Manaus, 23 de Março de 2011

PIERO CAÍQUE










O registro do Centro Integrado de Operações de Segurança (Ciops) da Polícia Militar identifica quatro policias que estavam de serviço na madrugada do dia 17 de agosto nas viaturas 1767 e 1768, envolvidas no crime.

Ainda no registro do Ciops é descrita a versão dos policiais, de que foram recebidos por tiros na Zona Norte de Manaus, no relatório são especificados também número de tiros deflagrados pelos policiais durante a ação.

Segundo o registro os nomes e a quantidade de tiros estão identificados da seguinte forma.

Soldado Rozivaldo de Souza Ferreira, armado com umapistola PT-24-7 disparou apenas um tiro.

Soldado M. Teixeira, com uma pistola PT-24-7 disparou dois tiros

Soldado Castilho com uma pistola PT-24-7 disparou três tiros e com uma Metralhadora Portátil 1425 disparou um tiro.

Soldado Wesley, armado com uma metralhadora Portátil1508 disparou apenas um tiro

Ainda faltam ser identificados os outros quatro acusados, totalizando oito policiais envolvidos.  A coletiva organizada pela Secretaria de Segurança, deve anunciar o nome de todos e a punição que será aplicada.






 

Blogueiro baleado no Rio

Do Blog do Nassif

Blogueiro é baleado no Rio


Por Vera passos




Ja pensou se a moda pega?

Da Folha.com

Blogueiro Ricardo Gama é baleado no Rio

DO RIO

O blogueiro Ricardo Gama, conhecido por suas críticas aos governos Sérgio Cabral e Eduardo Paes, foi baleado na manhã desta quarta-feira, em Copacabana (zona sul do Rio). Ele foi internado no hospital Copa D'Or, onde passará por uma série de exames para determinar a necessidade de cirurgia.

Segundo a Polícia Militar, Gama levou dois tiros no rosto e um no tórax, disparados por um homem que o abordou em um carro prata.

Além de críticas aos governantes do Estado e da cidade do Rio, Gama também escreve, em seu blog, contra supostas irregularidades da própria polícia, não só no Rio de Janeiro, como em outros Estados.

Gama conseguiu repercussão para o seu blog no ano passado, quando divulgou o vídeo em que um jovem era chamado de 'otário' por Cabral durante a inauguração de obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).


 

Brasil e o bombardeio aos líbios

Do Opera Mundi

'Resolução aprovada pelo Conselho de Segurança chega a dar medo', diz Patriota


“O Brasil deve zelar pela manutenção da narrativa espontânea dos povos árabes e defender a busca autônoma pela resolução das questões internas”, disse o Ministro de Relações Exteriores, Antonio Patriota,  sobre o papel do país nas atuais transformações do mundo árabe.



Para ele,  a intervenção de países ocidentais na Líbia pode mudar o curso da história das mobilizações populares que tem ocorrido desde o início do ano no mundo árabe. O mesmo argumento, segundo o diplomata, poderia ser usado em casos como os do Iêmen e do Bahrein.

“A resolução aprovada pelo Conselho de Segurança da ONU na quinta-feira passada (17/03) chega a dar medo” afirmou Patriota em uma conferência realizada nesta terça-feira (22/03) na FEA-USP (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo). “Temo todas essas ‘medidas necessárias que podem ser tomadas‘ pelo Conselho de Segurança de acordo com o texto aprovado”, afirmou.

Além disso, o Ministro de Relações Exteriores se mostrou receoso com o número de civis mortos que as ofensivas internacionais podem provocar. “O objetivo não é exacerbar as tensões, ao contrário”, argumentou.

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Segundo o chanceler, o principal ponto de descontentamento com o texto é o trecho que autoriza a utilização de "todas as medidas necessárias para proteger os civis”, já que isso inclui a realização de ataques aéreos como vem acontecendo há quatro dias.

“Primeiramente, a resolução submetia Kadafi ao TPI (Tribunal Penal Internacional), embargava as armas no país, limitava o movimento do governo e congelava os bens do líder líbio no plano internacional, o que até então era um consenso entre os membros do Conselho de Segurança”, relembrou.

Em um segundo momento, porém, o parágrafo que dava o aval para a ONU realizar as intervenções na Líbia conforme a necessidade determinada pelo próprio órgão causou discórdia entre os países, segundo Patriota.

“Não acredito que, se a resolução previsse apenas a zona de exclusão aérea, um consenso total seria fácil, nem que essa seja a solução. Mas acredito que o texto aprovado dá brecha para modificações e intervenções ocidentais maquiadas pelo pretexto de um motivo nobre: a proteção dos civis”, argumentou.

Questionado sobre a abstenção do Brasil na votação do Conselho, Patriota preferiu não se manifestar se teria optado por um voto contra.

O chanceler, porém, garantiu que o Brasil trabalhará para que as intervenções internacionais não interfiram no desenrolar das questões internas líbias, como foi defendido pela representante do Brasil nas Nações Unidas, Maria Luiza Viotti, durante a conferência que decisiu pela medida.

Ao justificar a abstenção, Viotti afirmou que a opção brasileira não deve ser interpretada como “endosso do comportamento das autoridades líbias ou como negligência”.  Segundo ela, o governo brasileiro “não está convencido” de que o uso da força, como definido na resolução aprovada, levará ao fim da violência e garantirá a proteção aos civis.

Na ocasião, a embaixadora disse que o Brasil é solidário às manifestações populares, que ocorrem no Norte da África e também no Oriente Médio. Para ela, são movimentos que expressam “reivindicações legítimas por melhor governança".

O Ministro das Relações Exteriores, por sua vez, classificou como “legítima e necessária” a busca pelo progresso econômico, social e político reivindicado pelos manifestantes dos países árabes, mas alertou a importância do respeito aos direitos humanos e à realização de transições de poder pacíficas.

Governo Dilma

Durante a Conferência, que foi organizada em uma parceria entre o Itamaraty, a USP e a Bibliaspa, Patriota falou também sobre a política externa da atual gestão.

Para ele, a busca de “multipolaridade benigna” caracteriza o governo de Dilma Rousseff. “Estamos procurando amenizar cada vez mais as assimetrias do passado e dar voz a novos atores políticos, como o próprio Brasil”, disse.

Patriota acredita que, desta forma, processos multilaterais mais inclusivos possam se tornar fórmulas, ou pelo menos boas alternativas, para solucionar conflitos e caminhar no sentido de processos de paz, tanto nos países árabes quanto em todo o mundo.

Pensando nisso, o chanceler chegou a dizer que o Brasil poderia se colocar como um importante ator político no caso da Líbia e posteriormente do Bahrein e do Iêmen. “Considerando a importante posição que conquistamos com a política externa do governo Lula e com o crescimento econômico que o Brasil tem registrado, passamos a ter a oportunidade de exercer nossa interlocução em cenários conflituosos. No caso da Líbia, por exemplo, temos a vantagem de sermos autossuficientes na questão petrolífera, principal motivo de disputas na região, o que nos torna imparciais”, justificou.

O Ministro das Relações Exteriores citou o fato de o Brasil possuir a maior comunidade árabe fora da região como outro ponto vantajoso em uma possível interlocução nos conflitos atuais. Além disso, o Brasil foi o primeiro país da América Latina a tornar-se observador da Liga Árabe e tem estreitado laços comerciais com a região.

“Chega a parecer que o Brasil se antecipou em fortalecer os laços com o mundo árabe pouco antes de sua sublevação. Nos últimos tempos abrimos embaixadas em países daquela região, estabelecemos relações diplomáticas e intensificamos o comércio”, afirmou.

Para 2011, segundo ele, está previsto o estabelecimento de relações diplomáticas do Brasil com os 192 países membros da ONU. Restam, até o momento, apenas dez para que a meta seja atingida.

terça-feira, 22 de março de 2011

Matéria sobre dragagem do Tietê

Postei a matéria que fizemos para o jornal Comum, jornal-laboratório do 3º semestre da disciplina de Redação e Edição, do Mackenzie, no "Fora de Pauta" (sugestão de matérias) no Blog do Nassif. Ele publicou e ainda comentou:


"A matéria abaixo foi escrita para um jornal-laboratório. Tem mais informações do que toda a cobertura da velha mídia sobre os efeitos da interrupção da dragagem do Tietê - na gestão Serra - sobre as enchentes do rio."


Clique aqui e leia lá a matéria e os comentários dos leitores do blog dele.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Obama e Obama e Obama


Da BBC Brasil



O prisioneiro Bradley Manning








Ivan Lessa

Colunista da BBC Brasil



Soldado americano. Pai, idem. Mãe do País de Gales. 23 anos. 1,57 de altura. Fosse na Brasil teria o apelido de “Tampinha”. Mas é e foi nos Estados Unidos da América do Norte.





Vocês conhecem. Aquele do Obama no Municipal no Rio, no Iraque, no Afeganistão e na prisão de Guantánamo, que ele prometeu fechar e não fechou. Obama não é uma pessoa coerente. Obama nesses seus anos de mandato não tem uma única frase ou feito memorável. O mesmo não acontece com o soldado Bradley Manning.


Bradley Manning está preso desde maio do ano passado em condições dignas daquilo que eles mesmos, americanos, chamavam de Terceiro Mundo. Por que Bradley Manning está detido no que é chamado lá por eles de “prisão provisória”? Porque foi o homem que passou para o messiânico “demônio louro” (se não for uma contradição em termos) Julian Assange 250 mil comunicados diplomáticos contando, entre eles, com o notório, e mais que divulgado (conferir no YouTube), vídeo da – não há outra palavra – execução de oito civis iraquianos, entre os quais duas crianças, por soldados americanos sob instruções de um helicóptero. Foram-se oito iraquianos de maior idade ao todo.


A cena, com legendas, foi mostrada pela televisão britânica num documentário da televisão comercial, a ITV, preparado pelo esplêndido jornalista e escritor australiano John Pilger. A horripilante sequência abria o filme. Legendas nas cenas de “combate”, para ficar bem claro. Lá estão aqueles maneirismos militares a que estamos acostumados, graças ao cinema e à televisão. Tudo em meio a muita galhofa. Roger, over, out, copy that e, na ordem vital, ou letal, a sentença vinda dos ares : “Light 'em all up. Shoot.” (Mais ou menos, “Acendam eles todos. Atirem.”) Atiraram. Foram acesos os iraquianos e as duas crianças.


Bradley Manning não negou ter sido a fonte do vazamento. Sofreu a tal sentença provisória que já dura bom tempo. Não sem antes o porta-voz P.J. Crowley, da secretária de Estado, Hillary Clinton, ter declarado sabiamente que Manning não fora declarado culpado de crime algum e que sua prisão era “contraprodutiva e estúpida”. Crowley foi forçado a se demitir. Claro. Bradley Manning está preso em condições mais que divulgadas, todas dignas da mais cruenta das ditaduras.


Abaixo, a frio e a seco, o seu dia a dia. Sublinho que, se alguém conferir no YouTube, verá nos comentários uma vasta proporção a favor do regime de prisão imposto a Manning.


O soldado americano Bradley Manning, detido em Quantico, onde está situado também o FBI, sem julgamento ou condenação, não tem permissão para se exercitar em sua cela durante o dia. Não tem o direito à posse de coisa alguma.


É proibido de conversar com os guardas seus carcereiros. A cada cinco minutos, é obrigado a responder se se encontra bem e em forma. Se voltar a face para a parede durante o sono é prontamente acordado.


Bradley Manning, que, incrivelmente, ainda mantém um senso de humor, apontou para o fato de que ele poderia, se quisesse, se injuriar com suas cuecas, no que estas foram de imediato retiradas.


Só lhe são permitidas, por uns poucos minutos, visitas aos sábados e domingos. O resto da semana são 23 horas por dia de cela. Recebe ainda uma dose diária de antidepressivos.


O presidente Barack Obama não visitou qualquer delegacia ou prisão no Rio ou em Brasília. Sua senhora, a primeira-dama Michelle Obama, lidera uma campanha contra a obesidade entre crianças.




Dragagem do Tietê segue inativa até abril

Diego Moura e Thiago de Oliveira



Engenheiro diz que se espera um novo modelo de licitação até o final do mês de abril. O objetivo, segundo ele, é tornar a gestão das obras mais eficiente. Enquanto isso, operários realizam manutenção em barcaças, dragas e outros equipamentos.


“Isso aqui é que nem serviço de casa: não acaba nunca”. Dessa forma o engenheiro Dráuzio Agianotto, do DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica de São Paulo), classifica o trabalho de contenção de águas do rio Tietê que se encontra parado desde novembro. Ele considera ideal uma manutenção mais aprofundada a cada dois anos, no mínimo. A interrupção do serviço se deve ao período de chuvas e a mudanças contratuais na licitação para realizar as obras.


Pelo fato do nível do rio ultrapassar o normal, as barcaças e dragas, usadas no desassoreamento, não  tem estrutura para alcançar o leito do rio. No caso da licitação, Dráuzio informa que houve uma mudança de gestão dos contratos: a concessão do serviço para a realização das obras passa de 12 para cinco anos. Isso representa vantagem à empresa e ao governo, pois proporciona um rompimento contratual mais ágil em caso de ineficiência nas obras.


A eficiência do modelo de contrato e das operações é colocada à prova, principalmente, nesses últimos meses. Segundo levantamento feito pelo jornal Folha de S. Paulo, os pontos de alagamento praticamente triplicaram em quatro anos às margens do Tietê. Considerando apenas o bimestre inicial de cada ano, foram 36 pontos em 2008 e 101 neste ano. E com isso, os transtornos aos moradores da região se intensificaram. “Na época de chuva não dá para ficar tranquila em casa: é sempre em estado de alerta para levantar móveis e tirar o carro da garagem para não perder. E com essa pausa das obras, essa preocupação não vai acabar tão cedo”, conta Monica Meira, estudante do Mackenzie, que mora próximo à Marginal do Tietê. Sobre a pesquisa, Drauzio é enfático: “a imprensa é muito sensacionalista”.



Barcaças e dragas estacionadas: chuvas e contratos

“A responsabilidade é do regime de chuvas, muito intensas nesse ano, das ocupações irregulares, do  aquecimento solar (sic)”, segundo Agianotto. Apesar de apontar fatores externos, o engenheiro reconhece que o DAEE é inteiramente responsável por controlar a quantidade de água aceitável no rio. Cabe à SABESP e à CETESB cuidarem dos níveis de poluição.


Em meio às margens atulhadas de lama e lixo, o rio Tietê enche sem controle. E, enquanto esperam equipamentos e contratos mais eficientes, quem sofre é a população que não tem como escapar dessa selva urbana negligenciada por tantos anos.


[texto para disciplina de Redação e Edição, jornal laboratório Comum. Palpitem!!]

Parabéns, Twitter

Do Blog de Rodrigo Martins, do Estadão

BAÚ: Ideia do Twitter nasceu em 1992, inspirada em taxistas


O Twitter completa nesta segunda-feira 5 anos no ar. Mas a ideia do serviço, acreditem, vem de 1992. O programador Jack Dorsey, aos 15 anos, produzia softwares para que taxistas dissessem onde estavam. E daí pensou: por que não permitir às pessoas fazerem o mesmo?


O projeto ficou na gaveta até 2006, quando nasceu o Twitter. Entrevistei Jack para o Link em 2009. A reportagem foi publicada no dia 12 de março, quando a rede de microblogging fazia 3 anos.


Uma curiosidade: na ocasião, a previsão dos próprios responsáveis pelo Twitter era de que o serviço estourasse em 5 anos. Mas só foram necessários alguns meses para virar este “monstro” que é hoje.


Outra curiosidade: na entrevista, Jack conta porque no Twitter só cabem 140 caracteres: é o número máximo para mensagens SMS. Sim, o Twitter foi pensado para SMS originalmente.



Foto em Creative Commons. Crédito: JOL


Um homem de poucas palavras


Ele está com a caixa de e-mails lotada de pedidos para entrevistas.  Todos os dias, é pelo menos mais uma dezena que chega.  Há três anos, Jack Dorsey era apenas um desconhecido programador de softwares para rastreamento de táxis. Hoje, tornou-se @jack, acompanhado por mais de 140 mil pessoas, que querem saber o que ele pensa e faz.  Tudo por causa de uma ideia que teve aos 15 anos, estreou quando tinha 29 e transformou-se no maior sucesso digital agora que ele tem 32: o Twitter.


Dorsey é idealizador do serviço onde as pessoas expressam suas ideias, opiniões e informações em apenas 140 caracteres.  Uma ideia que nasceu em 1992, quando Jack se inspirou no trabalho que fazia: se era possível usar tecnologia para taxistas dizerem onde estavam, porque não daria para as pessoas fazerem o mesmo?  Tecnologicamente, só foi possível em 2006, quando, também, Jack convenceu o criador do Blogger, Evan Willians, a apostar na ideia.


Hoje, de The New York TimesTechcrunchThe Guardian aoLink, todos os veículos do mundo só falam de sua ideia, que tem quase 20 anos.  Muito barulho? “Sim.  Estamos muito contentes com isso.  Mas no fim das contas, foram três anos em que trabalhamos muito”, disse ao Link.


Jack é, como assume, de poucas palavras.  A maioria de suas respostas ao telefone poderia ser “twittada” em 140 caracteres.  E esse é um dos motivos para uma das principais características do Twitter: o texto curto. “Com um limite de tamanho, as pessoas são mais espontâneas e instantâneas.  A ideia é minimizar os pensamentos.”


Outra razão para os 140 caracteres é técnica.  Muitos celulares não enviam mais de 160 caracteres em uma mensagem SMS – necessária para postar no serviço de forma móvel.  Então, 20 caracteres ficam para o nome de usuário e o resto para o texto em si. “O Twitter nasceu para o celular.  Foi por isso que só estreou em 2006, porque havia tecnologia para isso”, diz. A ideia era que cada um “twittasse” respondendo à pergunta “o que você está fazendo agora?” e isso poderia ser acompanhado por quem se interessasse.


À primeira vista, o Twitter é uma rede social: você adiciona pessoas e pode conversar com elas.  Só que conta com uma pitada de autopublicação e instantaneidade e a troca de informações é frenética.  Mas Jack recusa o rótulo.  Para ele, rede social é organizar relações com amigos. “O Twitter é mais uma rede de notícias, onde cada um atualiza em texto a sua vida.  Quem quiser, segue.  Não é preciso ser amigo.  Uma pessoa pode te seguir e você pode não querer segui-la.”


E essa “rede de notícias” ganhou vida própria.  O celular, embora seja o meio predileto de Jack, que “twitta” o dia todo, não tornou-se – pelo menos ainda – preferência entre os usuários.  A maioria, diz, usa o PC.  Já a ideia original de se contar o que se está fazendo deu origem a um sem número de finalidades. “Não há regra.  Uns falam sobre a vida ou postam links; outros ‘twittam’ das férias. É um serviço que está se definindo.  A tecnologia é nova.  Todos os dias as pessoas acham novas utilidades.”


O serviço já virou plataforma de campanha de Barack Obama, serviu para que vítimas dos ataques em Mumbai em 2008 mandassem relatos ou que pousos forçados de aviões fossem noticiados.  Além, lógico, de fofoca.  A atriz Demi Moore se transformou em sua própria papparazzi e o Oscar foi comentado ao vivo por quase toda comunidade.


Assim o Twitter conquistou seus atuais 6 milhões de usuários, a maioria em EUA e Japão, mas o Brasil está “entre os dez mais”.  Em um ano, o serviço cresceu 900%.  Mas ainda há um desafio: falar com as massas.  Hoje, internautas antenados, como blogueiros, jornalistas e celebridades habitam o serviço.  Só que os “menos experientes”, ainda não.


Evan Williams, já disse que, para tornar-se para qualquer usuário, seria necessário cinco anos.  Jack, porém, não arrisca um prazo, mas diz que esse movimento já está acontecendo. “Há um ano e meio, éramos só para early adopters.  Isso já começou a mudar.” Para ele, a presença cada vez maior de personalidades deve atrair a massa.


Nesse processo, prevê, o serviço deve mudar para ficar ao gosto do novo freguês.  O que seria isso? “Não temos ideia.  Os novos usos das pessoas estão nos guiando.” Como deve ser o Twitter daqui a dois, cinco anos? “Não sei. É esperar para ver.”


Projeto ficou 17 anos na gaveta


Dos táxis para os celulares e PCs.  A ideia de permitir às pessoas enviar textos curtos e constantes vem da dinâmica das cidades.  Da mesma forma que produzia softwares para que taxistas pudessem informar a uma central onde estavam, Jack Dorsey, então com 15 anos, em 1992, imaginou que poderia permitir às pessoas comuns publicarem status de seu dia a dia.  No final, tudo convergiria para uma forma de sentir o que a cidade estava fazendo e pensando naquele momento.


O projeto ficou adormecido até 2000.  No ano, quando ainda fazia softwares para táxis, Jack desenhou em uma folha de papel o esqueleto do que viria a ser o Twitter. “Mas ainda não havia tecnologia que permitisse a mobilidade.” E o Twitter voltou para a gaveta.


Em 2006, o programador foi trabalhar em uma empresa chamada Odeo, de podcasting.  Aí sim.  Foi lá que Jack conheceu o criador do Blogger – que havia vendido o serviço para o Google havia três anos –, Evan Williams, que era o dono da Odeo na época.  Lá também trabalhava outro programador, Biz Stone. “Mostrei para o Evan o projeto.  Ele gostou e me pediu para desenvolver um protótipo em duas semanas, o que o Biz me ajudou a fazer.” É por essa junção que tanto Evan como Jack e Biz são considerados criadores do Twitter.


O nome dado ao serviço, inclusive, foi um processo curioso.  Os criadores estavam em busca de uma nomenclatura que significasse “um movimento físico”. “Quando você recebe uma mensagem do Twitter no celular, ele vibra com um som parecido com ‘twitch’.  Fomos olhar no dicionário palavras semelhantes a isso.  Encontramos Twitter, que significa “espalhar informações inconsequentes” e o gorjeio de pássaros.  Descrevia muito bem o serviço.”


Em março de 2006, o serviço foi lançado para testes internos.  E em agosto, teve estreia para o público em geral.  No começo, o Twitter não era o produto principal da empresa.  Mas tornou-se a partir de abril de 2007, quando a Odeo viu que não haveria como competir com a Apple na área de podcasts.  E uma nova empresa foi criada, com, além de Evan, Jack e Biz como donos.

sábado, 19 de março de 2011

Os verdadeiros interesses na invasão da Líbia

Texto longo, mas que fornece alguns "poréns" da invasão da Líbia e seus interesses. Contempla fatos históricos e contradições. Vale à pena.


Do Opera Mundi


19/03/2011 - 18:16 | Max Altman | São Paulo



Líbia: hipocrisia, dupla moral, dois pesos e duas medidas


O Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou a resolução que autoriza a imposição de uma zona de exclusão aérea em território líbio, salvo os voos de natureza humanitária, e inclui "todas as medidas que sejam necessárias" para a proteção da população civil, excluindo, porém, a ocupação militar de qualquer porção da Líbia. Além disso, endurece o embargo de armas à Líbia e reforça as sanções impostas no mês passado a Kadafi e seu círculo mais próximo de colaboradores.


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Paris e Londres encabeçaram a arremetida contra a Líbia numa corrida contra o relógio a fim de que a ONU se pronunciasse antes que o último reduto rebelde, Benghazi, fosse recuperado pelas forças leais a Kadafi.

O documento recebeu a aprovação de 10 países (Inglaterra, França, Estados Unidos, Líbano, Colômbia, Nigéria, Portugal, Bósnia e Herzegovina, África do Sul e Gabão), nenhum voto contra e cinco abstenções (Brasil, Rússia, China, Índia e Alemanha).

A Rússia exigiu a inclusão de um cessar-fogo imediato, medida atendida por Trípoli, e a China insistiu numa solução pacífica da crise ao reiterar suas sérias reservas quanto à zona de exclusão aérea, ao mesmo tempo em que rechaçava o uso da força nas relações internacionais. Estranhamente, Moscou e Pequim, que detêm poder de veto, não o utilizaram para barrar aspectos da resolução com os quais não concordavam.

Diferentemente da Tunísia e do Egito, quando massas de centenas de milhares, desarmadas, saíram às ruas erguendo as bandeiras de pão, emprego, justiça social, progresso, liberdade e democracia, derrubando por força de seus protestos e pressão os ditadores apoiados pelas potências ocidentais, Ben Ali e Mubarak, na Líbia facções armadas com armamento blindado, artilharia antiaérea, armas individuais modernas e até alguma força aérea ocuparam o leste do país e algumas cidades do oeste determinadas a tomar Trípoli e acabar com o ditador Muamar Kadafi. Estabeleceu-se com isto uma franca guerra civil.

Quando, no curso dos combates, as tropas fieis a Kadafi avançaram sobre os bastiões rebeldes, o chamado Conselho Nacional Líbio de Transição passou a reclamar com insistência o apoio do Ocidente em armas e logística e a exclusão aérea. Ou bem os oposicionistas contavam desde o início com o respaldo dos países hegemônicos e estes estavam roendo a corda ou calcularam mal a capacidade de resistência de Kadafi e o apoio de grande parte da população líbia com que conta. A verdade é que a insurgência armada no leste da Libia é apoiada diretamente por potências estrangeiras. A insurreição em Benghazi ergueu imediatamente a bandeira vermelha, negra e verde com a meia lua e a estrela, a bandeira da monarquía do rei Idris, que simbolizava o domínio dos antigos poderes coloniais.

A imensa campanha de distorções, omissões e mentiras desencadeada pelos meios maciços de comunicação abriu espaço para uma enorme confusão no seio da opinião pública mundial. Levará tempo antes que se possa estabelecer a verdade do que ocorreu na Líbia e distinguir os fatos reais das falsidades publicadas.

Alguns fatos concretos, porém, merecem atenção. A Líbia ocupa o primeiro lugar no Índice de Desenvolvimento Humano da África e tem a mais alta esperança de vida do continente. A educação e a saúde recebem especial atenção do Estado. O PIB per capita é de 13,8 mil dólares, o crescimento em 2010 foi de 10,6%, a inflação de 4,5%, a pobreza de 7,4% e a colocação no IDH é 53º (Brasil é 73º), todos esses índices melhores que o do nosso país.

Seus problemas são de outra natureza. De alimentos e serviços sociais básicos o país não carecia. Nação de pequena população - 6,5 milhões de habitantes -, necessitava de força de trabalho estrangeira em boa proporção para levar a termos ambiciosos planos de produção e desenvolvimento social. Milhares de trabalhadores chineses, egípcios tunisianos, sudaneses e de outras nacionalidades labutam em solo líbio.

A Líbia também dispunha de vultosos ingressos, provenientes da venda de petróleo de alta qualidade, e de grandes reservas em divisas depositadas em bancos das potências europeias e Estados Unidos, e com isso podiam adquirir bens de consumo e até armamento sofisticado, fornecido exatamente pelos mesmos países que hoje planejam invadi-lo em nome dos direitos humanos.

O tirano, que durante quase três décadas foi considerado o "cachorro louco", o "inimigo número um" do Ocidente para logo converter-se no vistoso aliado de seus inimigos de agora, voltou ao seu estatuto original.

Ao se aproximar das potências ocidentais, Kadafi cumpriu rigorosamente suas promessas de desarmamento e ambições nucleares. Com isso, a partir de outubro de 2002, iniciou-se uma maratona de visitas a Trípoli: Berlusconi, em outubro de 2002; Aznar, em setembro de 2003; Berlusconi de novo em fevereiro, agosto e outubro de 2004; Blair, em março de 2004; Schröeder, em outubro de 2004; Chirac, em novembro de 2004.

Todos exultantes, garantindo o recebimento de petróleo e a exportação de bens e serviços. Kadafi, de seu lado, percorreu triunfante a Europa. Recebido em Bruxelas em abril de 2004 por Prodi, presidente d União Europeia; em agosto de 2004 convidou Bush a visitar seu país; Exxon Mobil, Chevron Texaco e Conoco Philips realizavam os últimos acertos para exploração do óleo por meio de "joint ventures". Em maio de 2006, os Estados Unidos anunciaram a retirada da Líbia dos países terroristas e o estabelecimento de relações diplomáticas.

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Em 2006 e 2007, a França e os Estados Unidos subscreveram acordos de cooperação nuclear para fins pacíficos; em maio de 2007, Blair voltou a visitar Kadafi. A British Petroleum assinou um contrato "extremamente importante" para a exploração de jazidas de gás.

Em dezembro de 2007, Kadafi empreendeu duas visitas à França e firmou contratos de equipamentos militares de 10 bilhões de euros. Contratos milionários foram subscritos com importantes países membros da OTAN.

Dentre as companhias petrolíferas estrangeiras que operavam antes da insurreição na Líbia incluem-se a Total da França, a ENI da Itália, a China National Petroleum Corp (CNPC), British Petroleum, o consórcio espanhol REPSOL, ExxonMobil, Chevron, Occidental Petroleum, Hess, Conoco Phillips.

O que se passou para que o "cachorro louco", que se transformara em grande amigo, volte a ser o "cachorro louco"?

De um lado, a evidência de que as potências hegemônicas tudo farão para não perder o controle dessa vital fonte de energia, o petróleo. De outro, fatores geo-estratégicos. Diante da revolta por mudanças democráticas dos países árabes do Norte da África e do Oriente Médio, é fundamental, no caso da Líbia, ter um governo absolutamente confiável, pressionando o vizinho oriental Egito para manter o tratado com Israel e não partir para políticas que desarrumem todo o contexto regional.

Antes de partir para o Brasil, o presidente Obama declarou que o "cessar-fogo tem que ser implementado imediatamente e isto significa que todos os ataques contra civis têm que parar. (...) Esses termos não são negociáveis. (...) Se Kadafi não cooperar haverá consequências".

Entrementes, as agências de notícias informam que no Bahrein, ocupado por tropas Arábia Saudita, com prévio conhecimento e anuência de Washington, e debaixo de lei marcial, milhares de pessoas desarmadas são reprimidas violentamente por forças militares que destruíram o monumento da praça Pérola, ponto de encontro de manifestantes.

Sabe-se que a V Frota norte-americana está estacionada neste país, distante 25 quilômetros da Arábia Saudita, e funciona como posto de vigilância dos vastos poços de petróleo do Golfo Pérsico. Gravíssima é a situação no Iêmen, aliado incondicional da Arábia Saudita e dos Estados Unidos. Dezenas de civis, desarmados, foram assassinados nas últimas horas. Nem a França nem a Inglaterra, tampouco Washington ou a Liga Árabe propuseram "todas as medidas necessárias" para proteger a população civil. Obama, Sarkozy e Cameron não falaram grosso com o Bahrein e Iêmen. A ONU não autorizou uma zona de exclusão aérea contra o Iêmen e Bahrein, nem acha que os direitos humanos de bareinitas e iemenitas mereçam ser respeitados.

Nesse caso, só falatório, hipocrisia e dupla moral.

Toda e qualquer intervenção na Líbia terá repercussões graves. Cabe ao povo líbio, e apenas a ele, resolver o problema líbio. A comunidade internacional deve manifestar solidariedade e agir unida para conter a guerra civil e facilitar uma via de transição pacífica para o conflito líbio. Os governos ocidentais, no afã de manter o seu domínio, usam diferentes padrões de avaliação, caso a caso, conforme o país, e, ao não reconhecer os levantes populares, são atropelados pelo curso da História. Os regimes árabes despóticos, fundamentalistas e absolutistas têm de saber que não podem resistir às mudanças. É simples questão de tempo, e todos os que resistirem serão varridos do mapa político.

Setores de esquerda vêm dando interpretações disparatadas sobre os acontecimentos. A mais esdrúxula reside em que "desqualificar a revolta das massas populares líbias porque o regime é inimigo aparente de nosso inimigo, não é um critério muito saudável".

Mas analistas de esquerda não podem fechar os olhos à realidade do mundo de hoje, desconhecer as forças em confronto e seus objetivos estratégicos, deixar-se levar pelas informações da mídia que tem um claro viés em favor dos interesses neocoloniais e imperialistas. Uma intervenção militar aberta implica que os Estados Unidos, Inglaterra, França e demais países optaram por um dos lados da guerra civil líbia, como aumentará brutalmente os riscos sobre a população civil que, cinicamente, anunciam que pretendem proteger."

sexta-feira, 18 de março de 2011

Guerra dos Mundos, de Orson Welles

O dia em que a Terra foi invadida por seres de outro mundo.


Na íntegra, a história - rádio-teatro- de Orson Welles, veiculada na rádio CBS, nos EUA, como se fosse de fato uma invasão alienígena, na véspera do Halloween de 1938. A adaptação foi feita de tal maneira a parecerem notícias reais, boletins de notícias. (Áudio em inglês e legendas em espanhol). Via Diego Calazans, pelo Twitter.






quarta-feira, 16 de março de 2011

A luta dos moradores do M'Boi Mirim

Do Maria Fro

Carta aberta aos Moradores e Moradoras da Região do M’Boi Mirim


Para ver a situação caótica em que vivem os moradores da Região do M’Boi Mirim, veja o vídeo aqui: A Líbia é logo ali: no M’Boi Mirim




Carta aberta aos Moradores e Moradoras da Região do M’Boi Mirim

Da Rede ExtremoSul (recebido por mail)

Na sexta-feira, dia 11 de março de 2011, uma comissão de moradores da região da M’Boi Mirim teve uma reunião com o Secretário de Transportes Metropolitanos, o Secretário Municipal de Transportes, o Presidente do Metrô, e vários outros membros da administração pública municipal e estadual.

Nesta reunião, algumas de nossas reivindicações foram aceitas: a extensão da linha 5 do Metrô até o Jardim Ângela, além do monotrilho que já tinha sido prometido; a ampliação do Terminal Jardim Ângela; a criação de um novo Terminal Jardim Ângela; a construção de uma passarela em frente ao Hospital M’Boi Mirim, a criação de um corredor de ônibus entre o Capão Redondo e a Vila Sônia; a melhoria na sinalização na Estrada do M’Boi, a mudança no funcionamento dos semáforos; a proibição do estacionamento de carros na M’Boi; a melhoria no asfalto; entre outras coisas. Também foi prometido que todos esses projetos serão discutidos com a população em reuniões periódicas. Tudo isso foi escrito e assinado pelos Secretários.

No entanto, outras reivindicações não foram atendidas, como a reativação das linhas de ônibus que foram recentemente eliminadas, e a instalação de escadas rolantes no Terminal Santo Amaro. Além disso, sabemos que promessas podem ser descumpridas, e mesmo que isso não aconteça, boa parte dos compromissos firmados levará anos para sair do papel.

Deixar a situação do trânsito em nossa região chegar ao ponto em que chegou foi mais um crime dos governantes contra a população da periferia. E a solução que buscamos é para ontem!

Se houve avanços, não foi pela boa vontade dos governantes. Foi um resultado da luta da população da região da M’Boi Mirim, cansada de tanto sofrimento e humilhação. E devemos lembrar que essa luta não começou agora: só no ano passado foram feitas três manifestações, a última delas no dia 13 de dezembro. Como as reivindicações não foram atendidas, organizamos uma caminhada no dia 4 de março de 2011, quando o conjunto da população aderiu ao protesto.

Agora que aprendemos essa lição, não podemos nos acomodar, e sim nos mantermos unidos para avançar, já que são muitos os problemas em nossas comunidades que exigem uma solução urgente.

Se cruzarmos os braços, cairemos novamente no esquecimento. Participe dessa luta! O povo unido jamais será vencido!!

Comissão de Moradores da Região da M’Boi Mirim

Contato: lutadamboi@gmail.com


 

terça-feira, 15 de março de 2011

Cantor que denunciava abusos morre em batida policial

Do Estadão


Astro do reggae Smiley Culture morre em batida policial


Sua morte está sendo investigada pela Comissão Independente de Reclamações da Polícia britânica

REUTERS






O astro britânico do reggae Smiley Culture morreu durante uma batida policial no sul da Inglaterra, afirmou a mídia na terça-feira, 15, e sua morte está sendo investigada pela Comissão Independente de Reclamações da Polícia.


AP

AP

Smiley teria morrido após ferimentos ocasionados por batida policial em sua casa



A comissão afirmou em comunicado que a polícia foi a uma casa em Warlingham para fazer uma prisão e enquanto estava lá "acredita-se que um homem sofreu uma facada e morreu no local."

"Analisaremos a forma como a prisão foi planejada, a maneira em que foi realizada e as ações de todos os oficiais que estavam presentes na hora do incidente", disse o comissário Mike Franklin.

Em comunicado separado, a polícia disse que a batida fazia parte de uma operação em andamento, e que o homem que morreu tinha 48 anos.

Smiley Culture, cujo nome real era David Emmanuel, fez sucesso com sua música de 1984 Police Officer, que falava sobre como muitos negros sentiam que estavam sendo tratados injustamente pela polícia.

(Reportagem de Mike Collett-White)





 

segunda-feira, 14 de março de 2011

No dia da Poesia

Carlos Drummond de Andrade.
Nosso Tempo -V

Escuta a hora formidável do almoço

na cidade. Os escritórios, num passe, esvaziam-se.

As bocas sugam um rio de carne, legumes e tortas vitaminosas.

Salta depressa do mar a bandeja de peixes argênteos!

Os subterrâneos da tome choram caldo de sopa,

olhos líquidos de cão através do vidro devoram teu osso.

Come, braço mecânico, alimenta-te, mão de papel, é tempo de comida,

mais tarde será o de amor.

Lentamente os escritórios se recuperam, e os negócios, forma indecisa, evoluem.

 

O esplêndido negócio insinua-se no tráfego.

Multidões que o cruzam não vêem. É sem cor e sem cheiro.

Está dissimulado no bonde, por trás da brisa do sul,

vem na areia, no telefone, na batalha de aviões,

toma conta de tua alma e dela extrai uma porcentagem.

 

Escuta a hora espandongada da volta.

Homem depois de homem, mulher, criança, homem,

roupa, cigarro, chapéu, roupa, roupa, roupa,

homem, homem, mulher, homem, mulher, roupa, homem

imaginam esperar qualquer coisa,

e se quedam mudos, escoam-se passo a passo, sentam-se,

últimos servos do negócio, imaginam voltar para casa,

já noite, entre muros apagados, numa suposta cidade, imaginam.

 

Escuta a pequena hora noturna de compensação, leituras, apelo ao cassino, passeio na praia,

o corpo ao lado do corpo, afinal distendido,

com as calças despido o incômodo pensamento de escravo,

escuta o corpo ranger, enlaçar, refluir,

errar em objetos remotos e, sob eles soterrado sem dor,

confiar-se ao que-bem-me-importa

do sono.

 

Escuta o horrível emprego do dia

em todos os países de fala humana,

a falsificação das palavras pingando nos jornais,

o mundo irreal dos cartórios onde a propriedade é um bolo com flores,

os bancos triturando suavemente o pescoço do açúcar,

a constelação das formigas e usurários,

a má poesia, o mau romance,

os frágeis que se entregam à proteção do basilisco,

o homem feio, de mortal feiúra,

passeando de bote

num sinistro crepúsculo de sábado.

Greve no transporte

Da Carta Capital, via Daniela Machado



Cooperativas de micro-ônibus prometem greve para esta terça-feira em São Paulo


Rede Brasil Atual14 de março de 2011 às 17:13h




Empreendimentos afirmam que, em quatro anos, repasse da prefeitura subiu 9,4%, ante reajustes de 30% na passagem


Por Jéssica Santos de Souza*


As cooperativas de transporte coletivo da cidade de São Paulo prometem greve a partir da 00h desta terça-feira (15), por tempo indeterminado. A decisão foi votada em assembleia na sexta-feira (11) que reuniu trabalhadores ligados ao Sindilotação – entidade que representa transportadores autônomos, da Federação das Cooperativas de Transporte do Estado de São Paulo e lideranças das operadoras.


O motivo da paralisação é um impasse em torno da correção de valores repassados aos operadores pelo transporte dos passageiros. As cooperativas reivindicam 12%, enquanto a prefeitura de São Paulo aceita dar um reajuste de 4,5%.


Segundo o presidente do Sindilotação, Senival Moura, caso a gestão municipal apresente disposição de dialogar com a categoria, a greve será suspensa. “Estamos operando no vermelho. Desde 2007, tivemos uma aumento de 9,4%, enquanto a passagem para o usuário teve reajuste de 30,43%”, afirma Moura.


As cooperativas operam principalmente micro-ônibus em todas as regiões da capital paulista. São cerca de 6 mil veículos que transportam 3,5 milhões de passageiros por dia. As nove cooperativas são responsáveis por atender 43% do sistema de transporte rodoviário da cidade.


O valor médio repassado às operadoras é de R$ 1,28 por passageiro. Com o aumento reivindicado, passaria a R$ 1,44. As empresas privadas que têm concessão do serviço em São Paulo recebem esse repasse de acordo com o gasto real de cada passageiro que embarca nos veículos.


*Publicada originalmente na Rede Brasil Atual



domingo, 13 de março de 2011

Visões sobre os benditos slides

Abaixo, dois comentários com visões interessantes sobre o uso dos slides em sala de aula. Foram feitos sobre o texto Parem de ler slides! Somos alfabetizados, postado nos comentários do Blog do Nassif.


André:


De fato, também sou contra o uso de PowerPoint como ferramenta primeira para aulas. Mandar o PPT por e-mail é pedir que as pessoas não os abram, seja pelo abuso no uso desse recurso (vide correntes de e-mail), seja por aquele ser apenas um conteúdo a mais dentre os muitos que você recebe.


Sobre alfabetização, infelizmente tenho notado um emburrecimento progressivo das pessoas, a ponto de elas se tornarem incapazes de interpretar textos ou levar em conta o contexto e a intenção do autor. E, acredite, há analfabetos funcionais com diploma superior, algo que tem agravante ainda maior. Ainda que possamos falar de política iletrogênica, é injusto e ridículo externarmos todas as causas do analfabetismo funcional de alguém, ainda mais se virmos que da mesma escola podre de onde saiu esse analfabeto funcional vemos alguém que passa em faculdade de ponta. Por que o último passou em faculdade de ponta, sendo que recebeu a mesma educação podre do colega analfabeto funcional? Não seria a coisa óbvia e que ninguém quer ver (ou, se vê, coitadizar o analfabeto funcional dizendo que ele é vítima da sociedade) de que, enquanto o incapaz de ler qualquer coisa mais complexa (e, se perigar, funcionalmente analfabetizando até no ônibus ou no metrô) cabulava aula para jogar sinuca e contava com a aprovação automática, seu colega orgulho do lar levava a sério o esforço daquele professor desrespeitado por alunos folgados, bem como lia algum livro (mesmo que emprestado de uma biblioteca) e também aproveitava a mesma internet que alguns usam só para ver Orkut para pegar conhecimento?


Claro que o uso de PPT não deve de todo ser demonizado, uma vez que é apenas um instrumento e, como tal, com mais de um uso. Já vi , em cursos de aperfeiçoamento profissional que fiz, professores que usavam o PPT de forma sábia, leia-se aproveitá-lo como algo já pronto com o conteúdo que será passado e dispensar o ato de ter de escrever a mesma coisa sempre. Portanto, ele não é intrinsecamente bom ou ruim, apenas é.


Ebrantino:


André, concordo inteiramente com você. É preciso entender que um curso não militar, é sempre algo optativo. O aluno, discente, pupilo, discípulo ou seja lá qual for a palavra usada hoje para o que está lá para aprender algo, tem a inteira liberdade de aproveitar bem, aproveitar mal ou nada aprender. De modo geral pode concluir o curso no prazo,ou se quiser virar aluno profissional, multiplicar o tempo de permanencia várias vezes. Até hoje a experiencia mostra que há os alunos de ótimo aproveitamento, os de aproveitamento médio, e os de máu aproveitamento. Não depende da capacidade mental do aluno. Depende de muitos fatores, sendo que, eu ligando o achômetro, palpito que o principal fator é o empenho, a vontade de aproveitar. Isso explica porque um professor ineficiente pode formar um aluno brilhannte; e vice versa, um professor absolutamente brilhante solta verdadeiras nulidades. Assim como podem sair brilhantes profissionais de faculdades ou cursos sofriveis, e pode sair uma nulidade de uma renomada faculdade. Quanto ao analfabetismo funcional, cada vez mais generalizado, no meu entender, merece todo um estudo dos especialistas, das autoridades, e de todos os interessados.


NECESSÁRIO DAR ATRATIVO À LEITURA, FAZER PROMOLÇÕES, GINKANAS, CONCURSOS, INSTITUIR MEDALHAS, PREMIAÇÕES, ENFIM USAR TODOS OS ESTÍMULOS, para incentivar a leitura desde a 1a. série do fundamental, e nunca parar, nem mesmo nos cursos de pos-graduação. Realmente, é de estarrecer a falta de capacidade de interpretar textos, e, especialmentre, de formular textos. É cada vez mais raro encontra alguem que senta em frente ao teclado e sai "mandando bala", como diz o Nassif. E, paradoxalmente, vemos pessoas com apenas 2, 3 anos de escola perfeitamente capazes de interpretar, sustentar a sua interpretação, e até escrever coisa própria. O Assunto  é para especialistas, mas o Ministério da Educção poderia começar instituindo uma campanha nacional, e um prêmio honroso ao mestre que apresentasse o melhor trabalho para sanar esse PROBLEMA. Prometo não participar, por velho, e por leigo. Ebrantino

Porta-voz do Departamento de Estado dos EUA se demite

Da Reuters



Porta-voz do Departamento de Estado dos EUA se demite



Por Susan Cornwell


WASHINGTON (Reuters) - O porta-voz do Departamento de Estado dos Estados Unidos, P.J. Crowley, demitiu-se no domingo depois que foi revelado que ele chamou o tratamento dado pelo Pentágono a um soldado dos EUA acusado de vazamento de documentos secretos ao site Wikileaks de "estúpido" e "ridículo."


A secretária de Estado Hillary Clinton disse em nota oficial que aceitou a demissão de P.J. Crowley com "pesar." Ele serviu como secretário-assistente do departamento de Relações Públicas e porta-voz chefe.


Crowley disse em nota que apresentou a sua demissão "dado o impacto das minhas observações, pelas quais assumo total responsabilidade." Sua demissão ocorreu dois dias depois que o presidente dos EUA, Barack Obama, foi questionado sobre as declarações de Crowley durante uma entrevista coletiva televisionada.


Um correspondente da BBC informou na semana passada que Crowley, coronel da reserva da Força Aérea, disse a uma pequena platéia em uma universidade de Massachusetts que o tratamento dado ao ex-analista de inteligência Bradley Manning "é ridículo, contraproducente e estúpido".


Manning, 23, está preso em uma base da Marinha no Estado da Virgínia e ficará detido durante a investigação das acusações de que ele teria vazado documentos quando servia no Iraque. Seus advogados disseram que ele está sendo maltratado na prisão militar.


Mantido sozinho em sua cela 23 horas por dia, Manning é obrigado a dormir nu e é acordado várias vezes durante a noite para garantir que está a salvo, segundo o Pentágono.


A publicação no site WikiLeaks dos documentos que Manning teria vazado foi um duro golpe para a diplomacia dos EUA, uma vez que aliados e adversários do país aparecem sendo ridicularizados ou criticados em comunicações diplomáticas secretas.


Em seu comunicado de domingo, Crowley disse que a divulgação não autorizada de informação confidencial é um "crime grave nos termos da lei dos EUA."


"Meus comentários recentes sobre as condições da prisão preventiva do soldado Bradley Manning tinham a intenção de destacar o impacto mais amplo, até mesmo estratégico de ações realizadas por agências de segurança nacionais todos os dias e seu impacto em nossa posição e liderança mundial," disse Crowley.


"O exercício do poder nos tempos desafiadores de hoje e com o ambiente sem trégua da mídia precisa ser prudente e coerente com nossas leis e valores".



Homem espancado por policiais em Registro - SP

Do Portal Luís Nassif







O art. 5º, II da CF - dispõe: "II -- ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante".